estações.

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We fell in love in October
That's why I love fall
Looking at the stars
Admiring from a far.

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Um enorme silencio instalara-se na grande sala de estar da família Haruno-Hyuuga após Sakura terminar de "ler" a sua bela declaração de amor para sua esposa.

Lágrimas caíam por todos os lados e não havia um dos vários amigos que não tivesse se emocionado com aquilo, até mesmo as crianças pararam para escutar as palavras da rosada.

Quando ela dissera que tinha algumas palavras para dar antes do brinde final, todos acharam que seria apenas isso, algumas palavras. Mas não os levem a mal, a verdade é que a Haruno nunca fora de expressar seus sentimentos tão abertamente e presenciar um momento assim era extremamente... raro, porém muito emocionante.

Mordeu o lábio avermelhado pelo batom que passara e finalmente tirou os olhos do papel em sua mão — que na verdade estava em branco e ela apenas havia o levado para sentir-se mais confiante na hora de falar — focando-se em sua esposa. Ela a observava com suas orbes peroladas brilhando pelas lágrimas que não paravam de cair e deixar rastros por suas bochechas ruborizadas. Pela primeira vez na vida Hyuuga Hinata não sabia como reagir.

— Wow! Tia Sakura isso foi lindo!

Quem falara fora a pequena Sarada, filha adotiva de Naruto e Sasuke. Sim, o mesmo Naruto que ela citara anteriormente, eles ainda eram melhores amigos e até mesmo trabalhavam juntos no hospital. Logo a sala toda estava rindo da expressão admirada da pequena garotinha e palmas ecoavam por toda o cômodo.

Hinata levantara-se do sofá e correra para os braços de sua mulher, a abraçando com força e logo depositando um demorado beijo em seus lábios. Estava tão feliz que nada no mundo seria capaz de acabar com aquele sentimento.

A comoção geral passou e eles voltaram a comemorar aquela data importante para as duas esposas. Não fora fácil chegar naquele dia, mas o que o deixava ainda mais especial era o fato de que após dez anos "casadas" elas finalmente puderam oficializar tudo. Estavam oficialmente casadas.

Depois de muita comemoração, champanhe, suco para as crianças e lágrimas, finalmente ambas se viram sozinhas em casa e sem o que se preocupar pois Himawari — filha de uma inseminação artificial em Hinata, com a colaboração de Naruto — havia ido dormir na casa de sua tia Hanabi.

Não demorou muito para que as bocas se chocassem em um beijo apaixonado e carregado de sentimentos. Para Sakura sempre iria parecer que era a primeira vez e para Hinata sempre iria parecer melhor do que a vez anterior.

Não saberiam dizer como conseguiram subir as escadas sem saírem rolando por elas, só pararam quando Sakura sentiu as costas baterem no colchão macio que a acolheu com carinho. As mãos de Hinata percorriam todo o corpo da rosada com devoção e carinho o contrário de sua boca que tomava a da outra com fome e marcava a pele branca sem muito cuidado.

Nem percebera o momento em que Hinata tirara seu vestido esmeralda, só notara ao sentir a boca da perolada ir de encontro com um de seus seios e o sugar. Gemeu, seus dedos já emaranhavam-se entre os fios negros presos em um coque que agora estava quase totalmente solto em uma tentativa de descontar o prazer que sentir, e sabia que ela gostava quando puxava o cabelo dela, os gemidos que ela soltava toda vez que a rosada fazia isso eram a prova.

Logo Hinata também estava nua sobre a Haruno.

Eram como dois opostos que se atraiam. A pele de Hinata era quente como o verão e causava uma sensação de acolhimento na rosada, mas a pele de Sakura era gelada como o inverno e trazia uma sensação fria para a barriga da Hyuuga toda vez que as peles que chocavam desesperadas por um maior contato com aquela que tanto amam.

