Capítulo Três - Segunda Temporada

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Jennie Kim

— Você só pode estar ficando maluco se pensa que eu vou te deixar passar mais um minuto que for na minha casa!

Junkyu realmente está passando dos limites. Ele disse uma noite. Apenas uma noite. O que passa na cabeça dele? Tá acreditando que eu sou uma alma caridosa que abriga pessoas que não tem condições? Não. Definitivamente não. E eu não quero que ele fique aqui nem mais um minuto! Nem mais um minuto!

— Ande! Junta suas coisas e pode ir metendo o pé da minha casa — Comecei a juntar os pertences dele que estavam jogados pelo quarto. Ele nem se deu o trabalho de deixar tudo arrumado. Só jogou para tudo qualquer lado e nem se preocupou com a organização do quarto antes dele chegar. E ele trouxe uma mala inteira! Uma mala! Era só uma noite e ele trouxe uma mala! — Eu tô avisando, Junkyu! Sai logo da minha cama

— Não seja mal-humorada! Eu já vou ir embora, não se preocupe! — O moreno levantou da cama deixando o lençol que o cobria cair no chão e eu dei um grito antes de virar de costas.

Ele estava pelado! PUTA QUE PARIU! Porque ele estava pelado? Meu Deus do céu eu não acredito que essas coisas aconteçam comigo.

— Se assustou com o tamanho da Junkyuconda?

Ah meu Deus. Eu vou chorar!

— Veste uma roupa logo Junkyu pelo amor de Deus! Se a Lalisa chegar em casa ela não vai entender o que está acontecendo e só vai se concentrar no fato de eu você estarmos num quarto, e você estar pelado. Seu porco nojento! Você sujou minha cama! — Peguei uma bermuda qualquer na mala dele e joguei por cima das costas. Sem nem me virar. Eu não quero ver nada que venha daquele homem.

Tudo bem, que num passado, bem distante, eu fazia bom proveito da Junkyuconda como ele gosta de chamar. Mas é no passado. E por favor, a da Lisa é bem melhor. E bem maior.

— Eu vou esperar lá embaixo! E é melhor você descer vestido e com a mala em mãos! —

Sai pisando firme do quarto e bati a porta com força, me arrependendo logo em seguida quando ouvi o barulho de algo caindo no chão e se quebrando. Era um quadro. Que ficava perto da porta na, na mesma parede.

— VOCÊ VAI PAGAR MEU QUADRO, JUNKYU! — Soquei o punho na porta gritando irritada.

— Mas foi você quem quebrou, doida! — Sua voz saiu abafada.

— NÃO IMPORTA! VOCÊ VAI COMPRAR OUTRO!

Desci as escadas o mais rápido que podia. Precisava falar com a Sra.Hee e avisar que Junkyu não vai ficar para o almoço, muito menos para o jantar. Ele nem vai tomar café! Sabe quantas horas são? 11:39. E vocês pensam que ele ia acordar por conta própria se eu não tivesse ido o expulsar da minha casa? Absolutamente não. Se bobear, ele dormiria a tarde inteira.

Me lembro disso quando morávamos juntos. Ele ficava a madrugada acordado e dormia a tarde inteira. Um completo folgado. Na época, eu não me importava e não ligava pro tempo que ele passava dormindo. Mas agora, que estamos totalmente afastados e que sou uma mulher com compromissos, eu vejo o quão vagabundo ele é.

Nossa vida era resumida em bebidas e sexo. Enquanto eu tentava abrir minha empresa. Um completo caos.

Junkyu foi meu primeiro baby boy. Não exatamente. Nossa relação era complexa. Perdi minha virgindade com ele. Em um carro. Não havia apenas um dominador na nossa relação. Nós dois fazíamos as coisas juntos.

— Hee! Não precisa aumentar a quantidade de comida. A praga do nosso hóspede indesejado vai embora em menos de 30 minutos. Não se preocupe em fazer comida para ele.

