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Falta poucos minutos para as 11 da noite. Aquela ideia foi a pior que já tive em toda a minha vida. Sair por Hogwarts, beirando a meia noite, com toda a situação que vinha acontecendo para me encontrar com Potter? Eu definitivamente estava pirando. Porém meus pensamentos racionais são deixados de lado quando me pego saindo do salão comunal e caminhando pelos corredores escuros até o a torre de astronomia no último andar.

O local estaria em completo silêncio se não fosse pela música que Harry cantava baixinho, mas que, devido ao horário e a falta de barulho, tornou-se o suficiente para preencher toda a sala.

— Desculpe a demora. — Digo me aproximando do parapeito em que o moreno estava encostado.

— Não tem problema. — Potter garante sem desviar o olhar da inacabável floresta diante de nós.

— O que exatamente queria conversar? — Pergunto tentando quebrar o clima desconfortável que pairou. Ele hesita por alguns segundos antes de finalmente questionar o que martelava em sua cabeça.

— É verdade o que estão dizendo? É filha do fugitivo?

Suspiro pesadamente antes de responder. Algo me diz que Harry ainda não sabia quem era o tal fugitivo.

— Sou. Sirius Black é meu pai biológico. — Respondo sincera.

— Acha que você é o motivo pelo qual ele está tão próximo de Hogwarts? — Não, eu não sou o motivo, eu penso.

— Ele nem deve saber que eu estou viva.

— Como assim? — Harry indaga confuso.

— Digamos que ele foi o responsável pela morte da minha família. — Explico omitindo algumas partes — Sirius deve achar que eu morri junto com eles.

— Ele os matou? — Harry questiona com certo pesar na voz.

— Não exatamente, mas não quero falar sobre o que aconteceu.

— Claro, eu entendo.

Novamente silêncio.

— Sinto muito. — Ele diz — Pelo que teve que passar.

— Não sinta. — Peço — Não me incomodo mais com isso. Na verdade, estou bastante feliz vivendo com Remus.

— Ele parece ser uma ótima pessoa.

— E ele é! Um homem extraordinário.

— Quando meus pais morreram, eu fui mandado para viver com a família trouxa da minha mãe. Eles não costumam ser muito agradáveis. — Harry conta — São desprezíveis.

— Deve ter sido estranho pra você. Sabe... descobrir de repente que era uma das pessoas mais famosas do mundo bruxo.

— Sabe o que foi ainda mais estranho? — Nego — Todos sabiam mais sobre a minha história do que eu mesmo.

— A maioria dos alunos cresceu ouvindo a história do garoto que sobreviveu. — Explico — Costumava ser a minha favorita quando eu era pequena.

— Sério? — Ele arqueia as sobrancelhas — Por quê?

— Antes da derrota de você-sabe-quem, o mundo bruxo era triste e sombrio. — Digo — Mas quando você o derrotou, mesmo sendo um bebezinho, foi como se toda a alegria tivesse voltado.

— Por que acha que aquilo aconteceu?

— Não faço ideia. — Confesso — Acho que você só é muito poderoso. Muito mais do que Voldemort ou qualquer outro bruxo das trevas.

Atrás de algumas caixas, algo parece cair quando termino a frase. Harry e eu não esperamos para descobrir o que era e corremos para fora da torre. Nos despedimos com um abraço desajeitado e seguimos nossos caminhos.

The night we met - A Filha De Sirius BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora