Capítulo 5

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— Está me dizendo que mandou o cara transar com outras mulheres?

— Sim, estou.

— Está me dizendo que mandou um gato daqueles, com os olhos mais azuis que o céu, ir transar com outras mulheres?

— Sim, estou.

Mari me encara, os olhos verdes esmeraldas perplexos e ao mesmo tempo indignados.

Ficamos aqui no balcão conversando enquanto não aparecem clientes. Eu sou apenas uma vendedora, mas Mari tem o cargo mais alto, que é de consultora de moda. Ela praticamente manda nessa boutique e Helena, a dona, fica responsável somente pela parte administrativa. A minha outra amiga Juju também trabalhava aqui com a gente, mas saiu há pouco tempo para ir fazer estágio numa escola particular dando aulas de português para o ensino fundamental.

— Você só pode ter ficado louca — diz Mari. — Já viu como aquele homem é bonito? Acho que não, né, pois se tivesse visto não teria feito uma bobagem dessa.

— Ah, o cara estava deprimido e se sentindo culpado pelo fim do relacionamento, sendo que a ex estava aproveitando a vida numa boa sem se importar com ele. Ele tem mais é que ser feliz e esquecer aquela vaca.

— Tudo bem. Mas não podia ter dado outro tipo de conselho? Tipo... sair com você mais vezes, assistir a um filme juntos, sei lá, qualquer outra coisa menos mandar o cara ir dar para as outras!

Eu rio.

— Acho que foi um bom conselho.

— Não, Vanessa. Definitivamente não foi um bom conselho. Você sempre sabe dar bons conselhos às pessoas, mas esse foi péssimo. Sabe o que eu acho? Que vai se arrepender amargamente desse conselho.

— Mari, acho que está esquecendo que somos só amigos e ainda estamos nos conhecendo melhor.

— Bom, depois desse conselho que deu a ele, você certamente será só uma amiga e ele certamente pegará geral.

— Bom, acho que ele já pegava geral, só não se sentia bem com isso.

— Ah, claro. E depois desse seu conselho com certeza ele vai se sentir mais motivado — ela pousa as mãos na cintura ainda inconformada. Eu só consigo achar graça. Parece a loucada minha mãe querendo me arrumar um par.

— Amiga, relaxa, tá? Agora me conta, e o seu pai? Como ele está?

Há uns três meses o pai da Mari sofreu um ataque cardíaco e ela descobriu que ele estava doente do coração. O pai estava escondendo a doença e não queria que ela soubesse, já que a perda da mãe pelo câncer quando criança lhe afetou muito.

— Está bem. Graças a Deus não sentiu mais nenhuma dor no peito. Eu e a Tia Lu estamos monitorando ele vinte e quatro horas por dia. Mesmo quando não estou lá a Tia Lu me mantém informada de cada passo dele.

Apartamento 305 (Série Apartamento - Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora