Capítulo 3

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Calliope ainda achava que só podia ser brincadeira aquela mulher estar ali de novo.
Boa sorte hem - Mark zuou a amiga e saiu dali junto com Alex Karev
A morena então caminhou até sua mesa em silêncio e ficou de frente para Arizona.
Bom dia pra você também - a loira disse de bom humor - preciso falar com você
Eu não sei o que você teria para falar comigo - a morena se senta e aponta a cadeira para que a loira faça o mesmo
Você é do FBI não é? - diz revirando os olhos - então sim, tenho algo para falar com você. Na verdade vim porque quero que você e sua equipe investigue algo…
Você sabe que aqui não é o setor de denúncias? - disse colocando os cotovelos na mesa e olhando para a loira sem paciência
Olha só não sei porque pensei que podia falar com você - diz levantando irritada
Calliope então percebe que talvez tenha passado da conta e então se levanta junto.
Espera...tudo bem, desculpa - diz a contra gosto - senta aí e fala o que está acontecendo
Obrigada - a loira diz sentando novamente - então...eu trabalhava naquela empresa onde você é viu no protesto
E? - a morena queria logo saber o motivo dela está ali
Quando decidi ir trabalhar lá, foi porque achei que eram uma organização correta. Sou formada em biologia e tenho pós graduação em química, eu sempre quis trabalhar com pesquisas, e acabei parando nessa empresa de cosméticos mas o que eu vi lá não foi nada bom - diz indignada - aquela empresa usa animais em extinção para suas fórmulas e pior…
Fala logo Arizona, o que mais você viu lá? - Calliope estava ficando interessada
Acho que eles usam pessoas também - ela diz de uma vez
Callie ficou estática, tentando entender se havia ouvido certo.
Você tem certeza do que está dizendo?
Olha, provas eu não tenho. Eles são muito espertos, eles escondem as coisas muito bem - diz séria - mas eu tenho certeza do que estou dizendo.
Você sabe que se isso for verdade, essa gente é perigosa. E você pode ficar em perigo - Callie explica
Eu sei - suspira - mas não posso saber disso e simplesmente guardar comigo. Algo tem que ser feito, vocês precisam investigar
Olha só, eu vou falar com a minha superior, mas não garanto nada. Sem provas é difícil começar uma investigação - diz se arrumando na cadeira
Tudo bem, se esse for o problema...posso tentar arrumar - diz simples
Não - diz rápido - Arizona você ouviu o que eu disse? Se isso for verdade eles são perigosos. Fica longe disso e deixa isso para pessoas especializadas - a morena diz séria
Ok, eu fico longe se prometer que vai investigar - a loira cruza os braços seria
Olha só não posso e nem vou prometer nada - Calliope se levanta séria
Pelo jeito foi um erro ter vindo até você. Achei mesmo que era uma boa profissional - levanta também - mas se mudar de ideia… - a loira pega uma caneca na mesa e anota no número no primeiro papel que vê - pode ligar que eu digo o que mais quiser saber, se não, eu investigarem por conta própria
A loira sai dali pisando forte, deixando uma Calliope de mais mau humor do que de costume.
Iai? - Mark se aproxima - a loira veio dizer que se apaixonou por você - zoua
Cala a boca - a morena bufa e se joga na cadeira - ela veio com uma história de que na empresa que trabalhava podem fazer tráfico de animais e pessoas para pesquisas, experimentos, sei lá
Ei espera… - Mark senta na cadeira que antes era ocupado por Arizona - se isso for sério, deveria ser investigado…
Eu sei, mas como vou falar para a chefe que uma desconhecida veio aqui e disse essas coisas sem provas
É sem provas fica complicado - Mark coça a cabeça
Olha só vamos focar no caso dos explosivos e depois eu vejo o que faço com isso - suspira e o parceiro concorda

