A Lei do Retorno

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A escuridão da madrugada ainda dominava a cidade quando as luzes da casa dos Rondon Yoshiaki  acenderam e Matheus e seu pai se encontraram na cozinha, devidamente fardados. O pai tinha sua farda típica dos bombeiros: a canícula marrom sobre a camisa vermelha, a calça e o bibico  em azul raf, bem como suas ombreiras, bastante ornamentadas com linhas douradas. Matheus, por sua vez, vestia a canícula branca sobre a camisa azul marinho, com calça e boina — pois na Quinta-feira os alunos usam boina —  também nesse tom de azul. O rapaz, diferente da maioria dos alunos do Colégio, também tinha ombreiras em sua canícula, com duas linhas prateadas.

— Quintas feiras são especiais, não são? — perguntou o Comandante, apertando o cinto e separando um pratinho de arroz para ele e outro para o filho, enquanto que Matheus pegava dois ovos — Mas hoje é ainda mais especial. O meu garoto vai se tornar o Comandante-aluno do Colégio.

Matheus sequer tentou conter o largo sorriso que a frase de seu pai provocou nele. Ser chamado de meu garoto era uma das maiores demonstrações de afeto vindas daquele homem. O jovem quebrou o ovo, deixando-o escorrer para o arroz de seu pai, e repetiu o processo na sua própria refeição, e os dois comeram num clima alegre e levemente ansioso.

Matheus Rondon conseguiu, ele conquistou o patamar de Comandante-aluno por atingir as notas mais altas de todo o segmento, ficando em primeiro lugar entre todos. E como tudo no mundo militar, a sua hierarquia trás muitas responsabilidades, e uma delas é a de representar todo o Corpo de Alunos em quaisquer eventos.

— Não sei se estou pronto para deixar a Guarda-Bandeira. — o menino comentou, e seu pai sorriu.

— Acho que a sua preocupação deveria ser se eles estão preparados para serem deixados por você. — respondeu o homem — E não se preocupe. Eles estão. A Merkel? É hora de passar o mastro pra ela.

— A Merkel sempre quis a bandeira do Brasil mesmo... — e apesar do aperto no peito de deixar os amigos na Guarda-Bandeira, a honra, o brilho nos olhos de seu pai e a alegria de ser Comandante-aluno não permitiam que Matheus deixasse de sorrir.

— Estou orgulhoso de você, filho.


(***)


A formatura começou, e a Guarda-Bandeira apresentava uma nova conformação: Merkel segurava o pavilhão Nacional, Noah Miller levava consigo o pavilhão dos bombeiros, e Henrique Reys era o responsável pela bandeira do Colégio. Por ser uma formatura especial, a de condecoração do mais novo Comandante-aluno, Matheus Rondon, a Guarda-Bandeira vestia-se da túnica branca, as meninas usavam meia-calça, e todos carregavam mastros institucionais, sendo que as três bandeiras principais eram portadas pelo trio previamente citado. 

A Guarda-Bandeira estava em forma, e entre ela e o pelotão masculino do Terceiro Ano se encontrava Matheus. Os olhos do rapaz brilhavam em determinação, segurando a espada ao lado do corpo, e Henrique notou que sua postura era impecável.

Terceiro Ano - Apply FicOnde histórias criam vida. Descubra agora