O som da respiração dos dois e a chuva do lado de fora eram os únicos barulhos enquanto Cassian levava Nestha para cama, ainda sem quebrar o beijo. Ele se ajoelhou no colchão, afrouxando as mãos para que ela deslizasse do seu corpo, mas ela apertou as pernas.
Ele se apoiou nos calcanhares e Nestha sentou em seu colo, a posição infinitamente mais confortável - e com muito mais acesso. Ela explorou livremente a nuca de Cassian com as unhas, arrancando um sibilar. Mordeu o seu lábio inferior e roçou em cima do volume que ela já conseguia sentir embaixo dela.
Cassian respondeu arrancando a armadura de Nestha com as mãos - o couro e tecido se rasgando um som já familiar para ela - e a deixando nua da cintura pra cima. Em seguida, tirou sua própria armadura, dessa vez com menos urgência. A sensação de pele contra pele foi como um choque contra o sistema de Nestha, e ela tomou alguns segundos para passar a mão pelo peito e ombro de Cassian, sentindo os músculos fortes e molhados pela chuva.
Ele capturou a mão dela com a sua e beijou a palma, algo terno tomando conta dos olhos castanhos.
Cassian a empurrou para trás gentilmente, deitando-a na cama.
Pegou sua outra mão e repetiu o gesto.
Levou ambas acima da cabeça de Nestha.
E as segurou lá.
Era a posição mais vulnerável na qual Nestha já havia ficado. Uma parte de si se rebelava contra o toque - a mesma parte que se perguntava se Cassian algum dia a forçaria como Thomas havia feito, não porque ele havia dado algum sinal ou ela realmente achasse que era uma possibilidade, mas puro medo. A mesma parte dela que ainda estava no fundo do Caldeirão tentando respirar, totalmente vazia e quebrada, e que talvez jamais conseguisse sair.
Mas havia uma outra parte dela - nova e ainda desconhecida, mas infinitamente maior que a anterior - que encontrara seu lugar junto às fêmeas illyrianas do acampamento. Que achara força e paixão dentro de si onde havia somente terror e mágoa. Que havia visto nos braços de Cassian um futuro. Um lar.
Essa Nestha... essa Nestha não se sentia presa pelas mãos de Cassian.
Ela se sentia livre.
Desafiada.
Viva.
Nestha observou os olhos de Cassian. Sua boca. E arqueou o pescoço para trás, a oferta - a ordem - clara. Ele afundou a cabeça no vão entre o ombro e o maxilar de Nestha, o chupão precisamente do jeito que ela gostava. Do jeito que ele sabia que ela gostava.
Ela deixou um gemido baixo escapar. Cassian desceu com a ponta da língua até a sua clavícula, deixando a pele arrepiada por onde passava. Quando chegou aos seios, ela involuntariamente ergueu as costas, os pulsos subitamente livres e uma das mãos de Cassian apertando seu quadril.
O primeiro toque da língua a fez xingar, e desejo como ela nunca havia sentido antes pareceu se acumular nas veias. Cassian levou a mão que estava livre ao outro seio, e se deliciou em ambos - acariciando, apertando, lambendo e mordiscando. Quando a necessidade por alivio parecia insuportável e ela estava prestes a se estilhaçar, entretanto, ele parou.
— Ainda não, — ele murmurou contra a pele dela, riso em sua voz. Nestha grunhiu em protesto. O riso de Cassian ficou mais grave, mais... perigoso. Ele subiu para beija-la rapidamente, mordendo seu lábio inferior ao se afastar e continuar o caminho que estava fazendo com a boca.
Nestha sentiu sua raiva evaporar, entretanto, ao Cassian passar pelo seu estômago.
Ao ir mais baixo.
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Silver and flames - uma coletânea Nessian
RomanceHistórias curtas sobre Nestha e Cassian que se passam durante (ou após) A Court of Silver Flames. Arte da capa: emmilinne (tumblr)