Mais Uma Tradição Natalina

Capítulo 2

_ Mais um ano, mais um natal que você não quer participar do amigo secreto, você é simplesmente insuportável. - Jonnhy que é meu amigo mais próximo e também sócio no nosso escritório de contabilidade disse enquanto arrumava sua mesa.

_ Eu já te disse quantas vezes que não vou participar do amigo secreto da sua família só pela pena ridícula que você tem de mim, eu estou ótimo evitando qualquer artefato e ocasião natalina na minha vida, aliás você como vegetariano não deveria se juntar a mim e fazer uma passeata de ódio ao natal por milhares de perus morreram por causa de uma data em um calendário? - Digo e começo a desligar meu computador, mais um dia acabou poucos faltam para o Aniversário de Jesus.

_ Nossa, que ridículo da sua parte jogar tão sujo assim, eu estou bem comendo meu abacaxi assado e não matando ninguém para minha felicidade, mas nem por isso vou tentar acabar com a felicidade do mundo todo.

Johnny e eu nos conhecemos na faculdade de desde então nossa amizade só cresceu e agora como sócios digo que somos inseparáveis.

_ Você não atingiria o mundo todo com uma passeata, que baita síndrome de machão, diga pra Callie que eu mandei um abraço, ela deve precisar muito.

Ele riu, pegou a sua pasta e começou a descer as escadas até a garagem.

_ Nenhuma chance do Ano Novo rolar? - Jonnhy gritou quase no fim da escada.

_ Nem a pau! - Gritei de volta para ele.

_ Até o ano que vem idiota!

Nem respondi pois consegui ouvir o carro dele sendo ligado.

Peguei minha pasta e desliguei as luzes do escritório, resolvi caminhar ao invés de pegar um metrô, vou direto ao Starbucks beber um chocolate quente, já isso eu até gosto de fazer nessa época do ano. Depois como sempre fui direto ao meu apartamento, entrei e deixei minha pasta e sapatos no armário logo na entrada ao lado da porta principal. Meu apartamento é impecável desde que eu o conheço, não é muito grande nem nada, não possui nenhuma decoração de natal. Manter as coisas no devido lugar é uma mania que nutri ao longo dos anos com várias outras, como dormir cedo por exemplo.

Antes das 21:30hrs eu já estava deitado e pouco tempo depois adormeci e teria permanecido assim se assim se horas depois eu não ouvisse praticamente o som de murros na minha porta.

Levantei meio tonto e procurando uma camiseta para colocar enquanto o barulho que já tinha atingido um tom infernal penetrava os meus ouvidos, com cuidado cheguei até a porta e mais desconfiado do que nunca, já que fazia muito tempo que ninguém me visitava ou que eu fazia um convite para um jantar. Quando abri a porta levei um susto, uma mulher vestida com um casaco rosa claro, touca e luvas da mesma cor, os cabelos loiros enrolados mal chegavam ao seus ombros, parada em cima do meu capacho, ela segurava duas malas e vi o seu sorriso enorme ir se desfazendo ao notar a minha presença.