A Babá || Beauany {2° Temporada}

24

Josh Beauchamp.

Acordei primeiro que Any, e ela tinha razão, essa cama não é mesmo confortável. Além dos "bips" que eu tive que escutar a madrugada toda.

Olhei para a mesma e sua respiração estava rouca, seu peito descia e subia com dificuldade. Any tinha tirado a máscara de oxigênio do seu rosto no meio da noite e colocou na pequena mesa ao seu lado.

Deixei sua teimosia de lado e me inclinei um pouco para pegar a máscara e colocar novamente em seu rosto. Automaticamente sua respiração melhorou, mas ela não acordou.

Observando o seu rosto coberto por cachos bagunçados e seus lábios entreabertos, me faz lembrar de tudo o que aconteceu ontem. Um nó percorre a minha garganta.

Fiquei confuso quando cheguei no nosso apartamento e ele estava rodeado de carros policiais, ambulâncias e caminhões de bombeiros. Mas o medo que senti quando descobri que o motivo era Any, não pode ser escrito.

É claro que eu tentei entrar junto com os bombeiros, mas alguns policiais me impediram e eu tive que controlar a vontade imensa de quebrar o nariz de cada um.

Já sofri muito no passado com o quesito "morte". Talvez seja por isso que eu me apavorei tanto naquele momento.

Sinceramente, não fazia ideia do que minha vida se tornaria se Any morresse. E acho bom nem se quer pensar sobre isso.

Senti um alívio quando vi ela viva. Mas Any não está completamente bem, então não tem porquê eu comemorar ainda.

Ela tem sido minha calma, meu ar, meu fogo, minha dor e, independentemente do que passei, cada segundo valeu a pena para chegarmos à vida que temos agora.

Arrastei Any comigo pelo inferno,
mas estamos aqui. Depois de tudo, criamos nossa própria versão do paraíso. E eu não quero que isso acabe nunca.

Essa Mulher é meu tudo.

Pois ela é a única que consegue me fazer sorrir nos momentos mais terríveis.

É a garota que consegue afastar minha escuridão com sua pura luz, a garota que consegue me fazer sentir vivo pela primeira vez em toda minha existência, a quem eu dei meu coração e prometi amar eternamente.

E quando eu achei que iria perdê-la, tudo isso veio a tona e meu mundo desabou por completo.

Porque amor é justamente isso, é ficar inseguro, é ter aquele medo de perder a pessoa todo dia, é ter medo de se perder todo dia. É você se ver mergulhado, enredado, em algo que você não tem mais controle.

E apesar de eu não ter dito nada disso em voz alta diretamente para Gabrielly, ela soube. Porque apesar de eu não dizer absolutamente nada, Any sempre vai saber o que eu estou sentindo.

E eu lembro exatamente do conselho que minha mãe me deu desde a infância: "Tenha pessoas na sua vida que além de escutar o seu grito mais alto entendam e escutem o seu mais profundo silêncio".

E eu finalmente achei essa pessoa. Demorou. Mas eu achei. E agora essa pessoa se tornou minha namorada. Minha. E eu não pretendo tirá-la da minha vida.

Eu pretendo ficar ao lado da minha pessoa por todo esse tempo.

Any odeia hospitais, e vai ser muito difícil mantê-la aqui até ela melhorar. Mas eu vou conseguir fazer isso, nem que eu tenha que amarrá-la na cama.

Mas, apesar de nós dois não sermos casados nem nada do tipo, considero a frase "na saúde e na doença" muito a sério.

Eu sempre vou estar aqui. Porque ela sempre esteve lá para mim quando eu precisei de alguém. Foi a única que permaneceu ao meu lado apesar de todas as merdas que eu já fiz.