Dizem que nossa primeira vez sempre será inesquecível, seja por ser muito boa ou muito ruim. Sakura discordava totalmente disso, todas as suas vezes com Hinata eram inesquecíveis e ela levaria as memórias dos corpos suados, das bocas famintas, das mãos inquietas, dos rostos corados, das respirações descompassadas para a eternidade. A forma como um corpo encaixava-se perfeitamente no outro sempre a faria arfar não importava quantas estações ao lado da Hyuuga ela passasse.

E quando o sol nascera naquela manhã fria de inverno, ambas estavam ofegantes e abraçadas na cama com um enorme sorriso em seus lábios. Mas Sakura não sentia frio mesmo que o vento gelado invadisse o quarto por pequenos vãos da janela sem ser convidado, e se sentisse, o colar sempre estaria ali para a aquecer com as memórias, e se isso não fosse suficiente, Hinata sempre estaria ali para a abraçar e a aquecer com todo seu amor e carinho.

Viver com Hinata era como possuir um ano cheio de estações dentro de casa, era aprender a amar a neve do inverno e as árvores mortas do outono, era saber que por pior que fosse o frio que viesse, ela sempre estaria aquecida. Era como banhar-se nas chuvas de verão todos os dias e florescer como as sakuras da primavera toda manhã. Era como viver todas as quatro estações em um único dia. E Sakura amava isso.

Sakura amava tudo em Hinata e tudo que viesse de Hinata.

Mas também não era como se todos aqueles anos juntas tivesse sido composto apenas por flores coloridas e dias quentes, muito pelo contrário, percas são normais em toda relação assim como as brigas que de vez em quando — mais para raramente — aconteciam, afinal, nenhuma relação é perfeita e elas nem mesmo desejavam que fosse. Hinata costumava lhe dizer que todo erro era uma forma de aprendizado e que ela não deveria ficar chateada quando errava, mas sim fazer diferente da próxima vez.

Sakura acreditava nisso, acreditava que a dor moldava e ajudava as pessoas, pois se não fosse por sua dor naquele outono jamais teria saído de casa por se sentir sozinha, conhecido o amor de sua vida e superado aquela fase ruim. Pois era isso que era, apenas uma fase ruim que com muito esforço, dedicação e o sorriso de Hinata ela conseguira superar. Ela não precisava de ajuda, e sim de um apoio que sempre estivesse ali para ela desabafar mas que soubesse ser realista quando necessário, e Hinata soubera fazer esse papel melhor do que qualquer um ao ver da Haruno. Hinata sempre sabia fazer as coisas tão bem, assim como o pedaço de panqueca doce com calda de morango que levava até a boca nesse momento.

— Um beijo por seus pensamentos — a perolada sentou-se em seu colo e a beijou rapidamente, logo roubando um pedaço do que Sakura comia.

— Hummmm... parece-me uma boa proposta — ela riu. Ah, Sakura sempre iria amar a risada dela — Apenas estou pensando em como sou sortuda por te ter em minha vida.

— Alguém acordou romântica hoje — debochou e a rosada revirou os olhos com um sorriso de canto — Mas não estou reclamando, óbvio — piscou um olho divertidamente.

— Bobinha — mostrou-lhe a língua.

— Eu também sou sortuda por ter você em minha vida. E muito grata aliás — abriu um de seus calorosos sorrisos que a Haruno se apaixonara de primeira — Eu amo você com todas as estações que você diz que possuo.

— Eu também amo você, Hime. Obrigada por fazer os meus invernos serem quentes — beijou-a.

Por que Hinata era assim, quente como o verão e alegre como a primavera, sua vida possuía perdas como o outono e sua pele era tão branca quanto a neve do inverno. Mas para Sakura, ela sempre seria a estação mais quente independente da época do ano.

-------------------------- Fim ------------------------

Essa fic surgiu de um surto meu pela madrugada ao som de Chase Atlantic, o que nem faz sentido, mas espero que gostem dela tanto quanto eu gostei de escreve-la.

Desculpem qualquer erro!

Beijinhos da titia Saturn, até a próxima história.

total de palavras: 1.335

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