Família

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Elena On

-Que história é essa que você pode ajudar?
-Não quero falar sobre isso
-Mas me diz,sobre o que ele tá falando?
-Sobre a minha família
-O que tem eles?
-Elena!Por favor não
Fiquei quieta até chegarmos no bar,fomos tomar umas bebidas e ele me pareceu bem tenso
-Vamos esquecer isso,viemos nos divertir,se esqueceu
-Não,tá tem razão,por isso eu te amo -disse ele me beijando
-Eu também
"Se ele acha que eu simplesmente vou deixar pra lá,ele realmente está muito enganado"
-O que quer fazer?
-Vamos dançar?
-O que?!Aqui,mas não tem ninguém dançando
-Mas não tá tocando música,então?
-Você não vai me forçar a isso,vamos jogar,eu prefiro,vai,por favor
-Não tem como dizer não pra esse rostinho lindo né?
-Yes -disse ele mordendo os lábios,fato que me deixa louquinha
Jogamos sinuca,bebemos um pouco,jogamos dardos,bebemos,acabamos voltando para o bar
-Porque nunca me fala da sua família?
-Elena,não é hora pra isso?
-Não confia em mim né?Até o meu pai sabe,menos a idiota aqui -Falo sem olhar pra ele
-Não é assim
-Então é como? -pergunto olhando pra ele
-Não aqui,vamos pra rua,aí eu te conto
Sentamos em um banco de tijolos que ficava em frente ao bar e ele começou a falar
-Meu pai é um homem muito rico,mas sempre foi frio com todos,minha mãe morreu quando eu tinha quatorze anos,ela estava muito doente e um dia eu o meu irmão fomos pra escola e quando voltamos,meu pai nos deu a pior notícia,ela havia falecido,ele não nos deixou nem ir ao enterro dela,disse que éramos muito novos para aquilo,ele não a amava,não nos amava,nem ligava na verdade,quando eu fiz dezoito anos eu tentei fugir com o meu irmão,mas ele nos viu e nos deu uma surra e disse que se eu quisesse ir que fosse,mas não levaria o Stefan e nem precisaria voltar,porque ele já não me considerava mais seu filho
Aquela história triste me emocionou muito,me fez ver que não podia reclamar tanto do meu pai e que eu não sou a única que sofro por ter perdido a mãe
-Não precisa,mas me contar nada,tudo bem,é melhor a gente ir
Ele continuou parada,olhando para o nada,com o semblante triste
-Nunca mais os vi,até o dia do meu casamento,a Rose os convidou,achei que eles não apareceriam,mas apareceram,estava morrendo de saudade do meu irmão e as vezes me sinto culpado por ter deixado ele lá,mas foi bom,ele ficou rebelde e meu pai tem que conviver com um filho que prefere ser mecânico do que cuidar da fortuna dele
-E como ele te tratou no seu casamento?
-Meu irmão foi meu irmão,como sempre,compreensivo e amoroso,mas meu pai também não mudou,ele disse que bom que conseguiu uma família,tomara que não perca essa também
-Ele disse isso?Que horror!
-Acho que ele só foi lá pra constatar que eu tinha conseguido ser alguém na vida sem a ajuda dele
-E o seu irmão?
-Mantenho contato com ele as vezes,não muito,não gosto quando ele fica falando do velho
-E como fez sozinho tão novo?
-Fui me virando,pedindo carona,consegui sair daquela cidade,demorou uns dias,passei uns dias bem ruins,dormindo aonde dava,comendo o que tinha,mas nunca pensei em voltar,quando finalmente parei de fugir,fui tentar um trabalho,um lugar pra morar e consegui,conheci muitas pessoas boas que me ajudaram,fizeram coisas por mim que o meu pai nunca se preocupou em fazer,eu tive sorte quanto a isso,me formei com o dinheiro que eu ganhava com garçom e depois comecei um estágio remunerado como enfermeiro
Ele continuou sério e triste,eu puxei seu rosto para o meu lado e acariciei o seu cabelo
-Desculpa,não devia ter perguntado,mas agora tá tudo bem e eu tô aqui
Ele sorriu sem vontade,me abraçando
-Eu sei,vai lá pra casa?
-Vou,só me diz uma coisa mais,como meu pai sabe disso?
-Ele reconheceu meu sobrenome e deve ter pesquisado,ele disse que conhece o meu pai,só de vista,de negócios sei lá e agora acha que eu posso pedir a ajuda dele para salvar o hospital,mas eu não vou fazer isso
-Claro,eu entendo
-Eu sei que ele não sabe da história toda,só disse a ele que não mantenho contato com meu pai,que ele e eu não nos toleramos,mas ele insiste nesse história
-Deixa ele pra lá,quer que eu fale com ele,pra ele parar de te encher com isso?
-Não,não precisa,vem -disse ele levantando e segurando minha mão
Já no carro ele pouco falou e chegou em casa visivelmente abalado,tanto que assim que ele subiu Rita me parou
-O que houve com ele?Vocês brigaram?
-Não,é que ele me falou do pai dele e acabou...
-Ele não é muito de falar sobre isso
-A senhora sabe da história?
-Sei,a Rose me contou
-Muito triste né?
-Pois é,como pode um pai fazer essas coisas e tanta gente que queria poder ser mãe ou pai e não pode
-A senhora tem filhos?
-Não,eu tive,mas nasceu morta,na verdade eu nem a vi,nasceu em casa,mas eu acabei desmaiando e até delirei que fosse dois,mas minha irmã me garantiu que foi só uma menina e ela morreu logo que nasceu
-Então ela não nasceu morta?morreu logo depois?
-É,minha irmã não gosta de falar sobre isso,diz que não quer que eu sofra
-Estranho e você nunca quis ver o túmulo?
-Há sim,ela me levou até lá depois
-Que triste,parece que todo mundo tem uma história triste do passado
-A senhorita também tem?
-Sim,minha mãe faleceu quando eu tinha doze anos,mas meu pai não é que nem o do Damon,um pouco ausente,mas sempre me mimou e me enchia de presentes,na verdade,acho que ele fazia isso pra que eu suprisse a saudade da minha mãe,mas seria impossível,agora eu vou subir
-Boa noite senhorita
-Boa noite Rita

