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— Qual sua coisa preferida no mundo, Soobin-ah?

Já era de noite e estávamos andando por uma praça. Ela estava meramente quieta, havia apenas o som de poucos carros passando e algumas últimas crianças brincando no parquinho.

— Eu acho que não tenho uma coisa preferida. E a sua?

Ele faz um bico nos lábios enquanto pensa e finalmente responde.

— Acho que sorvete! — As vezes eu me impressiono com o entusiasmo que há na sua fala — Sorvete de chocolate!

— Mas você comeu de morango hoje, por que agora seria de chocolate?

Vejo um sorriso tímido crescer nos seus lábios. Ele ficava tão adorável assim, era como o mais puro dos anjos.

Uma leve brisa se faz presente e seus cabelos lisos bagunçam um pouco.

— É porque você tinha gosto de chocolate — Sua voz vai morrendo a cada palavra. Eu coro fortemente e minha mente começa a trabalhar a mil por hora.

Talvez agora seja a hora de eu fazer algo. De tomar uma atitude.

Muitas vezes eu acabo recoando por medo de ser magoado e magoá-lo, já que a um tempo atrás, eu não o suportava.

Ou fingia não suportar...

O medo é o que barra as pessoas, é o que freia a humanidade. Mas o medo é essencial para não entrarmos em perigo, como por exemplo, não entrarmos no meio do fogo cruzado.

Mas e se esse fogo cruzado for o amor?

Ah, meus amigos, eu tenho certeza que você deve pular no meio dessa guerra, sem medo de ser atingido, mas, se for, vai ser a dor que mais valeu a pena na sua vida, porque eu sei que a pessoa que atirou em você te trouxe boas lembranças, bons momentos, boas histórias...

Talvez você não concorde comigo, e é um direito seu, mas eu peço, mesmo você concordando ou não, por favor, ame.

Ame um amigo, ame um parente, ame um vizinho, ame uma música, ame uma sobremesa, ame um animal, ame um... amor.

Mas voltando ao momento, eu olho para Yeonjun e vejo que ele está com as bochechas rubras, o que o deixa ainda mais fofo.

— Ei, sabe qual é a minha coisa preferida no mundo? — Paro na sua frente e o olho nos olhos.

— Qual? — Ele entorta a cabeça pro lado em sinal de dúvida.

— Você.

Dito isso eu seguro suas bochechas com as duas mãos e me aproximo dos seus lábios. Ele arregala os olhos em surpresa e seu corpo congela, mas é necessário apenas alguns segundos para ele relaxar, levar as mãos até minha nuca, e dar início a um beijo lento e delicado.

É como se o tempo tivesse parado, os ventos frios tivessem cessados, os barulhos amenizados e nossa concentração estivesse apenas na leve dança que nossas línguas faziam uma com a outra.

Em uma mistura de sorvete de chocolate e morango.

Ice Cream ☃ YeonbinOnde histórias criam vida. Descubra agora