A Chapeuzinho Vermelho eo lobo mau.

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Henry havia tido um dia cansativo no hospital, havia errado três vezes o caminho para o mesmo e nem sabia como se a cidade era tão pequena, quer dizer, ele era novo na cidade e não conhecia ninguém naquele lugar, ninguém além de sua filha, mas mesmo assim, era um tanto vergonhoso se perder em Beacon Hills.

E o motivo de estar ali? Bom, era bem simples na verdade, o motivo era sua filha.

Sua filha Rowan era sua preciosidade, por isso estavam naquela cidade pequena, ali era o único lugar em que a família de sua ex-esposa não poderia lhes atormentar, o juiz autorizou sua saída de Seattle e lhe deu a guarda total da menina pois devido ao abandono, Merlia havia perdido todos os direitos perante a filha, ele não sabia de sua ex-esposa desde que haviam assinado os papéis do divórcio e ele havia voltado a trabalhar como médico no hospital center de Seattle.

Ele havia parado por um tempo para poder dar apoio a Rowan pois eles descobriram que ela tinha leucemia ainda quando ela estava com 3 aninhos, porém, com a quimioterapia e os tratamentos certos, no tempo certo, ela estava bem.

Rowan tinha Leucemia linfoide aguda (LLA): mais comum em crianças e adolescentes (cerca de 70% dos casos são em pediatria, que era a área em que Henry trabalhava). Os leucócitos alterados são os linfócitos, chamados de linfoblastos. Sua multiplicação desordenada é rápida e compromete todas a produção de células sanguíneas, por isso é importante que o diagnóstico seja rápido, ainda mais para uma criança de 3 anos.

Os sintomas também podem incluir dores de cabeça e vômitos, o mais difícil para Henry foi ter que cuidar da filha sozinho naquele período por sua ex-esposa ter lhe deixado bem naquele momento. A boa notícia é que 90% das crianças em tratamento são curadas e Rowan foi uma delas.

Mas ainda sim, ele ficava de olho para não ocorrer de acontecer novamente, pois do mesmo jeito que tem cura, tem regressão e era isso que lhe preocupava.

Fora que crianças, às vezes não eram nada legais e compreensivas umas com as outras, quando Rowan começou a fazer quimioterapia e começou a perder o cabelo, os coleguinhas de classe começou a espalhar boatos de que o câncer dela era contagioso e começaram a apelidar ela.

Foram anos difíceis para ambos, por isso ele decidiu se mudar, Rowan ficou muito feliz por saber que eles se mudariam, pois sabia que a família de sua mãe era tóxica e sabia também que eles não gostavam realmente dela.

Pois sempre que a viam, olhavam torto e quando pensavam que não estava olhando, faziam comentários maldosos sobre como seu pai arruinou a vida de Merlia, engravidando ela e a deixando sem dinheiro. Pois era somente isso que eles se importavam, dinheiro.

A única coisa boa que resultou daquele casamento foi Rowan e dela, Henry não se arrependia.

Assim que chegou em casa, ele viu que a babá estava dormindo largada dormindo no sofá e que provavelmente Rowan estaria no andar de cima também dormindo.

Com pena de acordar a adolecente, Henry apenas pegou um cobertor e a cobriu, seguiu para o andar de cima e abriu a porta do quarto de sua filha, viu que ela ainda estava acordada lendo um livro e sorriu assim que foi notado por ela.

- Oi papai. - Rowan falou animada e Henry deixou sua mochila no chão ao lado da porta caminhando até ela.

- Por que a mocinha ainda não está dormindo? - Henry questionou se sentando ao lado da filha que lhe mostrou o livro que estava lendo. - O conto original dos irmãos Grimm's: A Chapeuzinho Vermelho eo Lobo. - Henry leu e olhou curioso para a filha. - Onde achou isso?

- Foi o meu novo melhor amigo que me emprestou, ele achou nas coisas do papai dele e me deixou ler. - A menina respondeu e Henry pegou o livro que ela havia fechado.

- Deixe-me ver isso, não sei se é bom você ler o conto original, ainda mais por..

- Ter morte e o Lobo Mau querer devorar a Chapeuzinho com molho de churrasco? - Rowan questionou confusa e Henry riu vendo as ilustrações do livro.

- Ele quer comer a Chapeuzinho com molho de churrasco? - Henry indagou a filha que riu assentindo e voltando na página que estava.

- E o Lobo disse: Eu quero ela agora. Quero saboreá-la com meu novo molho de churrasco e colocá-la para assar no meu forno enquanto corto as minhas verduras, e depois vou fazer exercício para matar as calorias. - Rowan leu fazendo o pai rir e negar com a cabeça.

- Assim que você terminar é para devolver para o seu amiguinho. - Henry falou batendo com o livro de leve na cabeça da filha que riu e tentou pegar o livro. - Mas amanhã você continua, já está tarde. - Henry falou e Rowan assentiu se deitando.

- Boa noite papai. - Rowan desejou e Henry sorriu para a filha dando-lhe um beijo na testa e se afastou deixando o livro do pai do coleguinha de sua filha no criado mudo.

- Boa noite, nada de passar a noite em claro. - Falou apontando para a filha que sorriu sem graça vendo o pai apagar a luz ao pegar a bolsa e fechar porta.

- Não vou passar a noite em claro, vai ser no escuro, pois está de noite. - Rowan falou ouvindo o pai voltar para o quarto dela antes que ela pudesse pegar o livro.

- Já ia me esquecendo, vou levar isso junto só por precaução. - Henry falou entrando no quarto da filha e pegou o livro do criado mudo levando consigo dessa vez. - Boa noite filha. - Henry desejou risonho ao ver a filha emburrada na cama.

- Boa noite papai. - Rowan resmungou virando na cama cobrindo a cabeça até o topo e Henry riu fechando a porta.

Ele entrou em seu quarto e fechou a porta começando a tirar a camiseta após deixar o livro em cima de sua cama, ele acendeu a luz e pode ver a quantidade de caixas espelhadas pelo seu quarto. Tinha tanta coisa para fazer, ele suspirou aliviado ao se lembrar que na manhã seguinte seria sua folga.

Tinha que desempacotar muitas coisas e fazer a compra do mês, porém, ele viu que fazer a compra primeiro e ir desempacotando aos poucos era bem melhor. Ia demorar mais? Com certeza, mas ia ser mais produtivo e teria mais tempo para ficar com sua filha.

Ele suspirou cansado e viu a luz na casa de seu vizinho ser ligada, curioso, Henry se aproximou da janela fitando a casa alheia, ele viu um rapaz muito lindo passar em frente a janela a passos apressados, ele falava com alguém no telefone enquanto fazia questão de calçar os tênis sem parar de andar um segundo sequer.

Henry achou graça naquilo, mas logo se afastou da janela pegando sua toalha em cima da cadeira e foi tomar banho.

Quando saiu do banheiro com a toalha enrolada na cintura, Henry olhou para a janela onde dava visão da casa de seu novo vizinho, a luz estava apagada naquele momento e ele não estava mais ali.

Henry ficou curioso sobre ele, pois nos últimos dois dias, ele não havia visto ninguém na casa ao lado, então, estava curioso sobre seu novo vizinho. Ele suspirou cansado vestindo seu pijama e se jogou na cama ao apagar a luz, não demorou muito, mas logo ele acabou dormindo pensando inusitadamente no quão belo era seu vizinho.

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