Subi,o Damon estava lá dormindo de roupa e tudo,nem o sapato havia tirado
-Damon,acorda -disse sacudindo ele -Vai tomar um banho
-Acho que eu peguei no sono,mas é que você demorou
-Fiquei conversando com a Rita,ela é bem legal né?
-É sim,então eu não demoro -disse ele levantando e indo até o banheiro
-Você tá melhor?
-Eu tô bem,só não gosto de ficar me lembrando disso,mas você que está com uma carinha
-Tô com dor de cabeça
-Devia ir no médico ver isso
-Eu fiz um checkup ano passado,todos anos eu faço,eu tô bem,deve ser da visão,eu preciso usar óculos pra longe,mas eu detesto,você também usa né bebê eu vi quando você chegou no hospital
-Eu uso,mas pra perto,não enxergo pra lê,mas eu só uso se for muito necessário,na maioria das vezes eu leio normal -Gritou ele do chuveiro
-Fica lindo de óculos -Ouvi a risada dele lá do banheiro
Tirei minha roupa e entrei no banheiro com ele
-Posso tomar banho com você?
-Amor,não provoca,sabe que eu não resisto
Eu entrei no box e fui até ele o beijando -Quem disse que eu quero que você resista?
-Não disse que estava com dor de cabeça?
-Estou,mas quero que me ajude a esquecer dela -Fala sorrindo provocando
Ele me agarra e me beija,me levante até o vidro do box,enquanto passeia suas mãos pelo meu corpo,eu o agarro pela nuca pulando no colo dele,ele me segura,enquanto desce seus beijos para o meu pescoço e meu colo...

Ele me leva pra cama
-Vamos molhar toda a cama
-Depois eu troco as roupas de cama
-Já não cansou não
-Não,segundo round -disse ele voltando a me beijar
-Você é insaciável
-Só com você -disse ele beijando voltando a me beijar...

Doctor's diaryOnde histórias criam vida. Descubra agora