dia quinze: se você pudesse fugir, para onde iria?

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Para ser honesto, eu sempre pensei sobre isso. Quando eu estava na adolescência, momento em que, naturalmente, você se revolta, seja com ou sem um sentido concreto, eu via outros adolescentes falarem sobre isso o tempo todo, porque, afinal, você quer fugir da escola e da fase de quase adulto, e eles falavam com brilhos nos olhos, suavidade da voz, enquanto eu simplesmente não fazia ideia para onde eu iria, não tinha sonhos, ambições, nem mesmo uma influência. Eu me perguntava: se eu fugisse, do que eu estava me escondendo? Para onde eu iria? E por quê? Nenhum desses questionamentos ganharam respostas até hoje. E eu sentisse que, caso acontecesse mesmo, eu me sentiria perdido, sem rumo, porque a vida que eu levava, e levo, é apenas: terminar a escola, depois a faculdade, arrumar um emprego, conseguir uma casa ou apartamento, juntar dinheiro para absolutamente nada, viver uma rotina de emprego e casa, aposentar-se e depois morrer. 

Se eu fugisse, conseguiria um meio diferente, mas o que exatamente eu conseguiria?

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