Três

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Acordei uma merda.

Até que Oli percebeu que eu não estava bem, mas me esforcei, para não deixar tão transparente assim.

Deixei ela na escola e decidi tomar café em uma lanchonete ali perto, nunca resolvia, mas eu sempre tentava esfriar a cabeça assim.

Era tipo aqueles costumes idiotas que não faziam sentido, mas faziam alguma coisa melhor.

O sininho da porta fez com que o Noah olhasse na minha direção, sorri e ele franziu o cenho.

Meus olhos correram pelo ambiente, a maioria das pessoas era sempre iguais e senti um levo alívio por ver ele.

- E aí dona Any, pelo visto as coisas não estão nada bem. - Noah falou atrás do balcão e sorri sem mostrar os dentes.

- Eu estou tão feia assim? - Dei risada me sentando e ele revirou os olhos.

- Você só aparece aqui quando está na merda... nunca percebeu? - Ele fez uma careta como se fosse óbvio, e realmente era.

Respirei fundo e apoiei as mãos no queixo enquanto ele pegava minha xícara de café.

- Provavelmente eu volte aqui mais tarde com uma amiga, aí você fica sabendo junto com ela para eu não precisar contar essa merda várias vezes. - Falei bebendo um gole de café e ele sorriu. - Até por que eu quero ver a expressão de vocês dois juntinhos.

- Espero que ela seja gata para compensar meus ouvidos. Você está bem?

- Não estou... e Noah, você namora. - Fiz uma careta e ele ergueu a mão.

- Não mais... porém vamos deixar para mais tarde e cada um conta a merda onde está se afundando. - o Noah falou limpando o balcão e levantei.

Até semana passada ele estava namorando e... o que isso queria fizer? Até semana passada eu não imaginava que aquele imbecil fosse voltar.

- Choremos. - Falei colocando dinheiro encima do balcão. - Até mais tarde.

Conversar com ele sempre me trazia um pouco de calma, vim aqui pela primeira vez depois que o Josh me deixou.

Nunca dei nada por esse lugar, eu vinha aqui no começo para não ter que ficar sozinha em casa... aos poucos fomos virando amigos e criamos uma intimidade absurda.

Ele participava de algumas coisas na minha vida, mas nosso vínculo sempre foi nessa lanchonete... os choros, as risadas, os piores e melhores momentos.

Apesar da sua namorada me odiar, nunca paramos por isso, ele me ajudou muito a superar tudo o que estava acontecendo.

Sorri me lembrando de alguns momentos e cheguei no trabalho.

- Any Gabrielly, uma hora você vai precisar me contar! - A Sina falou já nervosa e dei de ombros.

- Eu vou, mas não agora... O Mason não pode saber! - Cochichei enquanto ele pegava um documento na sala.

- Não posso saber o que? Vocês são péssimas em falar baixo. - Ele revirou os olhos e mordi os lábios.

- Se fodeu. - Ela sussurrou saindo.

Fiquei encarando ele por um tempo com um sorriso amarelo. Eu queria tanto chorar, precisava esvaziar a tensão do dia todo, a angústia, mas não queria preocupar ele, então sorri.

- Nada amor, vai em casa esse fim de semana? - disfarcei a voz embargada e ele assentiu.

- Vamos dar uma volta com a Oli, sair um pouco, tá? - Assenti sorrindo e agradecendo por ele ter saído.

A Nossa Vez | Adaptação BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora