Eda Yildiz nutre uma grande paixão por seu melhor amigo, Serkan Bolat. Mas nunca lhe contou sobre seus sentimentos. Ela acredita que ele ainda ame sua ex namorada.
Após uma viagem à Itália, e uma moeda jogada em um chafariz antigo, Eda acorda apenas...
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- Dadá, o que você está fazendo aí parada há tanto tempo?
A voz doce de Melo interrompe meus pensamentos, levanto o olhar e a vejo ao meu lado, vestida em seu macacão preto de trabalho.
- Pensando em Serkan. - admito, não é como se ela não soubesse. Seus olhos me estudam e ganham um tom de ternura.
- Pensando na dança, não é? - Melo pergunta. Ela sabe o que aconteceu naquela noite, claro que sabe. Foi pra ela que corri quando meu coração estava prestes a sair pela boca, e mesmo sendo uma romântica clássica, Melo me entendeu e escutou atentamente, aconselhou-me e falou tudo o que eu precisava ouvir.
Depois do ocorrido, menti para ela dizendo que tudo não passava de uma pequena paixonite, - ela não acreditou- mas fingiu que sim.
Melo aperta meu ombro e continua:
- Você o ama secretamente há tanto tempo, não sei como suporta.
Bom ponto. Também gostaria de saber como posso suportar, ou pude, já que a fase Eda Yildiz apaixonada por seu melhor amigo se foi.
- Todos podemos começar livremente, uma ligeira preferência é bastante natural, mas são poucos os que têm o coração bastante firme para amar sem receber alguma coisa em troca. - a lanço um semisorriso sabendo muito bem o que citei.
- Jane Austen, minha autora preferida. - Melo fala entusiasmada. - Até na dor você consegue ser poética, Dadá.
Eu reviro os olhos.
- Não existe dor, amor ou seja lá o que for. - digo firme.
- Talvez esse seja o propósito do feitiço, afinal. - ela se agacha rapidamente em minha frente e eu franzo o cenho. - Você amá-lo e aceitar isso.
- Como posso aceitar uma coisa que não existe, Melo?
- Continue mentindo para si mesma. E então, quando deixar o amor da sua vida escapar, será tarde demais.
Ela retira os arranjos de minhas mãos e sobe as grandes escadas douradas, deixando-me para trás totalmente atônita com suas palavras.
{...}
Não deveria ter pensando tanto nas palavras de Melo, mas eu o fiz. Pensei enquanto tomava banho, escolhia um vestido, me maquiava e procurava um bom penteado na internet.
Agora estou sentada na beira do colchão, usando um longo vestido azul claro, meu cabelo solto, uma maquiagem leve que realça meus olhos e um salto preto.
Olhei meu reflexo no espelho mais uma vez, satisfeita comigo mesma. Sentia a estranha sensação de que algo mudaria nessa noite, algo que não estava em meu controle.
- Você está de tirar o fôlego. - Virando-me encontro Serkan encostado no batente da porta me observando. Ele está lindo, veste o que eu mandei.
