Midge já estava há dias trancafiada naquelas pesquisas, sempre levara a sério seu trabalho e não levava desafio para casa, mas ela sabia que, como Midge havia falado, aquilo levaria meses.
Midge escutou baterem na porta do trailer e estranhou. Quem estaria naquele lugar em plena madrugada? Sua surpresa só aumentou quando viu Toni do lado de fora, com os braços encolhidos devido ao forte vento que as atingia aquele horário, o inverno se aproximava.
-- Com licença. -- Toni disse baixo.
-- O que quer? -- Midge perguntou e seus olhos se abaixaram na altura das mãos de Toni quando a viu entregar a ela uma garrafa térmica.
-- Eu trouxe café. -- Toni disse com o queixo batendo. -- Sempre trago para a Cheryl e imaginei que você precisasse de um pouco. Aquece o corpo e te mantém acordada.
Qual era o intuito de Toni em acordar no meio da madrugada para levar-lhe café?
-- Eu não te envenenei, se é isso que pensa. Posso até provar antes para cessar suas dúvidas. -- Toni disse e Midge suspirou.
-- Entre aqui. Está frio aí fora. -- Midge pediu e Toni obedeceu, ouvindo a porta ser fechada atrás de si. -- Por que acordou de madrugada só para fazer isso?
-- Oh, não foi minha culpa. Foi o meninão. -- Toni disse e Midge franziu o cenho.
-- Quem?
-- Como "quem"? Meu pinto. -- Toni disse e midge franziu o cenho.
-- Seu pênis te acordou?
-- Sim, todas as noite vou ao banheiro de madrugada. -- Toni disse e Midge por fim entendeu, assentindo.
-- Cheryl estava dormindo? -- Midge perguntou e Toni sorriu.
-- Sim, tão linda que fiquei até com pena de sair de perto dela. -- Toni disse e Midge conteve um sorriso.
-- Gosta mesmo dela, hm? -- Perguntou, pegando copos descartáveis antes de entregar a Toni.
-- Gosto. -- Toni respondeu apenas isso, contudo, a intensidade de sua palavra, o brilho em seus olhos e sorriso bobo que brincava em seus lábios fizeram Midge saber que era algo puro e genuíno. -- Vou tomar o café para te mostrar que não tem veneno, mas já vou embora para te deixar trabalhar.
-- Não precisa tomar o café por isso. -- Midge disse e Toni suspirou.
-- Preciso me desculpar de novo com você. -- Toni disse olhando para Midge. -- Por suas pesquisas que perdeu, sabe? Eu sinto... sinto muito. Eu só queria mais bolhas.
-- Bolhas? -- Midge perguntou e Toni assentiu.
-- Sim, a Cheryl fazia bolhas por todos os lados e achei lindo, aí aproveitei para ficar bem perto dela, porque você deve saber como aquela mulher é cheirosa. -- Toni disse rindo e suspirou. -- Aí queria passar mais um tempo com ela, só não sabia que daria nisso. Eu nunca quis prejudicar ninguém.
-- Eu não te entregaria de verdade. -- Midge confessou e Toni sorriu.
-- Eu sei. A Cheryl disse que você tem um bom coração. -- Toni disse, pegando o copo de café e virando-o de uma vez. -- Boa noite, Midge. Bom serviço. -- Disse indo em direção à porta.
-- Toni! -- Midge chamou rapidamente e a garota se virou. -- Tenho algo para você. -- A menor franziu o cenho, mas esperou Midge fuçar em suas coisas antes de voltar até ela e entregar um comprimido lacrado em um plástico.
-- O que é isso?
-- É para a Cheryl, na verdade. -- Midge disse. -- Só fiz essa. É uma pílula do dia seguinte. Não fiz mais porque vai perdendo a força e se usar muito pode não funcionar, então use o dia anterior de tomá-la com sabedoria e esperem os anticoncepcionais ficarem prontos.
Os olhos de Toni focaram no comprimido e logo ela sorriu.
-- Obrigada. -- Ela disse e Midge assentiu, se sentando como se Toni já não estivesse ali.
A menor saiu animada dali e voltou para o trailer de Cheryl, removendo somente a blusa grande. Estava frio para dormir só de cueca, então permaneceu com sua calça de moletom e sua regata preta.
Seus olhos encontraram a figura delicada e doce dormindo encolhida na cama e um suspiro involuntário saiu de seus lábios. Ela colocou a pílula na gaveta de Cheryl e ergueu a coberta, se enfiando ali vagarosamente antes de abraçar o corpo a sua frente e inalar seu perfume.
-- Onde esteve? -- Cheryl murmurou ainda de olhos fechados e com a voz sonolenta e o coração de Toni se derreteu outra vez. -- Demorou.
-- Dor de barriga forte. Não sentiu o cheiro? -- Toni disse e Cheryl negou, se virando para ela e afundando seu rosto nos seios da maior.
-- Graças ao bom Deus não. -- Cheryl murmurou e Toni riu.
-- Estou brincando. Fui levar café para a Midge. -- As orbes castanhas se abriram instantaneamente, fitando Toni confusa.
-- Ela te ofendeu?
-- Não, acho que estamos bem. -- Toni respondeu e Cheryl suspirou aliviada. -- Ela fez para você uma pílula do dia seguinte.
-- Fez? -- Cheryl perguntou surpresa e Toni assentiu animada.
-- Sim. Sabe o que isso significa? Que a cobra pode se esconder na toca. -- Cheryl riu e plantou um beijo no pescoço da maior.
-- Está tão ansiosa assim para perder a virgindade?
-- Só porque é com você. -- Toni disse baixo.
-- Não transaremos agora. Estou com sono.
-- Eu sei, está frio, Cheryl. O meninão se encolhe e não gosta de sair da casinha.
-- Então me abraça e durma, amor.
Amor.
Amor.
A-M-O-R.
-- Acho que estou tendo uma parada cardíaca, pode checar? -- Toni disse e Cheryl abriu os olhos preocupada. -- Ouviu como me chamou?
-- Na verdade não. -- E, de fato, era verdade. Ela dissera sonolenta e sequer havia se dado conta.
-- Você me chamou de amor com "a" de AAAAAAAAAAAAAAAA. -- Cheryl riu alto e abraçou fortemente Toni.
-- Adoro as risadas que me tira o tempo todo. -- Cheryl murmurou e depositou um beijo nos lábios de Toni.
-- Não faço por querer, mas que bom que gosta.
-- Agora durma.
-- Se eu te chamar de amor também você terá uma parada cardíaca?
-- Acho que ficarei bem com isso. -- Cheryl falou contra a pele de Toni e a maior sorriu.
-- Então boa noite, amor. -- Toni disse e Cheryl sorriu, sentindo seu peito inflar antes de sentir o sono voltar a dar as caras.
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O último pênis - Choni
Fanfic[Finalizada] Quando, por algum motivo misterioso, todos os homens são infectados por um vírus fatal, só se resta mulheres no mundo. Os poucos homens que sobreviveram ficaram definhando, o que levou as mulheres a matarem cada um deles para evitar o s...