Não morremos. A carne que Max havia encontrado, realmente salvou nossas vidas. Meus medos sobre o mal que ela poderia trazer, afinal era a carne de um mamute zumbi espacial, não se concretizaram, no máximo passamos por umas sofridas dores de barriga nos primeiros, mas nada, além disso.
Desde a nossa grande fuga, quarenta e sete... não quarenta e oito dias, criamos táticas para continuarmos tendo como nos alimentar. As criaturas, apesar de enormes e assustadoras, não possuíam uma grande inteligência, então meu pequeno herói corria e latia para chamar a atenção deles, enquanto eu me aproveitava da oportunidade e arrancava nacos de carne dos que não conseguiam se levantar.
Apesar da situação fora do normal na qual nos encontrávamos, eu já começava a me sentir confortável novamente. A nova rotina me trazia segurança e encontrar uma maneira de voltar para casa não era mais uma urgência, mas eu trocaria qualquer bife zumbificado por uma simples xícara de café.
Aparentemente o universo gosta de me pregar peças e numa tarde, mais ou menos entre a sexta e a sétima mijada do dia, enquanto eu selecionava o melhor corte em um mamute, uma fenda translucida que sugava toda a luz ao seu redor apareceu.
Estanquei no lugar sem saber como reagir. Meu coração martelava no peito feito uma britadeira em pleno serviço, aquela poderia ser a minha oportunidade de voltar para casa. Gritei chamando meu cachorro. Max veio correndo pronto para enfrentar uma ameaça devido a meus gritos.
— Garotão — falei abaixando para acariciar seu pelo, garantindo de que ele não saísse na frente como da última vez. — Acredito que possamos dizer adeus a esse lugar. Vamos poder finalmente voltar para cas... — fiquei sem palavras ao ver o portal desaparecer como se nunca tivesse estado ali.
Levei as mãos ensopadas de sangue coagulado ao rosto, não acreditando na oportunidade que havia perdido. Me xinguei de vários nomes impróprios e já voltava a desistir de algum dia sair daquele lugar quando Max começou a latir.
Trinta metros de onde estávamos apareceu outra fenda.
— CORRE — berrei para meu cachorro. Desta vez eu não faria nenhum discurso.
Corri, desequilibrei em algumas poças rubras no chão, mas me mantive focado em alcançar o portal. Max obviamente foi o primeiro a chegar na fenda e, sem olhar para trás, o atravessou. Um sorriso começou a se formar em meu rosto cada vez que eu chegava mais perto. Cama macia, café feito na hora e banho quente eram coisas que passavam em minha mente. Sem pensar, estiquei o braço como um corredor tocando a faixa de vitória no final de uma corrida. A ponta dos meus dedos, indicador e médio, adentraram a forma translucida que os levou embora enquanto sumia novamente.
Vacilei em meio a correria e quase cai. O choque de olhar para minha mão com partes faltando foi maior que a dor que veio a seguir. O sangue que também não acreditava no que acontecera, começou a jorrar. Iria chorar como uma criança que teve seu pirulito roubado, mas outro portal apareceu poucos metros a frente. Suas cores prismáticas misturando as luzes das estrelas e planetas do céu, pareciam caçoar da minha cara. Enrolei o braço na camisa de maneira rápida e me coloquei a correr uma última vez.
Como "Papa-Léguas" fugindo do "Wile Coiote", atravessei a fenda. Parei, recuperei o folego e escutei os latidos de felicidade de Max. Teria ficado contente se meu corpo não tivesse ficado em silêncio ignorando as partes que me foram roubadas e se o local que eu me encontrava fosse de fato minha casa. Ao contrário do que eu poderia esperar, estava em um ambiente cercado de paredes de metal polido extremamente limpo. Uma luz branca forte evidenciava toda minha imundice. No centro da sala havia um ser de aparência humanoide, com a pele de um tom que eu nunca havia visto, mas que chegava bem próximo de um azul, ou mesmo um roxo com toques esverdeados, mexendo em uma espécie de holograma diferente de toda tecnologia que um dia eu já havia visto na Terra.
— Ipaslgos hanbigdher isbjerofs hahasidefre? — disse a criatura ao notar minha presença.
— Ahn?
— Au! — latiu Max entrando na conversa.
Continua...
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Quem estava com saudades do melhor amigo do homem? Poisé, ele está de volta!
Será que desta vez ele encontrará o caminha de volta para casa?
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❤️Obrigado por ajudar este escritor a crescer!!!
😉Um abraço todo sujo de sangue de mamutes zumbis, até a próxima!⠀
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As Aventuras de Max
AbenteuerAo se deparar por um estranho Portal em sua cozinha, Max e seu dono partem em uma viagem para o desconhecido! Aqui você encontrara uma antologia de mini contos contando as aventuras de Max por um universo fora do comum enquanto seu dono tenta sobrev...