Capítulo 1

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Desde pequeno eu assistia escondido atrás das árvores a rotina de famílias diversas, era meu passatempo favorito. O casal da casa azul de dois pisos do bairro onde eu cresci passavam as tardes de domingo sentados ao sol no pátio cultivando as plantas e árvores diversas que cresciam a cada ano mais e quando chovia se sentavam na varanda protegidos apenas olhando e conversando sobre o que fariam no próximo domingo em relação às plantas, eu cortei a grama deles umas duas vezes. A família da casa amarela de um piso nunca apareciam durante o dia mas de noite todas as luzes se acendiam e dava para escutar diversos sons vindo de dentro da casa, choros, gritos, risadas e às vezes até gargalhadas misturadas com latidos, eles tinham dois labradores. A senhora da casa verde com janelas brancas passava o dia procurando a sua gatinha Rabisco que fugia durante as noites para ir na casa do vizinho da casa cinza onde ela ganhava vários pedaços de frango.

Eu posso parecer um psicopata mas eu amava observar a simplicidade em que a felicidade se aplicava em cada pessoa diferente que eu conhecia, óbvio que nunca contei nada do que observei, deixei Dona Hilda procurar a Rabisco em todo o bairro todos os dias de sua vida, eu nunca iria interferir na vida do outros.

Mas é claro que isso não era pra sempre, existe o maldito Natal que todo ano chega e faz um estardalhaço, muda a rotina de qualquer pessoa que ouse respirar nessa época do ano e me deixa sem chão, eu nunca tive uma rotina de se apreciar, nunca tive uma família que se importava o suficiente para saber onde eu passava o dia inteiro, e esse é mais um motivo para eu odiar as festas de fim de ano, eu não aprendi a comemorar elas, nunca, nem quero aprender, se tem uma lição que eu tirei das minhas observações pouco suspeitas mais elíticas é que a rotina faz a felicidade e eu estou feliz sendo esse homem mais ou menos e que odeia natal, prazer, Matt. 

Mais Uma Tradição NatalinaOnde histórias criam vida. Descubra agora