Capítulo 02

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PAULO

Encerro mais um dia de trabalho e infelizmente não tenho ânimo para voltar minha família. Sei que Alice estará lá, sei que meus filhos, que certamente são as maiores conquistas da minha vida, também me esperam, mas não tenho vontade de ir para casa.

Sei que isso faz de mim um escroto, mas porra, há tempos deixei de ter conexão com Alice, muito tempo que não somos verdadeiramente um casal.

Dizer que isso foi vontade minha, vontade dela, acredito que nenhum dos dois quis impor esta situação ao outro, mas a verdade é que infelizmente nos perdemos pelo caminho.

Seguramente Alice foi o meu grande amor, a única mulher que realmente amei. Antes dela havia um desfile de mulheres que frequentavam a minha cama, que fazia de mim praticamente um mulherengo, que me trazia uma grande satisfação sexual, mas era incapaz de tocar-me intimamente.

Ao contrário de minha convivência e minha amizade com Alice. Era a coisa mais querida em minha vida. O carinho que ela me despertava era um sentimento sagrado, que me fazia querer cultivar esta proximidade para sempre. Claro que eu a desejava, que queria uma transa gostosa com ela. A Alice era um avião, uma garota capaz de mexer com a libido de qualquer um e comigo certamente não era diferente.

Mas eu me policiava, sabia que não estava pronto para nada além de sexo e jamais exporia nossa amizade desta forma. Meu medo de me distanciar da minha amiga era muito maior de que a vontade de tê-la em minha cama.

E assim os anos foram passando e a nossa aproximação e sintonia só aumentava.

O que não parava de crescer também era a vontade de tê-la em meus braços, era meu desejo desenfreado por ela. Mesmo com meu corpo implorando para tê-la, eu me privava de tentar, me privava de causar um sofrimento desnecessário a nós dois.

Com muito esforço consegui me controlar, mas as minhas fodas já não eram as mesmas. No começo comecei a colocar culpa no trabalho, no estresse, na correria do dia a dia. Até que vieram as comparações. Até suas roupas simples, a ausência de maquiagem, tinha mais poder sobre meus instintos do que as beldades produzidas que encontrava nas baladas.

Então as saídas começaram a diminuir, o sexo a rarear e a vontade de ficar próximo à Alice passou a ser incontrolável. A todo instante queria estar com ela, queria seu sorriso, sua simplicidade, sua dedicação, mas não queria somente sua amizade. Precisava de mais, necessitava de algo para mim desconhecido, mas que sabia que encontraria ao lado dela. De repente o controle se esvaiu e tudo que sempre evitei aconteceu. De repente Alice estava em meus braços.

Joguei a razão para o alto e me delicie com os lábios mais doces já provados, o beijo mais gostoso já dado. E a cautela, o medo, tudo foi para o espaço, nada que não fosse estar com Alice, importava.

Abdiquei da vida de farras, exclui outras mulheres e comecei uma nova etapa da minha vida: a de homem comprometido. Maravilhava-me tê-la sempre ao meu lado, sentia-me completo por denomina-la minha. Mais era insuficiente.

Então para um cara que jamais havia namorado, eis que convidei Alice para morar comigo, para compartilhar comigo todos os momentos da minha vida. E não poderia ser mais perfeito. Sintonia total. Sentimento de plenitude. E sexo da melhor qualidade.

E ainda queria mais. Precisava oficializar. Necessitava que fosse minha também no papel. E assim o fiz. Tornei-me esposo, amigo, sócio e rapidamente pai.

Com certeza a maior emoção da minha vida. Do nosso amor nasceu Lucas, o meu garotão, meu primogênito, meu orgulho. E se já não tivéssemos felicidade suficiente, eis que fomos surpreendidos com uma nova gravidez e Alice deu á luz a Lis, a princesa do papai, tão parecida fisicamente comigo, tão parte de mim.

DEGUSTAÇÃO - Totalmente SeuOnde histórias criam vida. Descubra agora