Dois

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Oi :)

*

Olavo Bennett

Mal estaciono o meu carro quando percebo a Ferrari extravagante de meu irmão na rua, que apesar de ser trocado todo ano, continua com a mesma cor berrante. Vermelho! Termino de estacionar e saiu do carro indo diretamente para casa que divido com o meu pai. Assim que destranco á porta, escuto de longe a risada gostosa e contagiante de minha sobrinha Hope. Um meio sorriso cresce em meu rosto e ando em direção ao som, encontrando meu pai beijando sua barriga gordinha.

Meu irmão está em pé atrás do balcão da cozinha encarando os dois com um sorriso bobo e minha cunhada está de costas, cortando algo. Assim que ela se vira, um sorriso de boas vindas me cumprimenta.

– Olavo! Bom ver você, sumido!

– Irmãozinho. – meu irmão desvia o olhar de nosso pai e sua filha e me encara com um sorriso debochado. – Você por aqui essa hora.

Coloco minha pasta no chão e encaro ambos, sentindo uma necessidade fodida de mandar eles se foderem. Especialmente meu irmão. Para conquistar algo precisa de dedicação e isso que não me falta para crescer cada vez mais profissionalmente. Ser um dos primeiros a chegar e um dos últimos a sair, era só um pequeno detalhe.

– É bom ver vocês também. – reviro os olhos e ando até Hope que grita.

– Titio.

Ela está no colo do meu pai agora e arregala os olhos verdes com sua boquinha entreaberta encarando– me com euforia. Seus bracinhos se estendem em minha direção e eu a pego no colo, sentindo o seu perfume suave e as mãos macias apertarem meu pescoço. Aperto– a em meus braços e a balanço um pouco fazendo– a gargalhar e tirar sua cabeça do meu ombro. Com seu rosto perto do meu, beijo sua bochecha redondinha e pergunto.

– Sentiu falta do tio, doçura?

– Muita. – ela afirma e me abraça de novo.

– O tio também sentiu muita sua falta. – afasto– a beijando sua bochecha e a voz de Oséias preenche a sala.

– Tio estou entrando.

– Osiel. – Hope grita seu nome errado e ele quase corre, aparecendo com um sorriso e pegando– a no colo.

Hope tinha todos nós presos em seu dedo mindinho. Constato isso e me sento na cadeira em frente ao balcão da cozinha, vendo meu pai me encarar com seriedade. Sem desviar os olhos dele, pego uma maçã da fruteira e a mordo.

– Deixe– me adivinhar, vai ao Camp?

– O que é Camp? – Flora questiona.

Oliver me encara e depois nosso pai, mas quem explica para ela é Oséias.

– É um dos maiores clubes clandestinas existidos por aqui. Apostas e bebidas acontecem á noite toda.

– Lutas clandestinas? – ela questiona pensativa. – É o lugar que você luta?

Sua pergunta à queima roupa me faz dar de ombros sem importância e faz Oliver afirmar com veemência.

– Não. – e continua com firmeza. – Você não vai!

– Por que não? – questiona com indignação.

– Porque não é seu lugar. – é sua resposta, mas não uma das mais inteligentes.

– E qual é o meu lugar?

Oliver a encara e eu desvio o olhar porque parecia que ela poderia matar ele a qualquer segundo pela forma ao qual ela esperava sua resposta.

Lutando Contra Paixão - Irmãos Bennett | Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora