O beijo dela acalentou minha alma;
Parecia até o tiro certeiro de uma arma;
Meu coração parou de ficar acelerado;
Meu corpo era tão quente e ficou gelado;
Dançamos a noite toda sob a luz da lua;
Eu tinha certeza que agora minha alma era sua;
Passos lentos e corpos juntos era o que a gente fazia;
Eu sabia muito bem que era aquilo que eu queria;
Seus lábios macios mais uma vez se encontravam com os meus;
Naquele momento meu corpo era todo seu;
Agora eu estava muito mais leve, parecia uma pena;
Sem o peso na consciência de que eu tinha problemas;
Você foi me guiando em direção da luz;
Eu não entendia muito bem, mas mesmo assim eu fui. Chegando perto dela eu senti novamente calor;
Mas não parecia que o do amor;
Era uma coisa ruim, uma coisa estranha;
Entrava pelas minhas narinas e até dobrava minhas entranhas;
Foi então que eu fui puxado para longe da luz e de você;
Eu fiquei paralisado e não sabia o porquê;
Tudo ficou preto e meu coração voltou a bater;
A luz foi retornando como se fosse o amanhecer;
Quando tudo voltou eu percebi onde estava. Dentro de um hospital, deitado numa maca;
Do meu lado meus pais choravam pois eu acordei;
Também ali alguns amigos estavam e o porquê não sei;
Minha memória parecia ir retornando aos poucos;
Duas noites anteriores eu tinha feito um acordo;
Chamei a Dona Morte pra dar um rolê;
Tomei vários remédios e me recusei a comer;
Eu fiquei totalmente fraco esperando por você;
E você tinha chegado, eu nem soube o que fazer;
Aqueles lábios macios dela que me acalmavam;
Na verdade eram navalhas que minha alma cortaram;
Eu quase fui levado para o andar de baixo;
Por ter juntado tudo aqui dentro e só pra mim ter guardado;
Eu comecei a chorar naquela maca, ainda paralisado;
Logo senti algo em volta de mim, estava sendo abraçado;
O calor daqueles corpos me mostrava a vida. E não aquela frieza que a morte trazia...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Textos de um cara aleatório
Poetryé isso msm que você leu no título, espero que se divirta :)