3

1.4K 152 56
                                    

Na manhã seguinte, todos já sabiam sobre o acontecido com o trasgo e os três grifinórios. Pessoalmente, achei uma tremenda estupidez, mas fiquei realmente preocupada com o que poderia ter acontecido se eles não tivessem sido tão ágeis.

— Foi extremamente imprudente e perigoso! Poderiam ter morrido. — Reclamei. Ao meu lado, Harry, Rony e Hermione caminhavam com certa pressa para chegar na próxima aula.

— Se eles não tivessem ido, eu estaria morta agora. — Hermione lembra. — Por isso, serei eternamente grata aos dois.

— Não podem fazer coisas impulsivamente. Precisam de um planejamento!

_ E por que está dizendo isso? — Harry pergunta. — Nem sequer é nossa amiga.

Aquelas palavras me atingem como um soco no estômago e eu parei de caminhar automaticamente.

— Está bem? — Rony indaga ao me ver estática no meio do corredor.

Harry estava certo. Nós não éramos amigos, nem nunca seríamos. Mas eu não precisava ser amiga de alguém para querer que a pessoa não morresse, certo?

— Estou sim. — Minto, sentindo um nó se formar na minha garganta. —Melhor ir andando. Tenho aula de feitiços agora.

Corri pelos corredores até chegar no banheiro da Murta. Não sei porquê aquilo me afetou tanto. No fundo, eu sabia que quando Harry descobrisse a verdade iria se afastar, porém eu tinha uma pequena esperança de que eu estava errada e nós poderíamos ser amigos.
Lavei meu rosto na esperança de afastar as lágrimas, porém elas teimam em cair compulsivamente.

— Por que você está chorando? — Ouço a voz da Murta. — Está se sentindo solitária? Eu entendo bem isso.

— Mais ou menos isso. — Confesso. — Como você está, Murta?

— Quer saber como eu estou? — Ela pergunta. Eu percebo que a fantasma deixou uma lágrima escorrer pela sua bochecha. — Ninguém nunca perguntou como eu estava desde que morri.

— Eu... sinto muito. — Digo sem conseguir pensar em nada mais adequado. Como se consolava um fantasma?

— Tudo bem... Todos estão muito preocupados com suas próprias vidas para se importarem com a morte de uma ex-estudante.

— Pode conversar comigo, se quiser.

— Acho que você é quem precisa desabafar. Eu já estou morta de qualquer forma.

— Não é nada. — Respondo virando para o espelho novamente. — Acho que só estou cansada.

— O primeiro ano é sempre complicado, mas você vai se adaptar. É uma boa menina. — Sorrio com a resposta.

— Obrigada. — Digo sincera.

— Sabe... eu também não tinha muitos amigos em Hogwarts. Ainda não tenho, na verdade.

— Pode me considerar sua amiga de agora em diante.

— Quer ser minha amiga? — Ela pergunta com os olhos marejados. — Quer mesmo ser minha amiga?

— Com toda certeza! — Exclamo, confiante, sentindo a tristeza ir embora.

— Bem... — Ela flutua até a minha frente, parando a poucos centímetros de distância. — Seremos amigas, então.

As aulas de hoje foram extremamente lentas, e o relógio parecia disposto a não permitir que os ponteiros se movessem. Quando a última aula teve fim, eu quase pulei de alegria por, finalmente, ter um pouco de sossego. Entretanto, minha alegria não durou muito, afinal havia um relatório de poções para ser entregue no dia seguinte.

The night we met - A Filha De Sirius BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora