✓ 𝗖𝗛𝗘𝗥𝗥𝗬 𝗟𝗜𝗣𝗦 | 𝗛𝗘𝗡𝗥𝗬 𝗖𝗔𝗩𝗜𝗟𝗟

|0.6|

Exatamente uma semana após nossa primeira reunião, eu me via novamente no mesmo quarto. Quarto 306. Eu fico me questionando se ele havia pedido especificamente esse quarto quanto fez a reserva.
Eu arrumei  tudo ds mesma maneira que da outra vez, as excessões comparadas a semana anterior são minha roupa e o vibrador que é bem maior que o outro, para combinar com o tamanho dele... ou pelo menos chega perto. Hoje eu estava vestindo uma lingerie totalmente branca, contrastando com minha representação de Diaba na última transmissão ao vivo, mas a maquiagem continua sendo tão pesada como sempre. A maquiagem continua sendo uma máscara para mim, uma máscara que uso para conseguir incorporar SweetCherry, entrar na personagem, mas no fim acaba sendo um mecanismo de defesa.
Pontual, bem na hora ele já estava batendo na porta. Não precisei falar do dinheiro, assim que entrou no quarto já pegou sua carteira e o deu a mim. Quando se sentou na poltrona de frente para cama, ele apenas pediu uma toalha, pois suas calças havia pagado um preço semana passada, me esforcei para não sorrir diante dele quando lhe entreguei a toalha.

— Assistiu minha transmissão ao vivo domingo passado?
Perguntei a ele enquanto me afastava e ia até a mesa de cabeceira onde o alto-falante e meu celular estavam, para começar a tocar a playlist.
— Sim.
Respondeu baixo, seu tom me fez estremecer.
— Gostou?
Eu o olhei por cima do ombro com um sorriso. Normalmente eu não tenho oportunidade de ter um feedback dos meus "clientes". Só o que eu tenho são os comentários que eles deixam nos vídeos ao final das transmissões.
— Muito.
Ele afirmou. Ele fala pouco, e eu não me importo.
— Espero que não se importe por eu ter escolhido o modo "anjinha" essa noite.
Falei e então pisquei para ele, mse mas no fundo estava levemente nervosa por decepciona-lo.
Abri o robe de seda para que ele visse meus trajes. Ele engoliu em seco.
— É... é perfeito.
Respondeu, pareceu se lembrar de que eu havia lhe feito uma pergunta. Ele até parecia um pouco surpreso. Eu sorri maliciosa e me voltei novamente para o celular dando início a playlist.
Assim que a primeira música começou a tocar, dei início ao show, a energia presente no quarto se transformou ainda mais e ficou exatamente como na última vez. Eu quase posso agarrar a tensão entre nós dois com minhas mãos.

Subi na cama ainda com o robe, mantendo a aparência de "garota inocente", brincando com o laço dele. Era esse o jogo que eu quero para essa noite.
Ele não aparentava estar tão nervoso quanto semana passada, mas estava tão empolgado quanto. Eu também devo admitir que estou tão animada quanto ele. Durante toda a semana eu estive ansiosa por hoje, para vê-lo, e acima de tudo, ouvi-lo novamente.
O olhar sobre mim era tão quente enquanto lentamente eu permitia que o tecido escorregasse por meus ombros, que eu senti como se meu corpo estivesse queimando.
Cada gemido dele, cada silvo e grunhido emitido por ele me atingia em algum ponto muito profundo dentro de mim. Eu quero que ele se sinta bem, quero antecipar aquilo que eu sei que ele quer ver. Eu quero agrada-lo, não apenas como um cliente da SweetCherry, mas como um homem.
Por alguns momentos durante o show, eu até me esqueci do dinheiro que ele estava me pagando para fazer tudo isso. E enquanto eu fazia aquelas coisas, ouvindo seus gemidos, sua voz baixa, os sons que saíam de seu lábios... eu gozei, gozei de verdade e junto com ele.

 ***

— E se tornamos isso algo normal?
Ele questionou enquanto saia, virando-se de repente em minha direção. Eu estava parada na porta ao lado dele e o olhei assustada, quase trombei com ele, deus... ele é tão alto.
— Sério?
Perguntei surpresa.– É muito dinheiro.
Eu observei. Ele sorriu suavemente para mim.
— Eu posso lidar com isso.
Ele disse de volta e me lançou uma piscadela. Por um momento me senti corar, foi como se por um segundo nossas posições tivessem sido trocadas e agora era ele quem estava no controle, isso me fez sentir como se eu pudesse derreter em seus pés.
B

alancei levemente minha cabeça e me livrei dessa sensação me lembrando de que sou SweetCherry nesse momento.
— Tudo bem, se você aguentar...– Eu sorri arrogante e finalizei provocadora.– Te vejo na próxima semana.
Ele sorriu mais largamente.
— Até semana que vem.
Disse antes de sair para o corredor e deixar o quarto. Eu fechei a porta e me encostei contra s superfície de madeira fria. Soltei um ruído baixo do fundo da garganta.
Esse cara será a minha morte!