Quando Você Chegou

Capítulo 28

Elise:

       Eu tinha acabado de dar banho nos gêmeos e os colocado para dormir, e estava indo em direção a cozinha. Contar 3 histórias infantis requer muita saliva.

      O passeio foi rápido e divertido, para os gêmeos. Para mim, foi um tremendo show de bochechas coradas com direito a beijo. Mas não vou mentir, eu gostei.

      Eu tentei me desculpar com o Ethan sobre a noite anterior, mas foi em vão. Eu sei, eu me descontrolei e o beijei. Mas em minha defesa foi meu corpo traidor que fez o ato por impulso. E bem… eu também gostei.

      E mesmo isso sendo tão errado eu não consigo controlar, é mais forte que eu. É uma vontade louca que me dá cada vez que eu o olho, uma vontade de beijá-lo, de tocá-lo. Ah! Malditos olhos azuis, maldito toque, maldito sorriso, maldita boca… maldito chefe.

     E ele parece gostar. E eu não fico muito atrás.

— Ah, oi Elise!

    Fui tirada dos meus pensamentos com a voz de Anna me chamando. Ela estava saindo da cozinha.

— Olá Anna — sorri.

—  Os gêmeos já dormiram? — perguntou ela.

— Já sim. Demoraram um pouquinho, mas dormiram — Anna riu junto a mim.

— Eu já vou indo — ela me lançou um sorriso. — Boa noite.

— Boa noite, Anna.

    Ela saiu da cozinha e foi em direção ao lado de fora, para sua casinha.

    Entrei na cozinha e peguei um copo no armário, enchi de água e bebi. Virei a cabeça e vi uma silhueta lá fora no jardim. Arregalei um pouco os olhos, ou é um ladrão ou alguém ainda está acordado. E eu torcia pela segunda opção.

    Coloquei o copo na pia e me aproximei da janela que dava visão para as espreguiçadeiras do jardim. Para o meu alívio, era o Ethan. Ele segurava alguns papéis e seu notebook estava em sua frente ligado com alguns modelos de desenhos. Pelo que me parece ele estava trabalhando, mas aqui fora?

     O certo seria eu voltar para o meu quarto e dormir, mas o meu corpo traidor disse não. Me aproximei mais e abri a porta. Fui recebida com uma lufada de ar frio me fazendo arrepiar. Eu ainda vestia meu suéter e calça jeans, mas não estava totalmente agasalhada.

    Ethan virou o rosto e me encarou, sorriu de lado e disse:

— Olá, Elise.

    Ele ainda vestia as roupas de mais cedo, mas sem o sobretudo preto.

— Oi, hã… eu vi você da cozinha e estranhei você não estar no escritório ou no quarto — tagarelei sem parar.

    Ele soltou uma risadinha e disse:

— Estava me sentindo sufocado no escritório, então vim trabalhar aqui fora.

    Assenti observando os papéis. Fez-se silêncio por alguns segundos até o Ethan me encarar e dizer:

— Sabe aqueles desenhos que eu te mostrei na biblioteca? — assenti, lembrando daquela noite. — Eles já viraram vestidos e estão prontos, quer ver?

    O encarei e não pensei duas vezes antes de concordar e me sentar ao lado dele.

    As imagens estavam no notebook, o primeiro estava no corpo de uma modelo de aparência asiática, ele era um vestido em um tom de dourado claro feito de tule com bordados de flores em tons de rosa, branco e azul claro. Ele é longo com mangas que vão até o antebraço e possui um laço rosa ao redor da cintura. Magnífico.