Capítulo 4

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_ Bom dia Júlia. - Falei quando me deparei com ela na cozinha fazendo panquecas, levei um susto na verdade, ninguém mexia nas minhas coisas além de mim a muito tempo.

_ Bom dia Matt! Quer uma panqueca? Eu não tenho como retribuir a sua ajuda então decidi cozinhar, isso eu sei bem. Sou Chef de cozinha em um restaurante da minha cidade.

Estava difícil entender o que ela falava, já que a velocidade que as palavras saiam da sua boca era incrivelmente rápida. Desde cedo Júlia tinha uma ânimo que me faltava o dia todo, fofa mas um pouco irritante.

_ Eu adoraria uma panqueca. - Eu nem tinha terminado de falar e ela já tinha estendido um prato com uma panqueca coberta de mel.

_ Hoje está um dia lindo não é mesmo? Eu mal cheguei nessa cidade e eu já amo o clima daqui, de verdade.

_ É um dia bem bonito. - Olhei para ela que estava fazendo mais panquecas, sorridente como sempre e tão tranquila comparado a noite passada. - Você já pediu para sua prima Amanda o endereço de verdade dela?

No momento em que falei percebi o quanto tinha soado estranho, de uma forma como se quisesse me livrar dela, de certa forma sim pois não estava acostumado com alguém como ela por perto e de certa forma não, pois sua alegria era contagiante e sorriso mais ainda, sua beleza e carisma traziam uma leveza que meu apartamento não tinha presenciado nunca, nem eu na verdade.

_ Já cansou da minha presença né? Normalmente isso acontece já que eu fico nervosa e acabo falando tanto, na verdade eu estou muito empolgada em estar aqui! Foi as panquecas não foi né? Bem que minha mãe me disse pra nunca mexer nas coisas de homens solteiros! Meu Deus, eu nem sei se você é solteiro! - Ela tampou o rosto com as mãos.

_ Não é nada disso Júlia! Não cansei da sua presença nem nada, só queria saber porque vai que sua prima fiquei preocupada com você! E as panquecas estão ótimas e sim eu sou solteiro.

Continuei comendo minha panqueca e evitei contato visual com ela, era meio embaraçoso essa conversa com uma mulher que eu conheço em bem que 24 horas.

_ Ah! Menos mal não é mesmo? - Ela sorriu para mim e se sentou. - Amanda não está preocupada, liguei para ela mais cedo e avisei onde estou, ela me enviou o endereço certo e disse para ter cuidado com você, já que eu só sei seu primeiro nome e que não comemora o natal, esse último fato assustou ela em específico.

_ Pode me mostrar o endereço? - Ignorei o assunto sobre o natal, irredutível é como sempre me defini.

Ela me estendeu o celular e logo que li o endereço tomei um susto, obviamente ela tinha errado o local, ela tinha vindo para a cidade errada e o destino certo ficava a mais de três horas do meu apartamento.

_ É aqui perto? - Ela perguntou enquanto comia o último pedaço da panqueca.

_ Na verdade é na cidade vizinha, leva umas três horas daqui.

_ Então se sairmos agora ainda conseguimos almoçar o delicioso risoto da Amanda. - Ela se levantou e começou a lavar a louça bem rápido. - Vamos de metrô?

O fato de ela ter presumido que eu iria junto me assustou um pouco, somos praticamente estranhos, porém o convite foi bem tentador, eu amava risoto e gostava da companhia da Júlia, claro que não conhecia a companhia dela tão bem, mas eu estava de certa forma encantado pela vivacidade que ela carregava.

_ Pode ficar bem tranquila, vamos de carro, eu conheço bem essa cidade e também seria muito bom comer um risoto hoje.

Nós nos encaramos e sorrimos mutuamente, já ficou claro que para ela sorrir era normal e já devo ter dito que ela sorriu muitas vezes, mas é que de verdade, ela possuía um sorriso literalmente cativante, aqueles que te prendem em transe, aqueles que apaixonam logo na primeira vez que o ve.

Mais Uma Tradição NatalinaOnde histórias criam vida. Descubra agora