Capítulo 2 - O Amaldiçoado

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"Os pássaros estão cantando tão alegremente... faz tempo que eu não ouço coisa do tipo. Aonde eu estou?"

Ben fala isso, antes de abrir os seus olhos, e perceber que não estava mais na sua casa, ou pelo menos, na sua antiga casa. Ao olhar a sua volta, nota que o quarto é maior, mas com menos mobílias, e um suporte de soro com uma seringa que se estende até o seu braço, que esta enfiada em seu braço. Ben se levanta carregando o suporte junto com ele, se questionando, pois o mesmo não sabe o que esta acontecendo. Ele da alguns passos se afastando da cama, mas logo sente uma grande dor na cabeça e no peito, e cai ajoelhado no chão agonizando, ele tenta se levantar de novo, mas logo cai novamente, porém de cara com o chão. Quando Ben cai no chão, ele causa um barulho que alerta seus pais, que estavam no andar de baixo cozinhando. Os pais de Ben sobem para o andar superior rapidamente, e ao abrir a porta de seu quarto, o encontram caído no chão agonizando. Eles rapidamente o ajudam.

— Ben! - Seu pai corre para auxiliar o seu filho.

— Ben! - Sua mãe grita assustada - Você esta bem querido? - O auxilia para levantar  junto de seu marido.

— Estou sim mãe, obrigado - Ao se levantar, Ben nota as lagrimas que correm no rosto de seus pais, mas não lagrimas de tristeza, mas sim de alegria, e quando ele coloca a mão no rosto, ele sente suas lagrimas caindo também. Nisso ele corre para abraçar os seus pais, e então diz -Eu estou com medo! O que aconteceu?

Ben é levado para o andar de baixo, e almoça junto de seus pais. Eles explicam para ele sobre todo o ocorrido, sobre o acidente, sobre a sua operação no peito, e sobre a morte de seus amigos, o que o abalou muito. Ele se pergunta aonde esta, e seus pais explicam que eles estão na casa do seu Avô, na cidade de Canguaratu, em Minas Gerais, e que tanto eles quanto a sua irmã mais velha vão morar ai a partir de agora. Enquanto Ben e seus pais conversavam, alguém se aproximava da porta de casa, que era grande, com dois andares. A maçaneta da porta se mexe, e Ben ouve o rangido da porta abrindo da cozinha, e quando se vira para ver quem é, lá esta um idoso com um curto cabelo grisalho, com um corpo fraco, vestindo uma blusa de lã branca, com uma calça azul, e um par de botas pretas. Ben logo o reconhece, é seu Avô, Lourenço, um velho pescador veterano da segunda guerra mundial, que hoje vive aposentado em uma casa isolada próxima a um grande lago.

— Vô Lourenço! - Ben grita o nome de seu Avô, se levanta e anda até ele para abraça-lo.

— Hey! E ai garotão! - Lourenço se surpreende ao ver seu neto acordado e se emociona- Acordou né? Finalmente, achei que havia o perdido para sempre! - Lourenço abraça o seu neto.

No momento em que Ben abraça seu Avô, ele sente algo. Não é dor, não é um sentimento, não é surpresa, é diferente, algo como um flash de memória. Por milésimos de segundos, Ben visualizou uma silhueta estranha, similar a um monstro com asas e chifres. Logo após isso, Ben coloca a mão e sua cabeça, e faz uma expressão de confusão, o que alerta os seus pais e seu Avô.

— Você esta bem Ben? - Pergunta seu Avô preocupado.

— Aaah... Hã!? - Ben estava dormindo em pé, como se estivesse em outro lugar, não prestando atenção em nada a sua volta, se surpreendendo quando alguém fala com ele - Ééé... sim, sim! Eu estou bem, obrigado Vô Lourenço - Ben pensa em uma desculpa - Eu só estava pensando... aonde que esta Marina?

Seus pais se lembram de não ter explicado sobre esse assunto, e demonstram uma cara de desânimo e desapontamento, e explicam para Ben, que sua cirurgia custou muito caro, o que resultou em uma divida altíssima, fazendo seus pais venderem a sua antiga casa, e eles tendo que trabalhar em dobro, e para poder ajudar, sua Irmã Marina, agora possui 2 empregos, o que a deixa ocupada quase o dia inteiro. Seus pais também explicam que ele ira mudar de escola, e ira estudar no Colégio da cidade, Os Colônianos. E que se passaram 5 meses, e que atualmente é fevereiro, o que foi muita sorte ele ter voltado justamente nessa época, já que quando ele se recuperar, ele poderá voltar a sua vida normal.

7 Dias depois

Após um tempo, Ben, apesar de não ter se recuperado totalmente, esta muito melhor, e é até surpreendente, já que ele se recuperou em uma velocidade altíssima. E agora, Ben pode finalmente voltar para a sua vida normal. Ele acorda na manhã de Terça, e se prepara para o seu primeiro dia de aula depois do seu trágico acidente, e se arruma para causar uma boa primeira impressão na escola nova, e assim começa o novo capítulo da vida de Ben. Porém, aquele sorriso que antes havia aparecido na escuridão, se abre novamente e diz:

"Finalmente... em breve estarei livre."

ECS - O Meu Demônio IrritanteOnde histórias criam vida. Descubra agora