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Vitória on:


Segunda chegou mais rápido do que esperava, a minha mãe ignorou-me todos esses dias, ou melhor também não me esforcei para lhe falar, depois de tudo o que ela me disse. Sinto cada vez que preciso de um novo começo, porque começo a duvidar que alguma vez a minha vida foi uma verdade. O que é que se passa?

Onde anda ele? Será que ele gosta mesmo de mim? Será mesmo que ele esta bem? 

Estaciono o carro no parque de estacionamento da faculdade, e tudo parece estar igual ao de antes. Fico a observar tudo atentamente, as pessoas que correm por causa da chuva que cai.

Entro na sala da faculdade e sou inundada com abraços da Bruna.

- Meu amor! Estou cheia de saudades tuas!- ela abraça-me com força.- Estas bem?

- Sim, estou e tu?- retribuo, realmente estava cheia de saudades da minha melhor amiga.

- Não  parece, estas com uma cara péssima! As tuas férias foram boas?- ela pergunta entusiasmada.

- Férias?- do que ela está a falar?

- Sim, férias, a tua mãe disse que tinhas ido de férias!- ela diz como fosse obvio, claro que a minha mãe tinha de inventar desculpas, mas de facto o que ela ia dizer? Não é?

- Ah sim, foram boas, fui para um sitio cheio de praias.- digo, em certa parte não é mentira.

- Podias vir lá a casa, almoçar, falávamos melhor! A minha mãe esta tipo cheia de saudades tuas!- ela sorri.

- Sim, tudo bem!- realmente eu preciso de desnuviar a cabeça e aproveito e apanho os resumos das aulas que perdi.

Sabem parecia que eu tenho outra vez 16 anos, quando perdi o meu pai e fiquei sozinha com a minha mãe, lembro-me que ela chorava todos os dias, e o nome dele foi proibido em nossa casa.

Parece que tenho de cuidar de mim mesma outra vez, que tenho de fingir não estar triste. E agora a minha mãe quer controlar-me, engraçado ne?!

Sou inundada de abraços pela a mãe da Bruna.

- Minha querida!- ela diz mexendo no meu cabelo.- Estas mais magra!

- É verdade!- riu-me.

- Ainda bem que fiz lasanha!- ela diz indo ate a cozinha e trazendo uma travessa de lasanha, o cheiro deixa-me com fome.

- Que bom tia!-sorriu.

- Bom, eu tenho de ir ao escritório, mas dentro de uma hora estou de volta!- A tia lança beijos para o ar, deixando-nos sozinhas.

(...)

- Ainda não me contaste o que se passa!- a Bruna diz, alcançando o comando da televisão.

- Não se passa nada!- brinco com as minhas unhas, o verniz está estalado, não me lembro da ultima vez que as fiz.

- Anda aí homem novo?- ela olha para com uma cara de tarada e eu riu-me.

- Estás doida? -respondo e ela atira-se para cima de mim.- Bruna!

- Estas a gozar? Quem é ele?- ela pergunta curiosa e encara-me para que não lhe escape nada.

- Não há ninguém, se houvesse já te tinha dito, não achas? - digo como fosse obvio.

- Sei la, desde que a tua mãe se casou que andas toda esquisita.- ela diz sentando-se outra vez no seu lugar.

- Bem, mana tenho de ir embora!- digo levantando-me do sofá da Bruna onde estou sentada a três horas.

- Estás a gozar? Agora que a conversa estava boa?- ela faz beicinho.

- Tem de ser!- ela levanta-se levando-me até a porta.

- Beijos!- ela abraça-me e eu saiu dali.

O meu Padrasto IIOnde histórias criam vida. Descubra agora