Capítulo 2 – O dia depois da minha morte
Duas semanas se passaram e o menino continuou no mesmo estado. Vivia dormindo, praticamente não comia e pouquíssimas vezes levantava da cama. Snape fazia o possível para lhe dar o tempo que precisava para se recuperar das notícias que dera. Não era fácil saber que sua própria família não ligava se estava morto ou vivo e nem o defenderam do que aconteceu com ele, mas Draco definhava em depressão e vê-lo daquela forma o deixava transtornado.
- Draco, acorda.
- Hummm. - Foi a única coisa que o menino disse antes de se virar para o outro lado e tentar voltar a dormir.
Snape rosnou entre os dentes e pegou o braço do menino levantando-o a força. Draco abriu os olhos, mas não havia mais brilho no meio do cinza, não havia mais nada ali dentro. Draco estava aos poucos se tornando uma casca vazia.
- Chega de alto piedade, você vai levantar agora, vai tomar banho e comer.
- Para que? Não há motivo.
- Encontre um. - Disse Snape o levantando. - Você está fedendo.
Draco estava mole em seus braços, parecia um boneco grande e leve. Suas pernas mal o sustentavam. Precisou ampará-lo, caso contrário cairia no chão. Não imaginou que o menino chegaria a esse estado. Mas lá estava ele. O príncipe de Sonserina. Totalmente entregue à própria sorte, a mercê de sua mente distorcida. Ele esperava pela morte, mas Snape não deixaria isso acontecer, não com ele. Não poderia perder mais uma pessoa importante em sua vida. Lily se fora, Dumbledore se fora e agora Draco queria lhe abandonar também.
- Fique por mim, Draco.
A fraqueza do menino não o permitiu prestar atenção nas palavras sussurradas de Snape, talvez se tivesse prestado entenderia o significado delas. Tudo o que fez foi apoiar a cabeça no peito do homem e fechar os olhos. Queria apenas dormir. Dormir sentindo dedos acariciando sua cabeça, embrenhando-se nos cabelos. Era gostoso, familiar. Mas a sensação boa foi substituída pela fria sensação da água gelada caindo em sua cabeça quando se viu colocado embaixo do chuveiro.
- Está louco? - Perguntou sentindo o corpo tremer, mas acordar.
- Você está fedendo.
- Sei tomar banho sozinho, Snape, não preciso de babá.
- Não consegue nem mesmo ficar em pé.
- Me solta seu desgraçado.
- Está bem.
Os braços de Draco foram soltos e por um momento sentiu que ficaria em pé, mas logo em seguida suas pernas tremeram e ele caiu no chão. Queria gritar com Snape e manda-lo ir a merda, mas sabia que não tinha forças nem mesmo para isso. Foi então que não reclamou ao sentir os braços de Snape o erguerem novamente. Dessa vez não houve relutância, Snape agitou a varinha e deixou Draco nu, o menino sentiu seu rosto corar, mas ainda assim permaneceu com a boca fechada enquanto as mãos experientes e profissionais de Snape lavavam seus cabelos e depois ensaboavam seu corpo. Sentiu as mãos tocarem onde era mais sensível causando lhe arrepios na espinha. Snape não o olhava estranho e nem parecia malicioso enquanto o virava de costas ensaboando entre seu traseiro. Ainda assim Draco sentiu que uma ereção começava a elevar-se no meio de suas pernas. Envergonhado tampou o corpo com as mãos e negou-se a se virar de frente novamente.
- Já estou limpo Snape, quero me vestir.
Snape desligou o chuveiro e escorou Draco até o quarto onde o deixou sentado em uma cadeira se secando.
- Por que estou tão fraco? Mesmo se estivesse essas duas semanas definhando na cama não era para chegar a tanto, eu devia ao menos conseguir tomar um banho sozinho. – Disse Draco com raiva terminando de secar os cabelos.
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Depois da minha morte (Snape e Draco)
RomanceApós acordar na casa de Snape, se ver sem varinha, trancado e descobrir que para o mundo bruxo ele está morto, Draco fará de tudo para escapar, mas as vezes escapar não é a melhor solução.