˗ˏˋ [ S/n ] ࿐ྂ
Observava a vista pela janela, batendo meus dedos trêmulos com certa ansiedade. Eu suava frio e sentia enjoo, imaginando como estavam as coisas na cidade. Não sabia há quanto tempo estava ali, mas provavelmente já fazia um mês, ou quase isso.
Fechei os olhos sentindo uma enxaqueca forte. Minhas pernas tremiam e me ajoelhei no chão sentindo algo queimando em meu peito. Quase pedi por ajuda, quando de repente a dor e a sensação passaram. Com certeza havia algo estranho comigo, estava tendo esses pequenos momentos de mal-estar durante esses dias e nem sabia se poderia durar dois meses ou mais.
Suspirei, levantando-me. Me senti fraca e cansada, mas me mantive em pé tentando regular minha respiração, torcendo para que aquilo passasse logo. Obviamente, algo que comi ou alguma praga de Barron estava causando essas sensações. Falando nele, já fazia algumas horas desde que discuti com ele, por motivos bestas. Estava tentando fazer comida quando Ella, sem querer, se queimou e ele colocou a culpa em mim. Deixei claro que ele não gosta de mim e ele também deixou claro seus sentimentos. Preferi subir para o "meu" quarto e deixá-lo falando sozinho. Preferia ter paz do que razão nesses momentos, pois estou ali por ter sido salva por alguém, seja quem for. A qualquer momento, eles, especialmente Barron, podem decidir me mandar embora e sei que não conseguiria sobreviver fora dali.
Sentei-me na cama sentindo alívio da fraqueza. Passei a mão por baixo do travesseiro e estranhei o fato do meu caderninho/diário não estar ali. Levantei o travesseiro e não estava lá. Ajoelhei-me e olhei embaixo da cama, mas nada.
Será que alguém pegou? Oh céus! Não pode ser. Ninguém pode ler o que escrevi. Isso não pode ter acontecido comigo.
Saí do quarto e andei pelo corredor, tentando ver se o caderno havia caído ali, mas não estava. Meu Deus, não! Desci as escadas correndo, vi uma silhueta alta na sala, ignorando a presença de Barron e olhei para Hugo, que sorriu ao me ver. Me aproximei deles.
– Hugo, você ainda está com o meu caderninho? – Se não me engano, havia deixado o caderninho com ele para desenhar.
– Está ali no sofá. – Barron murmurou sem me olhar, parecendo emburrado com algo. Será que ele leu? Espero que não. Por que ele leria? Não existe motivo, né? Se ele sabe que é meu, não pegaria, né? Meu Deus, por favor, que ele não tenha lido.
Me aproximei do sofá e peguei o caderninho.
– Você vai ficar com o Hugo? – Perguntei ao ver ele se levantar, novamente ignorando toda a minha existência como se não fosse nada.
– Não. – Ele deu um beijo na testa do garoto. – Até amanhã, pequeno.
– Tchau, Ba. – Hugo sorriu e acenou para Barron.
Ele passou por mim e nem me olhou, mas não liguei.
– Vem, está na hora de dormir. – Peguei Hugo no colo e com dificuldade segurei o caderninho.
Subi as escadas bem devagar, andei pelo corredor.
Hoje ele iria dormir comigo, então provavelmente eu não vou dormir agora, já que ele é muito agitado durante a noite. Fiquei em frente à porta de madeira e dei leves batidas com o meu pé, já que minhas mãos estavam ocupadas.
– S/n. – Olhei para trás e vi Barron parado na porta do quarto dele, ele deu alguns passos em minha direção. Seus olhos azuis não desviaram de mim por um segundo.
Parecia uma cena de um filme, ele parecia andar em câmera lenta em minha direção, como se não existisse mais ninguém, só nós dois. Até mesmo Hugo ficou em silêncio.
Isso é uma ilusão? Eu estou ficando louca?
Ele parou na minha frente e continuou me encarando, uma de suas mãos segurou firmemente em minha cintura, aproximando mais os nossos corpos. Sua outra mão segurou no meu queixo e levantou um pouco a minha cabeça. Ele se abaixou um pouco, fazendo os nossos rostos ficarem a centímetros de distância. Senti minhas bochechas queimarem.
Ele vai me beijar? Como assim? Ele que me odiava?
Ele deu um sorrisinho de canto, nossas bocas estavam a centímetros de distância, minha pele estava arrepiada e eu sentia um frio na barriga. Ele inclinou sua cabeça e me deu um beijo na testa, arrepiando meu corpo inteiro.
– Boa noite, S/n. – Ele disse, e antes de ir embora ele deu duas batidas na porta e depois saiu sem olhar para trás, indo em direção às escadas.
Ele me deu um beijo na testa? Barron William Trump me deu um beijo na testa? Eu estou sonhando?
– Ah, oi S/n. – Ella abriu a porta. – Aconteceu alguma coisa? Você está vermelha, vi ela inclinar um pouco e ver o Barron descer as escadas, dando um sorrisinho.
– N-não. – Droga S/n, precisa gaguejar?
– Tem certeza? – A garota deu espaço para que eu passasse.
– O Barron é bipolar, né? – Perguntei tentando mudar de assunto, enquanto colocava Hugo na cama, e para minha surpresa, ele estava dormindo. Ela riu com a minha pergunta.
– Ah, o Barron só está sobrecarregado. Ele sai todos os dias para matar alguns zumbis ou buscar alguns mantimentos. Ele está tentando manter tudo em ordem, mas por quê? – Ela perguntou.
– Nada não. – Coloquei o caderno embaixo do travesseiro, vou garantir que ele esteja todos os dias ali.
– Vocês formam um casal lindo. – Ela disse e eu ri.
– Nem nos meus piores pesadelos isso iria acontecer. – Deitei ao lado de Hugo. – Boa noite, Ella. - Disse tentando fugir desse assunto.
– Boa noite, S/n.
Por que raios ele me deu um beijo na testa? Será que... ah, não! Não! Não! Não! Não pode ser.
Ele leu o meu diário.
ღღღ
edit: esse cap aqui tava bem pequeno, adicionei várias coisas para ficar grande, espero q tenham gostado
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𝐿𝑖𝑣𝑖𝑛𝑔 𝐷𝑒𝑎𝑑₊ 𝐵𝑎𝑟𝑟𝑜𝑛 𝑇𝑟𝑢𝑚𝑝
Mystery / Thriller𓏲🗒️ꜝֶָ֢ ʾʾ𓈒᮫ -Tudo na vida muda. Em um minuto, você está na escola E no outro, sentada no sofá da sala assistindo alguma coisa na TV. Bom, no meu caso não foi bem assim. Em um minuto eu estava em um passeio da escola; e no outro tentando escapar...