Capítulo 7

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Elise: 

     A semana ocorreu bem. Os gêmeos e eu brincamos a maior parte do tempo. Também adquiri algumas informações sobre eles, como eles têm 4 anos e farão aniversário em breve, a Manu é a mais velha, tornando o Luke mais novo. Também percebi o amor deles por chocolate — que não é pouco. 

     O senhor Jones veio mais cedo para chamar no seu escritório. O que me deixou um pouco apreensiva, já faz uma semana desde o teste. Os gêmeos pareceram gostar de mim, mas também depende do senhor Jones. Ainda mais depois daquele incidente. 

    Bati na porta do escritório é entrei assim que escutei um "entre". Parei ao lado da cadeira do escritório e o olhei. 

— Sente-se, por favor — disse ele e logo assenti. 

— Senhorita Sinclair — indagou —, como eu havia dito, eu eu iria lhe testar por uma semana. Já se passaram uma semana e eu tive uma conversa hoje mais cedo com os gêmeos e eles confessaram gostar muito da senhorita. 

     Sorri. 

— Eles são crianças ótimas — disse. 

    O que não era mentira. Eles não davam trabalho algum. 

— Fico muito satisfeito de saber que eles gostaram de você e que você se saíu bem nessa semana. Então sem mais enrolação, eu queria falar que a senhorita está está contratada — sorri mais alargamente. 

— Seu trabalho não apresentou nenhuma falha — continuou — e meus filhos te adoraram. Não vejo razão alguma para não te contratar definitivamente. 

    Eu tinha conseguido! Eu não poderia acreditar! 

— O senhor não vai se decepcionar — disse fracassando na minha tentativa de esconder minha eufória. 

— Assim espero. Seu salário vai aumentar já que não é mais um teste. Qualquer dúvida é só me procurar, a senhorita já pode ir. 

    Me levantei indo em direção a porta, mas parei. Lembrei da minha casa que eu não vejo a uma semana. Preciso ver como estão as coisas lá, então falei:

— Senhor Jones — chamei e no mesmo instante se virou para mim. 

— Sim? — disse ele. 

— Os gêmeos estão na escola, logo, pela manhã meu horário é vago. Será que eu poderia dar uma passadinha na minha casa? Prometo que é rápido! 

— Claro. — sorri — Só esteja aqui antes dos gêmeos chegarem — assenti. 

    Já estava de saída quando fui interrompida por ele:

— Senhorita Sinclair, você viu a Anna? — perguntou. 

— Quando eu vim para o escritório, ela falou que ía ao mercado, senhor — gesticulei para a cozinha. 

— A senhorita sabe atar nó de gravata? — perguntou. 

— Tenho um pouco de prática — disse em um tom brincalhão. 

    O que não era mentira. Não sei onde eu aprendi a atar gravatás, mas eu sei. 

—Se importa? — perguntou exibindo uma gravatá na cor vinho. 

    Me aproximei lentamente e retirei a gravatá de sua mão. Por um segundo quando nossas peles se encostaram, senti como uma corrente elétrica passar por meus dedos. O olhei fixamente, enlacei a gravatá por seu pescoço com cautela e voltei o olhar para a gravatá. Em poucos segundos o nó já estava feito. Me afastei lentamente e disse:

— Prontinho — sorri tensa. 

— Muito obrigado — disse com o olhar fixo em mim. 

— Não há de quê — sorri um pouco tímida. 

— Eu já vou indo — disse destemida a acabar com aquele momento de tensão. 

    Saí do escritório. Parei ao lado de fora e soltei minha respiração. Subi até meu quarto e peguei minha bolsa e fui para minha casa. 

    Eu precisava ser rápida, já que se passavam das nove e os gêmeos chegavam as onze. Eu não tinha muito o que fazer em casa, apenas olhar como estão as coisas, pegar algumas peças de roupa e avisar que nem tão cedo eu iria lá. 

    Saí da mansão e peguei um táxi. Não demorou muito até chegar ao meu prédio. 

    Por mais que nos últimos dois anos é o lugar onde eu moro, não me sinto completa aqui. Não pelo prédio, jamais. O lugar é muito aconchegante, mas sim as pessoas. 

    No meu andar tem mais quatro apartamentos. O trezentos e vinte, mora uma senhorinha rude e fofoqueira, já tentei forçar um laço de amizade, mas o que ganhei foi ela fechar a porta no meu rosto. O trezentos e vinte um, mora um casal, raramente nos esbarramos no corredor ou no elevador, mas eles sempre avisam quando estão em casa altas horas da noite. O trezentos e vinte dois, mora uma moça, confesso não gostar muito dela, quase sempre tem festa naquele apartamento e nunca acabam cedo. O trezentos e vinte três, mora a dona Luiza, a síndica e dona do prédio. E o trezentos e vinte quatro é o meu. 

    Entrei no meu apartamento e aparentemente estava tudo bem. Ele não era nada grande, mas é aconchegante. Fui ao meu quarto e peguei algumas peças de roupas a mais. Tudo estva no lugar, ótimo. Tudo pronto, abri a porta e vi dona Luiza entrando no seu apartamento. 

— Dona Luiza — chamei. 

    Ela se virou para mim e abriu um sorriso. 

— Elise, minha querida, não a vi a semana toda — disse ela se aproximando. 

— É exatamente sobre isso que eu vim falar. 

    Peguei o dinheiro dentro da minha bolsa. Como eu não tive despesas nessa semana, deu para juntar dois meses de aluguel fácil. 

— Esse é o dinheiro dos dois meses de aluguel atrasado — entreguei o dinheiro a ela —, estou em um trabalho novo, por isso não estou por aqui. 

— Muito obrigada, minha querida — sorriu observando o dinheiro. — Mas você não está trabalhando… como… — me olhou séria. 

— Não! Não. Estou trabalhando como babá, em tempo integral — disse gargalhando nervosa. 

    Ri porquê era a única coisa a se fazer. A última coisa com o que eu trabalharia seria com coisas ilegais ou ousadas.

— Ah, então me desculpe por pensar isso querida  — disse entre risadas. 

— Tudo bem. 

    Olhei o relógio e já eram quase onze horas. Preciso me apresar. 

— Já está na minha hora, dona Luiza. No fim de semana eu volto, até mais. 

— Até minha querida — disse ela. 

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Mais um capítulo da fanfic para vocês. Espero que estejam gostando da história. Não esqueçam de comentar e votar.
Beijos de luz ✨❤

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