Prólogo

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O sol brilhava intensamente do lado de fora do pequeno casebre em que Phoenix e Lupin viviam. A excitação era evidente na garota, que se mostrava cada vez mais ansiosa pelo início dos seus anos em Hogwarts. Como poderia não estar, afinal? Durante toda sua vida, Phoenix ouviu sobre as aventuras do pai, os seus amigos e o quão mágico — literalmente — aqueles sete anos foram. De fato, haviam algumas memórias dolorosas que Lupin preferia não se lembrar; porém Phoenix tentava não tocar naqueles assuntos. A garota mal dormiu na noite anterior devido a ansiedade que sentia e seu coração não desacelerou em nenhum momento. Ela checou as horas uma última vez antes de correr até o quarto principal da casa, pular na cama e balançar Lupin incansavelmente.

— Papai, acorde! — Ela pede. — É hoje, papai, é hoje! — Ela repetia inúmeras vezes.

— Bom dia, querida. — Ele deseja com a voz sonolenta.

— Dá para acreditar que eu, finalmente, estou indo para Hogwarts? Não é emocionante?

— Espero que seu malão esteja pronto. — Ele diz acariciando o rosto da filha.

— Há duas semanas!

— Por Merlin, Phoenix!

— Estava ansiosa, papai. Não pude evitar.

— Precisa correr se quiser chegar no Expresso. — Ele diz olhando as horas. 9:30.

Phoenix toma um banho rápido, desce com seu malão e, praticamente, engole o café da manhã.

— Estou pronta! — Ela gritou com a boca cheia de torrada. — Podemos ir?

Lupin soltou uma risadinha baixa, mas assentiu. Para o homem, era emocionante pensar que sua menininha criaria suas próprias histórias, seus próprios amigos e suas próprias aventuras. O ano nem sequer começou, mas ele não via a hora de saber as encrencas nas quais a menina se meteria.

Quando chegaram na estação de trem, atravessaram a plataforma 9 3⁄4 e viram os demais bruxos, Phoenix teve ainda mais certeza de que aquele era seu lugar. Ela não conseguiu conter alguns pulinhos de alegria ao olhar ao redor e pensar que logo estaria em Hogwarts. Isso, porém, não durou muito. Um garotinho parou bem em sua frente, e ela pôde notar a cicatriz em forma de raio que ficava quase que totalmente coberta pelo cabelo. O ar fugiu de seus pulmões, e ela precisou de uns três segundos para reaprender a respirar.

— Veja, pai, é Harry Potter! — Ela aponta para o garoto e percebe que o homem ao seu lado engole em seco. — Acha que ele vai sentir raiva de mim? Pelo que Sirius fez? — Phoenix pergunta, apreensiva. A garotinha sabia que não era sua culpa, mas, no fundo, sentia que não merecia o amor que Lupin lhe dava. Não se sentia digna de nenhum tipo de afeto, muito menos algum que vinhesse de Harry Potter.

— Querida, me ouça. — Ele começa se abaixando para ficar na altura da pequena. — Sua única ligação com aquele homem é o sobrenome. Não se culpe pelos atos dele no passado, me ouviu?

— Sim. — Ela diz cabisbaixa sentindo os braços do homem a apertarem contra seu corpo. — Eu queria que você fosse meu pai de verdade.

— Não importa que meu sangue não corra nas suas veias, Phoenix. Eu serei para sempre seu pai.

A menina sorri com as palavras reconfortantes de Lupin e sente o coração aquecer. O apito do trem ecoa e é hora de embarcar. Lupin dá um beijo na testa de Phoenix, e a garota entra no trem com um pequena gota de suor escorrendo pela testa, evidência da sua ansiedade.

Devia ter entrado antes, ela pensa ao notar que a maior parte das cabines já estava ocupada. Em uma delas, no entanto, o mesmo menino de antes parecia viajar em seus pensamentos, completamente solitário. Phoenix hesitou por um momento, mas o chamou:

The night we met - A Filha De Sirius BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora