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A viagem de volta foi silenciosa e incômoda

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A viagem de volta foi silenciosa e incômoda. Eu realmente não sabia o que poderia dizer para apaziguar os ânimos entre mim e a minha irmã, porque por mais que eu quisesse endireitar tudo, ainda me sentia ferida, magoada.

Agustín não fez perguntas, apenas entendeu o que eu estava passando só pelo meu olhar. Éramos assim, nos entendíamos perfeitamente sem palavras.

Ele foi dirigindo o carro vermelho da Valentina e minha irmã fez questão que eu fosse com ela no outro carro, para que pudéssemos conversar, entretanto, nenhuma das duas teve muito traquejo para deslanchar um diálogo produtivo.

O clima ainda era pesado.

Chegamos em casa no domingo bem cedinho e subi direto pro meu quarto, desejando tomar um banho quente e, depois, começar a procurar um vôo disponível no mesmo dia se possível.

De qualquer forma, eu poderia mentir e ficar no aeroporto esperando, sei lá. Só precisava ir. Sumir.

Quando sai do banho Agustín estava no meu quarto, já tinha tomado banho e estava com um casaco grosso, sentado na minha cama.

Realmente estava fazendo muito frio e uma chuva fraca começava a cair, mas isso era até bom, porque o tempo estava igual ao meu ânimo; cinza.

Perfeito.

─ Não desfez a mala... – Ele observou.

Me desenrolei do toalha e vesti a calcinha e o sutiã que já estava separado em cima da cama.

─ Eu vou embora, Agus. – Informei, sem olhá-lo. ─ Não posso mais ficar aqui. Nem sei por que inventei de tirar quinze dias de férias, está nítido que não sirvo pra conviver com a Valentina.

─ Discutiram por causa do Ruggero de novo?

Peguei a calça jeans que eu já tinha deixado ao lado da lingerie e vesti também.

─ Também. – Murmurei. – É que já percebi que minha irmã não é a mesma de antes, sabe? Minha partida anos atrás a marcou de uma forma que eu nem imaginava... A Valentina tem muita raiva de mim e eu entendo, então não posso impor minha presença.

Agus me entregou a regata azul que estava perto dele e eu a enfiei pela cabeça.

─ E você acha que indo embora vai melhorar as coisas?

─ Pior não vai ficar.

─ Karol, talvez a sua irmã precise de você. A Valentina está namorando um cafajeste e sabe disso, porque tenho certeza que ela sabe, no entanto, finge não ver e segue com esse relacionamento onde só ele se beneficia. – Ele suspirou. ─ Você ajuda tantas mulheres, porque não ajuda sua irmã?

Eu estava perto do espelho no canto do quarto e dali podia vê-lo pelo reflexo.

─ Porque eu sou um dos casos do namorado dela, esqueceu? – Resmunguei, penteando o cabelo. ─ Eu estou traindo em dobro, praticamente. Não sou tão cara de pau pra ir lá dar conselho de novo, até por que...

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