'' A verdadeira questão é: Quanta verdade consigo suportar? ''
Friedrich Nietzsche
O poema a seguir é uma declaração às minhas emoções e foi inspirado no poema de Charles Bukowski, intitulado Pássaro Azul, no qual o poeta diz que há dentro dele um pássaro azul (blue bird) e que ele (Buloswki) é forte demais para o pobre animal e não o deixa sair. Sugiro que leiam esse poema Pássaro Azul também, porque ele é muito expressivo.
Minha interpretação da escolha da cor azul pelo escritor foi a de que isso pode representar a tristeza dele, e essa foi a ideia que escolhi para me expressar neste poema, em que eu me vejo como cadeia para mim mesma, meu corpo sendo gaiola que não me deixa sair, pois às vezes nós mesmos ficamos tão presos às tristezas e traumas que mesmo que a porta de nossas gaiolas esteja aberta, nós não conseguimos sair ou escolhemos não o fazer.
Esses versos abaixo escrevi a mim como forma de me desculpar por toda auto depreciação que já dirigi a mim mesma, por cometer o erro de me subestimar e de achar que eu era um fracasso ambulante. Desde que produzi esse poema eu aprendi muito sobre mim e quero dividir isso com vocês leitores. A poesia me ajuda a lidar com a vida, e se qualquer um de vocês se identificou com o que eu escrevi, cada um nas suas interpretações, ou pelo menos sentiu algo enquanto lia um dos versos, saiba que isso já me faz sorrir.
Meu corpo é uma gaiola
Perdão por todas as vezes que achei
Que você não valia nada,
Quando seu canto é uma das coisas mais belas,
Mais especiais em mim,
E mais raras.
Não quero mais prender suas asas,
Não quero mais ouvir seu choro.
Sua presença arde aqui dentro como brasas
E quero deixar sua chama me consumir,
E seu esplendor encher de encanto o meu rosto
Não deixarei também que minha cabeça seja gaiola para minha mente,
Deixarei minha criatividade fluir,
Arder com furor,
Ser salgada, azeda, doce e até inventar novo sabor,
Mas não me suprimirei.
Então, por favor,
Alguém diga a Bukowski
Que eu deixei o pássaro azul dentro de mim sair
Pra sempre,
E ele está finalmente mudando de cor,
Cada vez que eu traduzo seu canto em versos, poeticamente,
E é ele, por si só, a poesia que minha alma mais vive;
Pois a sente.
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Morrendo de Vontade de Viver
PoetryDias nublados, para mim, são extremamente inspiradores, e todos os poemas e poesias desse livro foram produzidos em dias chuvosos, onde os céus são tão pálidos que se assemelham a folhas de papel. Essas poesias refletem os pensamentos da minha mente...