Quatro

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Assim que peguei Oli na escola e cheguei em casa Josh estava do lado de fora.

Mordi os lábios e dei um sorriso meio amarelo pra ele, que como sempre estava com os olhos vidrados em Olívia.

- Olha mamãe, seu amigo tá aqui de novo. - Ela falou e assenti pensando "infelizmente"

- Oi princesa. - Ele falou pra ela e sorriu pra mim.

- Oi moço, como você se chama? - Eu queria morrer ao ver aquela cena.

Abri a porta enquanto os dois se cumprimentavam pela primeira vez, eu queria matar o Josh por estar aqui.

- Amor vai tomar banho que daqui a pouco começa a ficar frio tá? - Interrompi os dois e ela assentiu subindo as escadas.

Ele me olhou como se eu tivesse cometido um crime por não deixar eles conversarem, mas eu não sabia o que fazer caso ele contasse de uma hora pra outra.

Agradeci por ela se educada, acho que o ciúmes tinha começado a nascer em mim.

- Ela já sabe tomar banho sozinha? - O Josh perguntou e semicerrei os olhos pra ele.

- Está aprendendo... O que você veio fazer aqui? - Comecei a arrumar as coisas para fazer a janta e o exibido se sentou.

- Não sei se você sabe, mas a Olívia é minha filha também... eu queria ver ela, ver vocês. - Ele falou a última parte com a voz mais baixa e revirei os olhos. - Eu acho que pensei em alguma coisa, podíamos tentar sei lá, sair aos poucos, começar uma pequena amizade e depois as coisas fluem.

- É eu pensei em algo mais ou menos assim... ela precisa confiar e você, gostar de você até se tornar natural vocês estarem próximos. - Concordei sorrindo.

- Que tal esse fim de semana a gente sair? - Ele disse e eu engoli em seco.

- Eeeer... esse fim de semana não dá, o Mason vai levar a gente para o cinema. - Falei sem olhar para ele e vi seu semblante mudar.

- Seu chefe? - Ele ergueu as sobrancelhas e assenti. - A Olívia pensa que ele é o pai dela?

- Não! O Mason entrou na vida dela bem depois, deixei bem claro tudo o que aconteceu, os dois são tipo dois amigos, mas ela sabe que ele não é o pai dela. É complicado demais te explicar. - Dei de ombros pegando os legumes e ele se remexeu na cadeira inquieto. - Semana que  vem saímos ok? Na sexta talvez, sempre saio mais cedo, até lá já vou ter contato para ele que você voltou.

- Hm... ele ainda não sabe? - Vi quando ele respirou fundo e neguei. - Desde quando vocês dois estão juntos?

- Acho que quando a Olívia fez três anos começamos a nos aproximar... mas e aí, seus pais já começaram a arrumar a nova empresa? - Mudei de assunto.

- Começamos na segunda, ele está contente, não estava dando muito certo aonde estávamos e ele sempre gostou daqui... acho que fico ainda mais ansioso quando voltou e viu que as coisas estavam melhores. - Ele sorriu e eu assenti. - Muita coisa mudou não é mesmo?

- Ah sim, em cinco anos as coisas aconteceram muito rápido. - Falei assentindo.

Um silêncio meio desconfortável se instalou, algumas lembranças chatas que eu tinha enterrado há muito tempo voltaram.

Eu tinha certeza que ele também estava se lembrando, era doloroso, porém inevitável.

- Mamãe, eu não sei aonde coloco a toalha, sempre esqueço. - Oli apareceu fazendo biquinho e dei risada.

- Da pra mamãe. - Falei pegando a toalha e indo estender na lavanderia.

Ouvi os dois começando a conversar e meu coração se apertou. Eu sei que não deveria sentir isso, mas era estranho ter esse sentimento de medo dentro de mim.

A Nossa Vez | Adaptação BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora