No qual nós vamos ao bar.

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Bares.

Você pode ver eles como lugares sujos e imorais, onde pessoas ingerem veneno para o corpo e a alma, brigam por motivos fúteis, tomam papéis em atos pecaminosos que parecem inofensivos de primeira, mas que após o mais pequeno vislumbre da sobriedade faz com que elas olhem para cima, rodeado das evidências de sua própria tolice, e pensam:

"Deus, o que foi que eu fiz?"

Claro, você não estaria errado, e eu não vim aqui para dizer que você está errado, mas nem todo mundo é assim. Para muitos, os bares são perfeitos para encontros entre amigos, confraternizações, e a criação de boas histórias e queridas memórias, com a consciência da natureza traiçoeira do álcool. Porém, é como diz o ditado: "Nenhuma boa história começa com um copo de leite."

E nossa história, logo logo, começará. Em um bar cálido e gentil.

Mas antes, trabalho.

Dois amigos estavam no escritório do Conselho de Segurança da ONU, que funciona como uma espécie de polícia fundada pela Organização em si. Ambos estavam fazendo hora extra, escrevendo e finalizando relatórios de casos que haviam acontecido em sua região.

—Sabe o que descobri hoje?— Disse o Sr. União Soviética, ou apenas URSS, por conveniência, ao seu colega de trabalho.

—Que você tem AIDS?— Perguntou sarcasticamente seu colega, Sr. Terceiro Reich, que sentava no cubículo logo a frente.

URSS rolou seus olhos, mesmo que o outro não pudesse vê-los. —Eu descobri que hoje vão fazer exatos 75 anos desde que eu comecei a trabalhar no Conselho de Segurança.

Echt?— O outro expressava o mais sutil interesse na conversa.

Da. — O maior respondeu, seguido de um largo suspiro. —Parece que foi ontem que eu e os aliados criamos esse grupo para evitar que outros países tentassem alguma maluquice como tu.

—Você fala como se eu fosse o único país no mundo que já provocou uma guerra.

—Olha, eu não vou discutir contigo.— Ele estava claramente irritado, mas ele ainda tentaria a superioridade moral. se achava bom demais para debater com Reich. —Hora extra já é ruim sem gente me enchendo o saco.

Após isso, eles continuaram seus trabalhos em silêncio, sem comentários sarcásticos ou picuinhas de um passado quase distante.

...

Bem, pelo menos por uns cinco minutos, até Reich perceber que não sabia calar a boca.

—A gente devia ir no bar!— Ele sugeriu, seu tom de voz mais entusiasmado que o normal, provavelmente devido a simples perspectiva de que ele talvez fosse tomar uma.

O soviete virou a cabeça para o alemão com um olhar confuso. —Por quê?

—Para comemorar seus 75 anos de trabalho, claro!— O outro dizia, ainda mantendo seu semblante sorridente.

URSS pensou por alguns segundos. —Tu só quer uma desculpa pra beber, não?— Ele disse irritado.

—E quem não quer uma desculpa pra beber nessa vida?— Reich disse entre pequenos risos.

Discretamente, o maior passou seu olhar pelo relógio, enquanto o outro ainda estava... bem... entusiasmado. Vendo que faltava apenas meia hora para que seu turno acabasse, ele considerou suas possibilidades por poucos segundos.

—...Qual bar?— Ele perguntou, recebendo em troca de um festejo por parte do menor.

No fim de seu turno, eles acabaram escolhendo um bar aleatório de seu estado, que se chamava Bavanda Pub. Reich insistiu que fosse um com cerveja artesanal, pois segundo ele é o melhor tipo de cerveja, então não foi tão aleatório assim.

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