Segundo livro da Série Sangue do Tráfico
Uma parte da minha vida eu vivi acreditando que saber a verdade sobre a minha história me daria um certo tipo de paz, mas quando isso aconteceu, quando encontrei a minha família, a última coisa que consegui f...
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Mais uma vez eu recebia outro buquê de flores, já deve ser o quarto buquê que recebo de Breno depois que nos encontramos. Eu também recebi cestas de café da manhã repletas de doces e chocolates, mas dessa vez o buquê veio acompanhado de um convite para jantar e uma gargantilha cravejada de diamantes. Não que eu fosse o tipo de mulher que se vendia por coisas materiais de alto valor, mesmo porque cresci cercada de luxo, não seria alguns diamantes que encheriam meus olhos, mas convenhamos que ninguém compra um presente tão caro como aquele para qualquer pessoa.
— Outro presente daquele filho da puta? — Meu pai se aproximou.
Papai e Lucas odiavam Pirata e vice-versa, me deixando em um fogo cruzado, tendo de lidar com a ira dos três.
— Um convite para sair. — Estendi o cartão para que pudesse ver.
— Devo admitir que o sujeito é corajoso e persistente. — Exalou aquele ar imponente. — E você só pode estar enlouquecendo por cogitar aceitar.
— Pai...
— Não estou te proibindo, mas que fique claro que esse infeliz não vale o chão que pisa — afirmou com desprezo. — Você já sabe do que ele é capaz e não caia na ilusão de que agora o traficante comedor está disposto a abrir mão de tudo por ti, porque isso não é um conto de fadas, filha.
Ele estava certo. Sabia muito bem quem era Pirata e como ele poderia ser convincente com seu alto poder de persuasão, mas sempre acreditei que todo mundo tem direito a uma segunda chance. Além do mais, não foi ele quem me estuprou.
— Acha que devo recusar? — Busquei uma saída em seus olhos.
— Acho que deveria impedi-lo de passar a noite no seu quarto — Desviou o olhar. — Um homem que causa uma situação para prejudicar uma mulher inocente, é um homem sem escrúpulos.
Meu pai não esperou que o respondesse, mesmo porque não sabia se tinha respostas para o que me disse. Estava surpresa em saber que Marcus sabia sobre as noites junto com Pirata. Não que fosse algo com que devesse se preocupar, não estava rolando nada, ele sempre me trazia chocolates e comidas gordurosas, rolavam alguns beijos e adormecemos juntos. Tudo começou quando Pirata surgiu na minha sacada, passamos a noite conversando amenidades e tem se perpetuado até o presente. Breno tinha todas as armas para lidar com a minha insegurança, podia ver em seus olhos que não era só o desejo de me levar para a cama outra vez.
