Livres para Sermos Eu e Você

... e o recomeço.

Pouco mais de um ano se passou desde a grande vitória.

Às vezes, Sam e Dean ainda sentiam que a qualquer momento um novo apocalipse bateria em suas portas, os puxando de novo para a vida de caçadores que haviam deixado para trás. Felizmente, eram apenas seus instintos depois de tantos anos presos em uma vida de batalhas que os marcaram para o resto da vida.

Castiel e Sam, depois de meses de insistência, conseguiram convencer Dean a procurar ajudas psicológicas e terapêuticas para que ele pudesse, com o tempo, ir curando algumas de suas feridas interiores. Por mais que soubessem que curar todas seria impossível, principalmente pelo fato de que Dean tinha de adaptar a verdade para que seu terapeuta não o mandasse ser internado em um hospital qualquer por dizer que combateu todos os tipos de monstros em toda a sua vida, os dois sabiam que Dean tinha muitos remorsos e mágoas ainda guardados que poderiam ser cuidados de maneira profissional.

Após algumas sessões, Dean teve de admitir que aquilo realmente o ajudava. Sam, por outro lado, não precisou ser convencido, e frequentava sessões de terapia por livre e espontânea vontade. Os dois enfim aprenderam a procurar ajuda de forma não sobrenatural.

Fora isso, Sam voltou aos seus estudos através de cursos e maneiras rápidas de especialização, e com o tempo formava uma pequena carreira confortável. Dean conseguira um emprego em uma empresa automobilística, e Castiel era atendente em uma floricultura. Os três mantinham uma vida simples, suficiente para lhe darem um aluguel em suas novas casas. Tanto Cas e Dean (e Miracle), quanto Sam e Eileen moravam em suas respectivas casas agora, não muito longe uns dos outros.

Era um fim de semana. Os irmãos alugaram uma simples casa na praia para comemorarem o aniversário de Dean depois de juntos guardarem dinheiro para isso, e queriam aproveitar também para organizarem um chá de bebê para o novo membro da família que viria dali alguns meses. Dean sempre achou que seria um tio incrível, e naqueles dias em que ficavam juntos fazia de tudo para expressar isso para seu irmão, sua cunhada e seu namorado.

"Bom dia, raio de sol.", Dean cumprimentou quando um Castiel sonolento entrou à cozinha onde estava. Como de costume, ele estava vestido com o antigo roupão de Dean, que o deixava ainda menor do que era uma vez que a peça de roupa era duas vezes maior que ele. O Winchester adorava aquilo.

"Bom dia... como consegue acordar tão cedo depois de dormirmos tão tarde?", o moreno perguntou enquanto se sentou ao lado de Dean e deitou a cabeça em seu ombro. Se referiu à uma bela noite de amor que compartilharam, depois de alguns dias em abstinência devido ao emprego dos dois, que ocupou os seus dias naquela semana.

"Eu não acordei cedo, você que acordou muito tarde. Já são 10h.", Dean respondeu levando um beijo à sua testa, e logo voltando sua atenção ao computador em sua frente.

"Isso é cedo pra um sábado...", Cas sorriu com o beijo e em seguida alcançou uma xícara e a garrafa de café, se servindo. "O que está fazendo?"

"Pesquisando o que a gente pode dar pro pequeno Dean, ou Diana, quando o chá de bebê rolar."

Castiel revirou os olhos.

"Dean, primeiro, ele, ou ela, não vai se chamar Dean ou Diana, Sam e Eileen já cansaram de te falar isso. E segundo, você está olhando diversas imagens do Led Zeppelin. O que isso tem a ver?", sua feição se misturava entre divertimento e confusão.

"Primeiro, é claro que vai. Segundo, eu achei um site que eles fazem aquelas roupinhas de bebê personalizadas, aí você manda a foto e eles colocam na roupa. Não é incrível?!", o loiro disse empolgado.

"O que vai ser incrível será a reação do Sam quando ver isso.", Castiel riu e tomou um gole de seu café. Aprendeu com seu namorado a amar aquela bebida, e se sentia humanamente depende a ela todas as manhãs, assim como ele.