The beauty of following our hearts

Capítulo VIII - Quando o álcool fala a mais pura da verdade

Capítulo VIII – Quando o álcool fala amais pura da verdade

Sizhui não poderia negar que as palavras de seu melhor amigo pareciam uma autêntica flecha em sua mente. Ele não poderia negar o quanto aquelas palavras pareciam lhe trazer uma certa dúvida sobre o que de facto estava sentindo pelo Wen. O jovem Lan não poderia negar o evidente, afinal seu olhar se encontrava completamente perdido em busca de uma resposta para todas aquelas perguntas que invadiam sua mente. O chinês só queria conseguir entender a razão para seu coração reagir daquele jeito diante da presença do outro. Ele só queria entender o que de facto estava se passando. E por mais voltas que sua cabeça acabasse por dar, as palavras de Jingyi pareciam cada vez mais certas. Estaria Lan Sizhui apaixonado por Ning? Teria aquela ligação forte evoluído assim tanto? Talvez. Contudo, o garoto de vestes brancas preferia negar o que estava diante de todos. Sem dúvida, que ele estava seguindo os passos de seus pais sendo um completo idiota que não conseguia admitir o que estava sentindo.

- Eu posso estar bêbedo, porém eu consigo perceber claramente o que está se passando entre vocês os dois. – Jingyi acabou por falar enquanto dava ligeiramente de ombros. Aquelas palavras fizeram com que o rosto do jovem Lan ardesse por completo. Sizhui desviou o seu olhar, e antes que conseguisse responder, o outro continuou seu raciocínio. – Você nunca ouviu dizer que quando uma pessoa está bêbeda ela fala a verdade sem qualquer filtro? – um sorriso sapeca adornou na face do melhor amigo de Yuan, o que acabou por fazer com que o rosto do chinês queimasse ainda mais.

O Lan não queria acreditar que seu maior confidente haveria conseguido ler todos os sinais mesmo antes de si mesmo. Na verdade, ele não queria acreditar que as palavras de Jingyi pudessem ser verdade. Não poderia ser verdade. Sizhui não poderia estar apaixonado. Não por aquele por quem deveria manter a amizade intacta, e sem dúvida que um sentimento idiota como aquele só iria acabar por destruir toda aquela ligação que ele possuía com o mais velho. Ou talvez fosse apenas o seu medo a falar mais alto. Pois, a verdade era que Lan Sizhui tinha medo de amar alguém, afinal ele nunca haveria sentido algo assim por alguém outrora.

- Você está, mas é delirando, Jingyi. – O mais velho se apressou em responder enquanto soltava um longo suspiro. Ato esse que acabou por fazer com que seu melhor amigo soltasse uma gargalhada ligeiramente sonora. Sizhui voltou o seu olhar para o mais novo, arqueando ligeiramente uma de suas sobrancelhas. – Do que você está rindo, hum?

- Nada não. – Jingyi retorquiu enquanto levantava ambas as suas mãos no ar, porém o sorrisinho sapeca continuava presente em seus lábios. – Só acho engraçado o facto de você negar o evidente.

Era mais que óbvio que o melhor amigo de Sizhui estava certo. Contudo, a teimosia do mais velho o faziam negar com todas as letras o óbvio. Ou seria mais o seu maldito medo de nutrir um sentimento tão forte por alguém? Ou seria o medo de estragar sua amizade com Wen Ning? Ou talvez apenas fosse todas essas emoções numa autêntica roleta russa em seu coração e em especial na sua cabeça.

Quando o jovem Lan se prepara para responder algo ao seu melhor amigo a porta do quarto se abriu. Sizhui voltou suas íris âmbar na direção da mesma, e se deparou com os olhares inquisidores de seus pais. Um longo e demorado suspirado se soltou por entre seus lábios, afinal aquilo só poderia significar que tanto ele como Jingyi estariam feitos.

- Antes de mais me deixem explicar, por favor, o que aconteceu. – Começou por dizer Yuan enquanto se levantava da cama onde seu melhor amigo estava deitado.

- Não, Sizhui. – Jingyi interrompeu o mais velho tentando se levantar da sua cama, porém seu sucesso. Ao ver o amigo daquele jeito, o jovem Lan se aproximou do mesmo e o ajudou a se sentar na cama. – A culpa foi minha.