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Segundos depois, nossos lábios mantinham o contato, entretanto não estavam estáticos. O selar havia se tornado um beijo cheio de sentimentos. Inicialmente, nossos lábios se moviam desajeitadamente, buscando nossa própria sincronia que, ao ser encontrada, mostrou-se espetacularmente perfeita. Suas mãos estavam em minha cintura, apertando-a levemente, ao passo que as minhas se encontravam em sua face, fazendo um carinho em suas bochechas.

Quando o ósculo se findou, nossos olhos se encontraram, mantendo o contato visual por alguns segundos antes de unir nossos lábios novamente. Aquele contato me causava novas sensações, era como se descargas elétricas se movessem por todo o meu corpo, transformando-se em energia térmica que aquecia minha pele. Eu poderia me derreter estando nos braços de Taehyun e desejava que aquela sensação nunca se extinguisse.

- Por que nós não nos beijamos antes? - Perguntei, assim que nos separamos novamente.

- Eu estou me perguntando o mesmo - disse. 

Sorri para o mais novo, depositando um beijo em sua testa. Em seguida, segurei suas duas mãos, iniciando um último beijo, igualmente terno e calmo. Nós não precisávamos ter pressa. Essa era a resposta para o nosso questionamento,  quando estávamos juntos, o tempo não importava. Até mesmo quando as horas se esvaiam rapidamente, a necessidade de seguir nosso próprio ritmo sempre falava mais alto.

Voltamos a prestar atenção na televisão, dessa vez, eu me deitei, repousando a cabeça no colo de Taehyun enquanto ele acariciava meus fios. Terminamos de assistir o primeiro filme e o mais novo escolheu outro para assistirmos, dessa vez era de ação. 

O filme era muito bem produzido, com uma estética incrível e efeitos especiais bem elaborados, entretanto, ao chegar na metade do filme comecei a ficar com sono. Por mais que lutasse contra a vontade de dormir, para aproveitar esse momento com o Kang, meus olhos começaram a pesar e o mais novo notou isso.

- Hyung, acho melhor você deitar na cama.

- Você vai ficar comigo? - perguntei.

- Claro que sim.

Me levantei do sofá, sendo acompanhado pelo mais novo até seu quarto. Assim que ele abriu a porta, eu me deitei - lê-se me joguei - na cama, fechando meus olhos.

- Você não quer... - A cada palavra, sua voz se tornava distante até que eu me rendesse ao sono e tudo escurecesse.

...

Acordei sentindo as mãos macias de Taehyun em minha face. Abri meus olhos que imediatamente se encontraram com os do mais novo. O primeiros raios de sol do dia iluminavam seu rosto e realçavam a beleza singular de seus traços. Pensei no quão bonito ficaria um quadro que retratasse a imagem que meus olhos viam, mas pinceladas em uma tela nunca seriam capazes de retratar tamanha beleza.

- Está pensando no quê? - perguntou, levando os dedos até meu cabelo.

- Em como você fica bonito nessa iluminação - respondi, sinceramente.

- Só nessa iluminação? - Um bico se formou em seus lábios.

- Não, mas nessa em especial.

- Digo o mesmo sobre você.

- É por isso que ficou me observando desde que acordou? - perguntei, mesmo sem saber se fazia muito tempo que ele estava acordado.

- E até que eu dormisse também - confessou, sem medo algum da minha reação ao ouvir suas palavras.

- Você demorou quanto tempo para dormir depois que eu apaguei?

- Acho que menos de meia hora - respondeu. - Nem me pergunte como isso aconteceu, eu também não sei.

- Quantas horas, são? Nós temos que ir para a aula.

- Está cedo ainda, hyung...

- Certo - falei, fazendo uma pequena pausa antes de continuar a falar. - Você pode parar de usar honorifico agora que estamos juntos, okay?

- Tudo bem, só é um pouco diferente.

- Mas com o tempo você se acostuma - concluí. - O que você vai fazer na sexta a noite? - perguntei, já que após as aulas de hoje, e do resto da semana, não conseguiria me encontrar com o Kang devido ao trabalho. - Poderíamos nos encontrar, o que acha?

- Eu vou jantar com meus pais - informou. - Me desculpa, mas nós podemos combinar outro dia, não é?

- Não precisa pedir desculpas. - Sorri. - Temos o final de semana todo pra nos vermos,certo?

- Com certeza, saiba que vou ficar grudado em você o sábado inteiro.

- Eu não vou reclamar. Mas me diga, o que você quer fazer no sábado? 

- O que acha de me ensinar a pintar?

- Sério? - perguntei, surpreso. - Achei que você queria me superar em alguma habilidade.

- Já  ouviu dizerem que o aprendiz pode superar o professor? - Assenti em uma afirmação que já havia escutado isso antes. - Vai ser assim com nós dois.

- E o que te faz pensar que eu vou te ensinar, sabendo dessa informação?

- É brincadeira - disse, rindo. - Eu tenho certeza que não conseguiria fazer nem metade do que você faz.

- Não fala assim, existem vários pintores que começaram bem mais velhos que você. E sim, eu vou te ensinar a pintar. Tenho certeza de que isso vai ser divertido.

- Ou um desastre, levando em conta que minha última experiencia do tipo foi no ensino fundamental.

Me virei, olhando para o teto e levei a mão direita até o queixo, fingindo estar pensando.

- Com o professor que você vai ter, a possibilidade de ser um desastre é realmente alta - disse, sem deixar de olhar para o teto. - Mas, se você prestar atenção no que ele explicar e não se distrair com com a beleza dele, você vai fazer um bom trabalho.

- Por que você é tão convencido? - deu um tapa em meu ombro pela milionésima vez e eu sorri. - E por que eu ainda te dou corda? 

- Porque você gosta disso, não é?

- Sem chance, não vou inflar seu ego gigante - respondeu, cruzando os braços. 

Por alguns minutos, um silêncio confortável se instalou, uma vez que eu não havia pensado em uma maneira de provocá-lo, ao passo que o outro estava ocupado demais tentando fingir que estava irritado com isso. 

- Taehyun-ah - chamei.

- Sim? - O mais novo voltou seu olhar para mim.

- Sabia que eu tenho um namorado incrivelmente maravilhoso?

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