Segundo livro da Série Sangue do Tráfico
Uma parte da minha vida eu vivi acreditando que saber a verdade sobre a minha história me daria um certo tipo de paz, mas quando isso aconteceu, quando encontrei a minha família, a última coisa que consegui f...
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Aprendi que quando algo vai muito bem devemos aproveitar, não questionar sobre quando aquilo terá fim. E tudo estava indo bem demais entre Nathan e eu até o dia em que Rafa e Gabriel sofreram o atentado, não que a culpa fosse deles, mas desde então meu relacionamento virou um campo de guerra. Nathan ficou uma pilha de nervos, mesmo que Coringa tivesse levado sua família para bem longe do Rio e da confusão que nos cercava diariamente, mesmo assim meu namorado decidiu ir para a França garantir ele mesmo que sua irmã de criação estava segura junto com seu afilhado.
Mesmo assim Nathan voltou igual ou pior do que quando me deixou aqui no Rio. Ele estava desinquieto com a situação e havia colocado na cabeça que Vítor era o responsável, ainda que não tivéssemos prova de nada por enquanto. Não valia a pena discutir com ele, isso só causaria mais desgaste, entretanto eu o queria de volta. Queria nossa conexão, a cumplicidade e o seu carinho.
Acordei naquela manhã bem cedo, com dor de cabeça devido a discussão de tivemos durante a madrugada depois de encontrar Polegar no escritório e não na nossa cama. Eu o acusei de estar fissurado naquilo e ele me atacou de volta, dizendo que eu é que não me importava com ninguém. Fiquei chateada e decidi dormir em um dos quartos de hóspedes. Me levantei e tomei um banho morno e rápido. Assim que sai do chuveiro, enviei uma mensagem para Dimenor dizendo que precisava de alguma coisa. Aproveitei para desabafar com Cristiano, dizendo que se não fizesse nada, Nathan seria capaz de matar Vitor sem nem saber o que de fato aconteceu.
Me troquei, peguei chaves, celular e deixei o andar superior. Desci as escadas feito um jato e só parei quando Dulce me chamou.
— Vai aonde, menina? — veio até mim, estava preocupada.
— Vou resolver algumas pendências — contei. — Acorde as crianças e faça Nathan ajudá-los a se arrumar para a escola, C4 vai levá-los para a aula.
— De novo? — perguntou confusa.
— Sim. Nathan passou a noite acordado e eu estou... — olhei para o meu celular. — atrasada! Diga para as crianças que amo eles, faz trança boxeadora na Manu, hoje é dia de parquinho e ela não gosta de ir com os cabelos soltos.
