Acho engraçado como os encontros com o Gus me deixam leve.
Volto ao trabalho no meu carro e enfim sinto-me aliviada, pois sei que poderei dormir mais pela manhã. Na empresa não há nada de novo, fico feliz por não ter visto o Sebastian até agora. Já são 18h e não percebi o tempo passar, estava tão atarefada que não percebi que já era hora de ir, então arrumo minhas coisas e vou apressadamente para o elevador. Quando chego ao estacionamento vou em direção ao meu carro e então ouço meu telefone tocar, olho para tela e mais uma vez o número dele está lá, recuso a ligação e coloco o celular no modo avião, só assim sei que não receberei ligação alguma.
Entro no carro, logo estou em casa, mais rápido que me dê conta. Solicito o elevador para ir ao meu apartamento, chegando no meu andar saio do elevador e abro minha bolsa e procuro as chaves enquanto vou em direção a porta. Acho as chaves e olho para frente, minhas mãos gelam e meu corpo todo fica paralisado, minha respiração fica mais rápida e meus olhos ficam marejados. Junto todas as forças que me restavam e ponho a chave na fechadura, logo ouço:
- Você sabe que precisamos conversar. - Juan fala. Juro que não acredito que ele está aqui. Ele é uma das últimas pessoas que eu gostaria de encontrar hoje.
- Não, não temos e você sabe mais do que eu, nós dois acabamos e depois de tanto tempo o que há pra falar? - Faço uma pergunta retórica já que não existe mais nenhuma troca que possamos fazer. O que ele pensa? Depois de 05 meses aparecer na minha porta?
- Me deixa entrar, vamos conversar lá dentro, por favor. - Implora ele com a voz embargada. Não consigo sentir pena alguma, a única coisa que consigo sentir é a dor em meu peito.
Não falo nada, abro a porta e quando ele pensa que irá entrar, empurro-a para que ele não pudesse passar. Então, ele coloca a mão com força para impedir que eu a feche. Saio irritada, para que ele não possa entrar e logo digo:
- Eu não quero falar com você, não há nenhum motivo que me faça querer te ouvir.
-Mas... mas... eu amo você Sam, por favor vamos conversar. - Diz com lágrimas rolando em seu rosto e logo completa: - depois que você saiu da minha vida, tudo começou a dar errado, o dia em que te perdi foi o pior dia da minha vida.
- Uma pena você não ter pensado isso antes de quebrar meu coração me traindo com minha melhor amiga. - Digo, agora chorando. Relembrar de tudo aquilo me massacra de um jeito que eu não consigo aguentar.
Viro de costa e vou em direção a porta, então sinto seus braços se envolverem em meu corpo em um abraço, o que me deixa irada. Eu não suporto mais seu toque, então tento me sair, mas sem sucesso, eu não tenho forças para desprende-lo de mim.
- Me solta!- Eu ordeno.
-Não até você me dá uma chance de conversarmos, se não iremos ficar assim. - Fala ele me deixando ainda mais perplexa.
-Me solta agora, Juan! -Grito.
E sinto um impulso das mãos dele pra trás, meu corpo cabalei-a. Quando me viro, vejo a cena do Sebastian dando um soco no rosto do Juan, fazendo com que ele caísse ao chão. Logo em seguida o Sebastian pega uma mala e vem em minha direção, faz sinal com a cabeça apontando para o apartamento como se me perguntasse se é o meu, então confirmo com a cabeça e ele pega em meu pulso e me leva para dentro, deixando o Juan caído ao chão sem entender bem o que aconteceu.
Ele me solta e entra, já eu fico parada em frente a porta por alguns segundos, tudo aconteceu tão rápido que não pude digerir. A medida que vou recobrando minha consciência, logo percebo que o Sebastian está aqui no meu apartamento e com uma mala. Me pergunto que mala é essa e o motivo dele estar aqui e por isso fico olhando para mala com um rosto confuso, então parece que ele consegue prever meus pensamentos e começa a responder:
- Hoje é o dia da minha mudança, serei seu novo vizinho.
- Mas... Como assim? Você? Aqui? Você sabia que eu morava nesse prédio? Nesse andar? - Pergunto, ainda confusa.
- Não Samantha, é claro que não. Diferente do que você pensa, o mundo não gira ao seu redor. - Fala ele com o maior sarcasmo do mundo. Odeio como ele consegue me irritar em questão de segundos.
-Hm... certo, por que você deu um soco no Juan? - Pergunto e ele não se demora e já começa a responder:
- Assim que a porta do elevador abriu eu escutei alguém pedindo para que fosse solta, sai e vi que era você e o cara insistia em não te soltar, então quando você gritou eu não pensei duas vezes.
-Ah...- Falo.
-Ah? Não seria: muito obrigada bash, você foi muito gentil em me ajudar. -Ele diz em tom de brincadeira, com um lindo sorriso gentil em seu rosto perfeito.
-Obrigada Sebastian, você realmente foi bastante atencioso. -Digo fazendo careta e retribuindo o sorriso sincero, eu estava muito agradecida, se ele não tivesse aparecido, não saberia como teria que sair daquela situação. - Qual o seu apartamento?- emendo
-Aparentemente ao lado do seu, vizinha. -Fala em tom zombeteiro e dá uma piscadinha.
Eu não acredito que ele vai morar bem ao lado, eu não sei o que sinto em relação a isso. Só queria conseguir me manter afastada dele e do Louie, na verdade nesse momento queria me manter afastada de todos os homens do mundo, exceto meu pai e o Gus que é como um irmão pra mim. Percebo que por conta do Sebastian estar aqui eu não havia pensado muito no que acabara de acontecer e mais uma vez sinto-me agradecida.
- Vou dar uma olhada lá fora. - Fala ele e assinto, acompanhando-o.
Sinto um alívio ao ver que o Juan já havia ido embora, logo o Sebastian pega a mala dele e vai em direção ao apartamento ao lado, assim que ele abre a porta olha para mim e fala:
-Te vejo amanhã vizinha, tenha uma boa noite.
E então entra em seu apartamento. Fecho a porta e vou em direção ao sofá, me deito e fico pensando em tudo que aconteceu, nesses pensamentos adormeço.
Ouço fortes batidas na porta e depois gritos:
-ABRE AGORA SAM, PRECISAMOS CONVERSAR! ABRE ESSA PORTA OU VOU DERRUBA-LA. - Fala o Juan.
Abro meus olhos e levanto subitamente, minha respiração está ofegante, aos poucos me habituo com o ambiente, então respiro fundo ao perceber que tudo não passava de um pesadelo. Mais uma vez peguei no sono enquanto estava no sofá. Ainda estava sonolenta, então me arrasto para cama mesmo sem ter jantado e tomado banho.
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Recomeço ou retrocesso?
RomanceSamanta acabara de sair de um relacionamento após ter sido traída, mesmo depois de cinco meses ela não havia conseguido superar, até que no seu trabalho, onde era responsável por algumas coisas no setor de Recursos Humanos, ela teve que recepcionar...