Hee não era tão de idade quanto Kina. Estava na casa dos 40 e era uma mulher bem cuidada. Possuía os cabelos escuros como o carvão e um bronzeado invejável e natural na pele. Sem contar, que seus olhos eram de uma tonalidade de castanho bem claro. Era uma mulher extremamente bela.

Não tinha filhos, nem marido. Morava com a irmã em um vilarejo próximo a minha casa. Isso facilitava com o horário dela. Sempre pontual.

— Ah,que pena, ele é um jovem adorável, sabia que foi ele quem buscou os ingredientes para o almoço? De manhã bem cedinha, assim que eu cheguei ele já estava de pé fazendo o café.

Junkyu? Kim Junkyu? Tenho certeza que não. Ela deve estar enganada.

— Junkyu não lava nem o próprio prato quem dirá fazer café ou ajudar nas compras. Não se iluda com ele, Hee. — Peguei um copo no armário e o enchi de suco de laranja. — Onde está Taeyang? Não o vi pela casa.

Taeyang costumava acordar bem cedo. Pegava seus brinquedos e ficava brincando na sala até o dia acabar. Mas hoje, ele não estava lá quando desci. Hee sempre chega quando ele está acordando. O arruma, ajuda-o a arrumar uma roupa e o alimenta. Além de nossa empregada, ela também me ajuda sendo babá.

Tenho muito orgulho de meu menino. Mesmo tão pequeno, ele tem uma capacidade incrível de se virar sozinho. Certo dia, enquanto eu e a Lisa estávamos viajando a negócios, Taeyang nos ligou por chamada de vídeo, e ficou nos mostrando seus desenhos. Ele tem o dom artístico da mãe. Na verdade, ele puxou quase tudo de Lisa, o cabelo, os traços físicos, a personalidade e até às habilidades. Eu não vejo um traço meu sequer no menino. E isso não me importa. É bom ver um mini Lisa pela casa.

— Ele deve estar no quintal, senhora. Quando cheguei ele já tinha se arrumado.

Agradeci com a cabeça e subi para o meu escritório. Precisava resolver algumas coisas. Atualmente, Jisoo é minha sócia e fica na empresa a maior parte do tempo, enquanto eu posso aproveitar minha casa e minha família. Foi uma troca justa, eu acredito. Eu amo minha empresa, mas não queria me prender tanto a ela, e Jisoo ama a empresa e quer se prender a ela. Além do mais, que nossas vendas aumentaram e nosso lucro subiu inacreditavelmente.

Junkyu foi embora depois de 12:00. Passou no meu escritório para se despedir e eu apenas acenei com a mão. Não quero ele em minha vida novamente. Não quero ele perto de mim, de Lisa e muito menos de nosso filho. Junkyu me fez muito mal no passado. Qualquer coisa que tenha ligação com ele, é algo ruim.

Quebra de tempo

Já se passavam de 10 horas da noite e Lisa ainda não tinha chegado em casa. Ela não atendia o telefone, não respondia minhas mensagens e a secretária dela me informou que ela já tinha saído da galeria. Ela não veio nem para o almoço. Está sem me dar notícias desde cedo.

Ela estava bem? Eu acredito que tem alguma coisa errada.

Lisa nunca fez isso, nunca ficou sem me dar notícias. Ela sempre me avisa cada lugar aonde vai e nunca voltou para casa tarde. Quando da 20:00, o carro dela já está na garagem. E ela acredita que fazer refeições em família é de extrema importância pro crescimento de Taeyang. Alguma coisa está errada

Liguei novamente para o seu telefone, nem ao menos chamou, deu logo caixa postal.

Meu coração estava aflito e eu quase caí na cadeira quando a campainha tocou.

Por favor, não seja algum policial. Por favor, não seja algum policial. Por favor, não seja algum policial.

Não era um policial. Era o capeta.


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Yes, Mommy | JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora