✶ 𝐂𝐚𝐩í𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟑 ✶

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You look at me

and there's just one thing that you see

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𝐃𝐞𝐬𝐢𝐬𝐭𝐢𝐧𝐝𝐨

Passei a tarde toda trancada no quarto, sem ânimo.

Pensando em qualquer que fosse a maneira de ameaçar Kamilly a manter a boca fechada, e pedir para o meu pai ficar.

Mas nenhuma ideia, absolutamente nada.

Até cogitei a ideia de matá-la. Mas não gostei de como seria minha adolescência atrás de uma cela.

Suspiro, com raiva. Estou ficando louca.

Levanto da cama e vou até a cozinha. Babette está tirando os pratos da lava-louça. Seus cabelos loiros, com fios brancos estão presos em um coque alto.

- Oi querida, como está? - Ela diz, me olhando preocupada.

- Péssima - Sorrio devastada. Não sei mais como me sentir.

Babette vem em minha direção e me abraça forte. Conheço nossa cozinheira desde os quatro anos, ela é da família. Sei que posso confiar minha vida a ela, e foi por esse motivo que resolvi falar:

- Você... Você viu Kamilly entrando, certo? - Pergunto, olhando em seus olhos azuis.

- Vi, claro. Kamilly disse que Richard pediu para ela pegar o resto das roupas dele no armário. Por que a pergunta Mory?

Babette é a única pessoa além da minha tia que me chama por esse apelido. Memórias das brincadeiras com as duas passam por minha cabeça, e imediatamente sinto falta da presença de minha tia em casa. Elas são minha família.

- Ela não veio apenas pegar as roupas do meu pai. Mas sim, me ameaçar. Meu pai resolveu ficar, logo depois que conversamos, mas Kamilly não aceitou muito bem...

- É mesmo? Quer que eu avise ao Richard? - Ela chega mais perto e acaricia minha mão.

- Não, por favor... Ela... Kamilly ameaçou mostrar os vídeos se ele ficasse... - Digo derrotada.

Babette fica pálida, toda a cor de seu rosto foi sugada para fora. A carícia em minha mão termina, e ela segura meu ombro esquerdo com leveza.

- Pensei que todos foram deletados... - Seus olhos se estreitam e ela continua. - Talvez ela esteja mentindo sobre ainda ter os vídeos.

Dou de ombros, já tinha pensado nessa possibilidade.

- Talvez, mas não posso arriscar... Meu pai não pode saber... - Limpo a garganta. - Pelo menos vou ter você Babette, saber que vai estar em casa é um conforto.

Sua postura se endireita, o corpo todo rígido, a mão em meu ombro cai imediatamente.

- Sobre isso... Mory, seu pai exigiu que eu fosse com ele. Richard vai pagar o dobro do meu salário, não pude recusar querida. Mas saiba... - Ela faz uma pausa e pega minhas mãos, olhando fundo em meus olhos. - Que sempre vou estar aqui para você, qualquer problema é só me ligar.

Meus olhos deveriam estar cheios de lágrimas, mas não tenho forças para chorar. Apenas suspiro.

- Sentirei sua falta. - Digo com um sorriso sincero.

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Quando o relógio marcou sete e quinze, meu pai chegou com a amante ao seu lado. Minha mãe os convidou para jantar, por educação, mas eles recusaram. Ou melhor, Kamilly recusou. Disse que já estavam com tudo pronto e só vieram se despedir.

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