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Depois de derrubar a última barreira ainda existente e fazer sexo de verdade com Henry, você jogou todas as suas preocupações e hesitações no mar. Desde sua quinta sessão, vocês fizeram sexo em todo o quarto do hotel, até mesmo no chuveiro. A única pequena “regra”, ainda mantida se é que se pode chamar assim, era a restrição do beijo. Você honestamente pensou que essa era a última pequena peça do quebra-cabeça que manteve seu relacionamento profissional.

Por outro lado, Ana, a quem você contou tudo sobre suas sessões semanais com Henry, estava preocupada com você. Se você perguntasse a ela, ela diria que você estava envolvida demais, mas você nunca perguntou a ela, justamente por saber qual seria a resposta dela.
Ela temia que você estivesse sendo pega por toda a fantasia SweetCherry-Henry, envolvida demais para o seu próprio bem. Claro, você ganhou um bom dinheiro, mas ela estava preocupada com sua saúde mental e como tudo isso poderia acabar.
Então, ela queria trazê-la de volta ao mundo real, mostrando-lhe que existem homens de verdade com quem você realmente pode namorar e ter um encontro às cegas. Era uma amiga do marido da colega. Como Ana trabalhava para um planejador de eventos em Londres, o encontro às cegas poderia ser qualquer pessoa.

Você sabia que precisava ter uma vida além do trabalho e do colégio e, definitivamente, além de SweetCherry, mas se sentiu relutante quanto a aceitar. Desde que começou a fazer sexo com Henry, você sabia que estava se apaixonando cada vez mais por ele e isso não era saudável de forma alguma. Mesmo que você não tenha gostado dos motivos de Ana para o encontro às cegas, no fundo você sabia que ela estava certa com essa atitude.
E já que você nunca foi boa em conseguir encontros, mesmo depois de começar sua carreira de camgirl como SweetCherry, você estava realmente feliz por Ana ter arranjado esse encontro às cegas.

— Ele sugeriu um bom restaurante italiano perto do centro da cidade. De Scoli.
Disse Ana enquanto tentava argumentar para convencê-la a ir. Você estava falando com ela no telefone durante a hora do almoço.
— Ele já sugeriu um restaurante?
Você perguntou com as sobrancelhas franzidas e colocou um garfo cheio de salada na boca. – Isso é meio estranho.
Você acrescentou enquanto mastigava e fazia uma careta.
— Não, isso significa que ele está ansioso para conhecer você.
Ana tentou animá-la para o seu encontro.
— E quem é ele mesmo?
Você questiona, sabendo muito bem que Ana ainda não tinha revelado nada sobre ele. E ela tinha uma razão para isso.
— Na verdade... não sei – Confessou.
— Ana!
Você exclamou em voz alta.
— Sinto muito, S/n. Ele é amigo do marido da minha colega. Pelo que sei é muito simpático e bonito.
Ana se apressou em acrescentar.
— E isso foi o suficiente para você? Por que não pediu mais detalhes?
Você perguntou chateada.
— Honestamente? Eu teria levado qualquer um para tirar você do seu apartamento e do seu headspace de SweetCherry.
Ana disse a você, baixando o tom de voz na última parte.

Você bufou alto e colocou outro garfo cheio de comida na boca. Ana ouviu em silêncio enquanto você mastigava com raiva. Ela já sabia que você só precisava de um momento para se acostumar com a ideia de um encontro.
— Sabe, se isso der errado, irei pessoalmente responsabilizar você.
Você a ameaça.
— Aceitarei de bom grado esta homenagem.
Você a ouviu dizer e pode perfeitamente visualiza-la fazendo uma reverência zombeteira.

***

— Kat disse à amiga dela que você vai conhecer a garota no Scoli's, aquele novo restaurante italiano.
Rupert disse a Henry por telefone. De alguma forma, seu amigo conseguiu fazer com que ele concordasse em ir a um encontro às cegas que a esposa de Rupert havia arranjado para ele.
— Já até escolheu o restaurante?
Henry perguntou irritado. Ele ainda não tinha certeza se realmente queria ir para esse encontro.
— Eu e Kat fomos lá semana passada, foi maravilhoso.
Rupert tentou tranquilizá-lo.
— Quem é ela mesmo?
Henry indagou, passando a mão pelo rosto.
— Ela é amiga de uma das colegas de Kat. Eu esqueci o nome dela agora, mas vou pedir a Kat que mande para você.
Foi a resposta do amigo a ele. Henry suspirou derrotado.
— Quando é?
Henry perguntou e colocou o amigo no viva-voz para que ele pudesse abrir o calendário em seu telefone.
— É dia 12, às sete.
Henry rolou para o 12º. Droga, sem compromissos.

✓ 𝗖𝗛𝗘𝗥𝗥𝗬 𝗟𝗜𝗣𝗦 | 𝗛𝗘𝗡𝗥𝗬 𝗖𝗔𝗩𝗜𝗟𝗟Onde histórias criam vida. Descubra agora