Identidade

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Eu sou o ladrao

O preto
O preso
O preço
Pago
aos Patrícios fardados

Banhados de ouro
Da minha terra
De minha gente
Do meu sangue

De cada caboclo
Morto
Por arma
De fogo
Da lei
Dos homens brancos

Tiranos!
Tiranos!
Tiranos!

Tiramos
De nós
A identidade
De povo forte
Quilombo dos Palmares

Pra nos vender
Prostituir
Nossas escravas negras
Cada branco europeu
o corpo invadir

Guarani Kaiowá
Bença Pai, Oxalá
Vim trajada de puta
Pra mostrar
Mulher brasileira é espírito
O corpo é a natureza quem vai guardar

Engolir
Alimentar
Essa terra sem palmeiras
Onde já cantou sabiá

Do lado de cá
Dói mais
Tamõi
Zumbi
Já não vi

Hoje Claudias são arrastadas por aqui
Orixás vinde a mim
Traz
Paz

Pra cada puta
Preto
Preso
Pobre
De minha terra

De gente que sofre
Onde índio
Se tornou escambo de lote.

Bença, Pai!

Poesia da favelaOnde histórias criam vida. Descubra agora