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No momento eu não poderia estar mais triste.

O meu namorado morreu, e eu acabei de chegar do velório dele. É, eu não esperava que isso fosse acontecer, nunca esperaria que ele me deixasse.

O garoto descobriu câncer, e mesmo com o tratamento, não resistiu. Isso tá me doendo muito. Ele sempre me ajudou, e agora, que precisava da minha ajuda, eu não o ajudei.

Pra começo de conversa, ele nem queria me falar nada do câncer, porque não queria me deixar preocupada, porém acabei descobrindo.

Chorei muito quando descobri, mas tentei ser forte em sua frente, ele precisava.

Chorava quando chegava em casa, ou quando estava sozinha ou longe dele, aquilo estava me machucando tanto, ninguém faz nem ideia.

Percebi que cada dia que passava nao havia melhora. Pedi muito a Deus que ele parasse de sentir dor e ficasse tudo bem, que ele voltasse para casa e ficasse com sua familia.

Mas não foi assim que aconteceu.

Ele piorava a cada dia, estava tão magro, sem forças, sua voz não era a mesma, sua pele estava diferente, estava tão mal...mas uma coisa nele não mudou. O seu jeito.

Por incrível que pareça, ele me fazia rir. Sim, ele que estava com o câncer e ele que me fazia rir.

Sempre muito possitivo, engraçado e sorridente, esse era Théo, a pessoa que mais amei durante muito tempo.

A verdade é que antes de começarmos o namoro, já éramos amigos, amigos muito próximos, então começamos a sentir uma atração um pelo outro. Decidimos começar a namorar, mas também prometemos que nossa amizade nunca chegaria ao fim. Poderíamos até parar de namorar, mas a amizade era para sempre.

Quando eu soube que ele tinha câncer, apenas tentei ficar ao máximo ao seu lado, pois sabia que o pior poderia acontecer, mas mesmo assim, não foi o suficiente, estou sentindo tanto a sua falta.

Sinto várias lágrimas no meu rosto, tento enxuga-las, mas não consigo, a tristeza tomava conta de mim.

Estava deitada em minha cama, e ao olhar para meu lado, vejo seu travesseiro. Pego o mesmo e o abraço, podendo sentir seu cheirinho.

Respiro fundo e mudo de posição, ficando se lado, mas assim que olho direito, vejo um papel bonito ao meu lado, que se encontrava antes, debaixo de seu travesseiro.

Decido abrir aquele papel, que na verdade era uma carta.


Continua...

𝗖𝗮𝗿𝘁𝗮𝘀. ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora