A chegada.

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bom, eu estou prestes a me mudar para uma merda de cidade no meio dos Estados Unidos devido meus pais, odeio eles, eles só prestam atenção na porcaria do trabalho deles e nunca pra mim, meu pai sempre reclama que queria um garoto ao invés de mim, se pudesse.. eu ficaria na minha velha cidade, meus amigos, minha vida, tudo ficou por lá.. vai ser incrível se eu nao enlouquecer nessa cidade, aliás, quem tem a ideia de se mudar para um lugar aonde só tem neblina e florestas?
diante disso tudo, escuto uma voz abafada atrapalhando minha música.

-beatrice!

sim.. esse eh meu nome, queria ter alguma coisa como yuri ou algo do tipo, nomes assim com certeza seriam perfeitos pra mim, mas nem isso eu pude escolher, ja nascemos praticamente pressos a algo e nunca vamos ter coragem de mudar, que ótimo

-beatrice, você me ouviu?

-sim babaca, nao sou surda, você sabe muito bem disso!

meu pai estava me encarando com aquela cara de "eu que mando aqui" pelo retrovisor, ele deixar aquele bigode de policial dos anos 80 era realmente necessário?
sei que o tiozão não aguentava me ver com fones e ouvindo minhas músicas preferidas sem querer me encher ou falar como ela está alta e vai atrapalhar a minha vida, bom..oque eu posso fazer? praticamente estou em um carro que tem mais idade que ele e a minha mãe juntos, me jogada no banco de trás e esperando que tudo isso seja um pesadelo e eu acorde devolta na minha cidadezinha

-não me chame assim e olha essa boca, tenha mais respeito, se a sua mãe acordar, vai ser um grande de um problema.

minha mãe estava jogada no banco com um óculos da Gucci que com certeza é falsificado, ela nem acordou quando eu derrubei um prato no chão da nossa cozinha um dia, como acordaria com meu velho gritando comigo?
eu reviro os olhos e respondo com um tom sarcástico a ele

-ta ta, tanto faz cara, você já me obrigou a vir morar longe de tudo, vai fazer oque agora ein, me deixar no meio da estrada?

-bom, primeiramente você só tinha amigos horríveis que eu odiava mais que tudo, eram uma má influência pra ti, começou a andar com aquela porcaria de madeira com rodas e pintou seu belíssimo cabelo por pura influência, você deveria me agradecer por te tirar de perto deles, certeza que depois de um tempo, estaria "desafiando o sistema"

-se chama skate seu velho, e eu pintei só minha franja, nem foi o cabelo inteiro, então me deixa em paz viu, puta chateação cara, e para de falar se como você fosse um policial, esse papo nunca vai amedrontar ninguém

-bom... tudo bem beatrice, sei que deve ser horrível pra ti tudo isso, mas agora, quero que se concentre na nosssa nova cidade certo? sua mãe e eu estamos fazendo o máximo pra melhorar sua vida e seus estudos

-tanto faz velho...se você realmente quisesse que eu ficasse bem me pagaria um terapeuta

depois de quase uma eternidade naquele carro, eu já tinha escutado praticamente 90% da minha playlist para momentos tristes, finalmente chegamos em uma cidade "down'woods" dizia em uma placa velha que parecia muito antiga e que caíria a qualquer minuto, uma cidade no meio da califórnia, quer dizer.. no meio do nada né, meu primeiro pensamento ao olhar aquelas árvores que passavam e que consequentemente cercavam uma pequena cabana a que estávamos indo ao encontro foi "porra, como eu vou andar de skate nessa porcaria de cidade só com árvores e florestas"

-então beatrice, oquê achou desse lugar?, lindo não é?

-se lindo significa pra você um lugar a qual eu possa morrer de tédio e ser devorada pra um urso.. então sim, é bem "bonita"

-ora, cadê seu senso de naturalidade? isso aqui é uma beleza perdida, várias aventuras esperam a você nesse lugar

nesse momento eu só coloquei meu fone de volta no ouvido e voltei a escutar minha música preferida, e eu tenho que concordar men i trust, como eu queria estar naquele velho lugar, então tanto faz, apenas vou aproveitar meus minutos de paz nessa cidade "tranquila"

my mind make noises Onde histórias criam vida. Descubra agora