Dark days

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Sabe aquela sensação de inutilidade quando você vê que não pode ajudar uma pessoa? Então, Naty está aqui em casa e hoje é feriado, ou seja, ela poderia ficar comigo o dia todo.

Assim que acordo vejo que nós duas estávamos de conchinha, eu sendo a concha de fora e ela a de dentro, como acordei antes fiquei apenas ali com um de meus braços passando por sua cabeça e o outro em volta de sua cintura com a mão em sua barriga.

Muitas pessoas já estranharam a nossa amizade já que somos extremamente intimas e não nos importamos de demonstrar MUITO afeto em público, o que resulta em recebermos comentários preconceituosos ou perguntas do tipo, "Vocês namoram? ", "Lésbicas? Seus pais sabem?" e muitos outros, antes eu ficava meio brava e tals mas agora não me importo muito já que da minha vida quem sabe sobre mim e meus gostos é apenas e absolutamente apenas eu.

Naty também não se importa, demonstramos carinho em público porque queremos e gostamos e se gostamos de algo por que parar por comentários que não nos afetam?

Na verdade, todas as pessoas deviam pensar assim, se é algo que nos faz bem, não afeta os outros e gostamos de fazer o mesmo então o obvio seria continuar fazendo o mesmo.

Mas infelizmente vivemos em uma sociedade extremamente ridícula, tudo o que foge de seus "padrões" é algo feio e repugnante, exemplos? Comunidade LGBT, claro que a cada dia a mesma vem conquistando cada vez mais as pessoas e ganhando respeito, mas também temos os casos das etnias, cores, cabelos, olhos e até mesmo o corpo e sua pronuncia, ah também temos as mulheres, a comunidade feminista e muitas outras coisas também, sei que se eu quisesse acabaria falando por dias e até mesmo meses sobre esse assunto, talvez seria uma boa ideia vocês pesquisaram um pouco sobre esses assuntos já que normalmente eles acabam causando muita polemica.

Voltando sobre a questão de Naty, não sei como ajudá-la com os seus pais, mas sei que não posso fazer muito além de oferecer o meu abraço, carinho e claro uma amiga em quem pode confiar.

- Gosto quando você me abraça assim.

- Que susto Naty e eu gosto de te abraçar assim, parece que você é meu neném. – Digo um tanto assustada, eu estava bem tranquila brisando e do nada ela decide falar? Obvio que eu ia me assustar.

- Mas eu sou seu neném. – Ela fala se virando para mim e fazendo uma carinha manhosa.

- Isso mesmo, meu e de ninguém mais. – A aperto mais em meus braços e percebo que a mesma passa seu braço pela minha cintura assim me abraçando de lado.

- Eu te amo demais, obrigada por você sempre me acolher quando eu preciso. – Sua voz sai um pouquinho abafada, mas consigo entender.

- Eu sempre estarei aqui para você. – Digo fazendo uns círculos aleatórios em suas costas.

- E eu por você. – Ok, duas boiolinhas.

Continuo acariciando as costas dela e sem perceber ela adormece de novo, iti meu neném.

Depois de uns minutinhos sinto que o sono se próxima de novo, mas antes de apagar ouço quatro batidas na porta logo após sendo aberta por Athena, já arrumada para seu trabalho.

- Bom dia meu amor. – A mais velha diz em um sussurro para não acordar Naty.

- Bom dia mãe, já estão indo? – Digo ainda em um sussurro.

- Já sim, você sabe onde tem comida, se quiserem alguma coisa de fora me liguem.

Acenei que sim com a cabeça e voltei a olhar Naty dormindo, não sei como alguém pode machucar a mesma, uma anja, sempre pensando nos outros em vez de si mesma, as vezes temos que brigar para que ela possa ser um pouquinha egoísta e ter o momento dela pensando somente nela.

Seus Olhos Cor de MelOnde histórias criam vida. Descubra agora