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Jimin.

"Não se pode medir relacionamentos apenas em negócios, não é assim que funciona". Bom, era isso que eu pensava, antes de ver Rosé entrar pela porta do restaurante. Vocês tem noção de quem eu estou falando? Roseanne Park!

Todos a conheciam, óbvio. Ela era herdeira de uma das maiores empresas do ramo, se você não a conhecesse, era tachado de louco, ou até mesmo de idiota. Eu já tinha visto ela em algumas festas entre empresas,mas era raro vê-la, já que ela quase não participava desses eventos.

Todo mundo dizia que ela meio obcecada pelo trabalho, e extremamente discreta. Mas em um tópico específico, a mais nova não era tão discreta assim: relacionamentos. Ela não namorava há anos. Pelo menos, é o que dizem. Eu acho meio difícil, ela é muito bonita para não ter ninguém. Mas pelo visto, eu estava totalmente errado. Ela era solteira de carteira assinada.

Rosé aceitou a proposta em um piscar de olhos, o que me surpreendeu. Ela não tem rodeios, vai direto ao assunto, é uma boa característica. Mas me parece tão errado. Nós dois somos tão jovens, deveríamos nos prender em algo assim? Casamento é algo sério, não deve ser levado na brincadeira. Por que tudo parece tão incerto? Por que isso está me deixando tão confuso? Eu não sei mais o que fazer! E olha que isso não faz o meu tipo.

Mas por um momento, eu parei de pensar em amor. Casamentos precisam de amor certo? Errado. Talvez não fosse tão necessário quanto eu pensei que fosse. Eu pensei bem sobre o assunto, o dia inteiro, aquilo martelou na minha cabeça.

Nós dois atingiríamos os nossos objetivos afinal. E além de tudo eu estaria ajudando ela não é? Ela quer sair da casa dos pais, bingo. E ainda temos que lidar com o fato que nós dois somos apenas ceo's. Nossos pais vieram de mi mi mi, falando que só nos deixariam assumir a presidência se nos casássemos, e isso não aconteceu.

Ela não casou, eu não casei, ninguém teve a presidência. E foi ai que eu pude perceber que mesmo sendo um adulto, eu ainda era dependente dos meus pais. Mesmo sendo maduro o suficiente para lidar com uma empresa e morando sozinho, eles não me deram o livre arbítrio. Eu gosto do meu pai e da minha mãe, mas eles são meio hipócritas.

Enfim, agora o contrato já está assinado. Não tem como voltar atrás. E seria muito vacilo meu desistir na última hora, como a Roseanne se sentiria? Eu não sou tão idiota a esse ponto. Agora nós dois vamos comer, e por fim, conversar um pouco sobre nós dois. Ao invés de comermos no restaurante, decidimos ir para a minha casa. Quando eu percebi que tinha dito que ela poderia ficar lá em casa, eu quis morrer. Por que eu não fico com a boca fechada?

Roseanne.

Eu estou na casa de Park Jimin. Uau, como eu pude me deixar levar tão facilmente? Eu sei que só viermos comer e tudo mais (e vale ressaltar, que NÃO, eu não sou a refeição), mas eu sinto que o clima está estranho. Desconforto. De ambos os lados.

— Eu... — começamos juntos, Jimin coloca o seu olhar no teto enquanto eu desvio o meu olhar para o chão, sinto meu rosto esquentar um pouco. Eu estou totalmente envergonhada, o que é algo que não faz nem um pouco o meu estilo.

— Olha, nós dois estamos desconfortáveis. Não temos mais o que fazer, já conversamos e já comemos. Entendo que o clima tenha ficado extremamente estranho. Afinal, nunca conversamos e BUM! Vamos nos casar. É meio...

— Complicado? — completo a sua frase.

— Isso. É... Mas... Você quer que eu te leve em casa? — Jimin pergunta, quando estou prestes a responder uma afirmativa, meu celular apita e vejo a mensagem da minha mãe.

— Droga! Não acredito nisso! — resmungo baixinho na esperança que meu esbravejo não seja notado por Jimin, o que é falho. Ele levanta uma sobrancelha querendo saber o que está a vendo, então entrego meu celular e reviro meus olhos.

𝑻𝑯𝑬 𝑪𝑶𝑵𝑻𝑹𝑨𝑪𝑻 • 𝘫𝘪𝘳𝘰𝘴𝘦́ Onde histórias criam vida. Descubra agora