{...}

Haviam se passado dois dias desde aquela visita de Arizona a agência. Calliope havia decidido não pensar naquela história até que seu último caso fosse solucionado e para sua felicidade, havia acabado de participar da prisão do responsável pelos explosivos no prédio. Já era noite, mais precisamente dez horas, a morena havia acabado de deixar Mark em casa, sua esposa Lexie até tentou convencê-la de ficar e comer com eles, mas tudo o que ela precisava era de um bom banho de banheira e descansar, e aproveitar sua folga do dia seguinte. Mas como nada na sua vida são flores, ela estava dirigindo para casa, quando a três quarteirões, ela avistou quatro garotos em cima de uma adolescente, pareciam tentar arrancar algo dela e claro seu instinto a fez estacionar o carro quase em cima deles e pular do carro.
Se afastem agora dessa menina - ela disse séria
Ei tia, não se mete - um dos garotos diz
Olha só… - Calliope então saca sua arma que estava na parte de trás da calça e pega seu distintivo - Sou do FBI e acho melhor vocês me obdecerem se não quiserem que eu leve vocês a delegacia
Opa, calma com isso aí - o mais medroso diz se afastando - só estávamos querendo pegar o que é nosso
NÃO TEM NADA SEU AQUI - a jovem grita e abraça seu skate que estava na mão e vai para perto de Callie
Os garotos decidem obedecer a ordem de Calliope e saem correndo, para alívio da garota. A menina viu a mais velha guardar o distintivo e a arma.
Obrigada - ela diz sem graça
Da próxima vez toma mais cuidado. Já está tarde para uma adolescente andando sozinha por aí - a morena diz séria
Não está tão tarde - dá de ombros - e eu sei me cuidar...eles me pegaram desprevenida
É, percebi - revira os olhos - entra aí que vou levar você em casa...aquele garotos continuam ali - diz ao olhar a direita e vê-los parados na esquina
Não quero ir pra casa - a menina diz
Olha só não sei qual o problema na sua casa, mas ficar aqui nessa rua não é uma opção - diz séria - vai entra logo na carro
Calliope entra no banco do motorista e espera a menina entrar.
E se você for uma maníaca e quer me matar - ela diz parada na janela do passageiro
Aí garota eu sou do FBI, não sou uma psicopata - diz impaciente - ou você entra logo ou fica aí e esse garotos vão atrás de você
A adolescente persegue que não tem muita escolha, então abre a porta, tira a mochila das costas e senta com o objeto e o skate no colo.
Onde você mora?
Será que pode me deixar na lanchonete que tem mais ali na frente? Tô com muita fome - a garota desconversa
Eu vou te deixar em casa - Calliope diz ao dar partida
Por favor - a menina resmunga - eu tava indo comprar um lanche, é o melhor lanche da região e tô com muita fome
Na sua casa não tem comida? - suspira
Eu quero comer o lanche de lá. Aposto que se você comesse ia entender o que estou falando - dá de ombros
Callie ia rebater mas então sua barriga faz um barulho lhe indicando que está com fome, a adolescente acaba rindo e ela concorda que talvez não fosse tão ruim parar naquele lanchonete.
Até sua barriga concorda comigo - ela ri
- Está bem. Paramos nessa lanchonete, comemos e eu te levo para casa, ok?
- Sim senhora - a menina faz um gesto com a mão como os soldados fazem
Calliope fingiu não ver a ironia no jeito da menina e seguiu até a lanchonete, parou o carro no estacionamento e as duas desceram. A menina entrou apenas com a mochila, deixando o skate no carro. Elas sentam uma de frente para a outra em uma das mesas. Elas fizeram os pedidos e enquanto esperavam a garota resolveu puxar conversa.
- Qual seu nome?
Calliope Torres, agente Torres - ela diz de braços cruzados - e o qual o seu?
Emilly - responde - você não precisa ter me ajudado lá
- É o meu dever, faria de qualquer jeito - dá de ombros - o que eles queriam?
São uns idiotas. Fizemos uma aposta ao fazer um torneio de skate, quem perdesse, perdia o skate. Eles trapaciaram para ganhar de mim e eu não aceitei dar meu skate e foram atrás de mim - diz com raiva - mas eu nunca daria meu skate
- E porque fez a aposta então? - revira os olhos - você sabe como garotos podem ser insuportáveis? Egos feridos…
- Porque eu sabia que podia ganhar e exatamente por isso eles trapacearam - dá de ombros
- E porque não quer ir pra casa? Seus pais devem estar preocupados
- Não, não estão - sua expressão muda - eles morreram faz uns cinco anos e o skate foi um presente de aniversário que me deram. Por isso nunca daria á aqueles idiotas
- Bem...sinto muito - a morena pigarreia - mas você mora com alguém ou não?
- Eu tenho uma irmã, que ultimamente acha que é minha mãe e quer ficar mandando o que eu devo fazer - se irrita
- Olha só, se ela faz isso é porque se importa com você, deveria obdecer e não ficar andando na rua essa hora sozinha. Garota você não imagina as coisas ruins que estão por ai
Antes que a garota pudesse responder, a garçonete trouxe os lanches, com as frutas e refrigerante. As duas acabaram comendo em silêncio. Assim que terminaram, Callie fez questão de pagar o dela e de Emilly e depois seguiram para o carro.
- Gostou do lanche? - ela diz parecendo mais anima e Callie concorda com a cabeça - eu sabia que ia gostar - ri
- Agora como havíamos feito um trato. Me diz onde você mora e vou te levar
Emilly acaba não tendo saída e fala o endereço, que para a surpresa de Callie, era perto do seu prédio, umas duas ruas atrás. Foi então que a morena olhou bem para a menina e lembrou-se dela, dias atrás, a jovem que quase a atropelou andando de skate e disse "foi mal". Que coincidência, não?!
Assim que estacionou em frente ao sobrado, a agente fez questão de descer e acompanhá-la até a porta e esperar a tal irmã atender, queria garantir que a jovem não iria fingir que ia entrar. Apertou a campainha e segundos depois a porta foi aberta e mais uma vez Calliope foi surpreendida em ver novamente aquela mesma mulher.
- Graças a Deus Emilly - Arizona abraçou a garota - estava tão preocupada
- Aí não é para tanto - a garota se desvencilha - obrigada mais uma vez - a menina passa por Arizona e entra na casa subindo as escadas correndo
- Obrigada por trazê-la - a loira dá um meio sorriso
- Com tantas pessoas no mundo, logo você é a irmã dela - a morena diz sem acreditar
- Pois é agente Torres, parece que estamos destinadas a nos encontrar
Calliope não podia acreditar no que havia acabado de ouvir, aquela mulher só podia ser maluca em achar que aqueles encontros entre elas era programado pelo Universo ou sabe-se lá o quê. Com certeza aquilo era apenas uma infeliz coincidência.

Destino ou Acaso - 𝑪𝒂𝒍𝒛𝒐𝒏𝒂Onde histórias criam vida. Descubra agora