Elise:
A semana ocorreu bem. Os gêmeos e eu brincamos a maior parte do tempo. Também adquiri algumas informações sobre eles, como eles têm 4 anos e farão aniversário em breve, a Manu é a mais velha, tornando o Luke mais novo. Também percebi o amor deles por chocolate — que não é pouco.
O senhor Jones veio mais cedo para chamar no seu escritório. O que me deixou um pouco apreensiva, já faz uma semana desde o teste. Os gêmeos pareceram gostar de mim, mas também depende do senhor Jones. Ainda mais depois daquele incidente.
Bati na porta do escritório é entrei assim que escutei um "entre". Parei ao lado da cadeira do escritório e o olhei.
— Sente-se, por favor — disse ele e logo assenti.
— Senhorita Sinclair — indagou —, como eu havia dito, eu eu iria lhe testar por uma semana. Já se passaram uma semana e eu tive uma conversa hoje mais cedo com os gêmeos e eles confessaram gostar muito da senhorita.
Sorri.
— Eles são crianças ótimas — disse.
O que não era mentira. Eles não davam trabalho algum.
— Fico muito satisfeito de saber que eles gostaram de você e que você se saíu bem nessa semana. Então sem mais enrolação, eu queria falar que a senhorita está está contratada — sorri mais alargamente.
— Seu trabalho não apresentou nenhuma falha — continuou — e meus filhos te adoraram. Não vejo razão alguma para não te contratar definitivamente.
Eu tinha conseguido! Eu não poderia acreditar!
— O senhor não vai se decepcionar — disse fracassando na minha tentativa de esconder minha eufória.
— Assim espero. Seu salário vai aumentar já que não é mais um teste. Qualquer dúvida é só me procurar, a senhorita já pode ir.
Me levantei indo em direção a porta, mas parei. Lembrei da minha casa que eu não vejo a uma semana. Preciso ver como estão as coisas lá, então falei:
— Senhor Jones — chamei e no mesmo instante se virou para mim.
— Sim? — disse ele.
— Os gêmeos estão na escola, logo, pela manhã meu horário é vago. Será que eu poderia dar uma passadinha na minha casa? Prometo que é rápido!
— Claro. — sorri — Só esteja aqui antes dos gêmeos chegarem — assenti.
Já estava de saída quando fui interrompida por ele:
— Senhorita Sinclair, você viu a Anna? — perguntou.
— Quando eu vim para o escritório, ela falou que ía ao mercado, senhor — gesticulei para a cozinha.
— A senhorita sabe atar nó de gravata? — perguntou.
— Tenho um pouco de prática — disse em um tom brincalhão.
O que não era mentira. Não sei onde eu aprendi a atar gravatás, mas eu sei.
—Se importa? — perguntou exibindo uma gravatá na cor vinho.
Me aproximei lentamente e retirei a gravatá de sua mão. Por um segundo quando nossas peles se encostaram, senti como uma corrente elétrica passar por meus dedos. O olhei fixamente, enlacei a gravatá por seu pescoço com cautela e voltei o olhar para a gravatá. Em poucos segundos o nó já estava feito. Me afastei lentamente e disse:
— Prontinho — sorri tensa.
— Muito obrigado — disse com o olhar fixo em mim.
— Não há de quê — sorri um pouco tímida.
— Eu já vou indo — disse destemida a acabar com aquele momento de tensão.
Saí do escritório. Parei ao lado de fora e soltei minha respiração. Subi até meu quarto e peguei minha bolsa e fui para minha casa.
Eu precisava ser rápida, já que se passavam das nove e os gêmeos chegavam as onze. Eu não tinha muito o que fazer em casa, apenas olhar como estão as coisas, pegar algumas peças de roupa e avisar que nem tão cedo eu iria lá.
Saí da mansão e peguei um táxi. Não demorou muito até chegar ao meu prédio.
Por mais que nos últimos dois anos é o lugar onde eu moro, não me sinto completa aqui. Não pelo prédio, jamais. O lugar é muito aconchegante, mas sim as pessoas.
No meu andar tem mais quatro apartamentos. O trezentos e vinte, mora uma senhorinha rude e fofoqueira, já tentei forçar um laço de amizade, mas o que ganhei foi ela fechar a porta no meu rosto. O trezentos e vinte um, mora um casal, raramente nos esbarramos no corredor ou no elevador, mas eles sempre avisam quando estão em casa altas horas da noite. O trezentos e vinte dois, mora uma moça, confesso não gostar muito dela, quase sempre tem festa naquele apartamento e nunca acabam cedo. O trezentos e vinte três, mora a dona Luiza, a síndica e dona do prédio. E o trezentos e vinte quatro é o meu.
Entrei no meu apartamento e aparentemente estava tudo bem. Ele não era nada grande, mas é aconchegante. Fui ao meu quarto e peguei algumas peças de roupas a mais. Tudo estva no lugar, ótimo. Tudo pronto, abri a porta e vi dona Luiza entrando no seu apartamento.
— Dona Luiza — chamei.
Ela se virou para mim e abriu um sorriso.
— Elise, minha querida, não a vi a semana toda — disse ela se aproximando.
— É exatamente sobre isso que eu vim falar.
Peguei o dinheiro dentro da minha bolsa. Como eu não tive despesas nessa semana, deu para juntar dois meses de aluguel fácil.
— Esse é o dinheiro dos dois meses de aluguel atrasado — entreguei o dinheiro a ela —, estou em um trabalho novo, por isso não estou por aqui.
— Muito obrigada, minha querida — sorriu observando o dinheiro. — Mas você não está trabalhando… como… — me olhou séria.
— Não! Não. Estou trabalhando como babá, em tempo integral — disse gargalhando nervosa.
Ri porquê era a única coisa a se fazer. A última coisa com o que eu trabalharia seria com coisas ilegais ou ousadas.
— Ah, então me desculpe por pensar isso querida — disse entre risadas.
— Tudo bem.
Olhei o relógio e já eram quase onze horas. Preciso me apresar.
— Já está na minha hora, dona Luiza. No fim de semana eu volto, até mais.
— Até minha querida — disse ela.
*
*
*
Mais um capítulo da fanfic para vocês. Espero que estejam gostando da história. Não esqueçam de comentar e votar.
Beijos de luz ✨❤
VOCÊ ESTÁ LENDO
Quando Você Chegou
RomanceEla precisa de um emprego. Ele precisa de uma babá. Depois de inúmeras humilhações que passou no seu antigo emprego, Elise resolve se demitir, e se vê numa situação complicada quando está desempregada e precisa pagar o aluguel da casa onde mora e s...