O dia em que vivi

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Capítulo 3 – O dia em que vivi

"Mais sumiços misteriosos no mundo bruxo assustam a população".

Aquela matéria já era tão conhecida que Draco nem se quer leu além do título, ele sabia exatamente o que viria a seguir, uma família bruxa estava desesperada pelo sumiço de um membro querido que um dia saiu de casa e nunca mais voltou. Já era tão comum aquilo que se tornou chato e monótono, a única coisa que deixava Draco mais animado em sua extrema solidão eram as notícias que o Ministério mandava publicar sobre Harry Potter, eram todas tão cheias de absurdo que chegavam a ser engraçadas. Mas as vezes demorava tanto para que publicassem algo que sentia vontade dele mesmo escrever um artigo debochado e mandar para o Profeta Diário. Entretanto, não podia. Ainda era prisioneiro naquele lugar esquecido e velho, acompanhado apenas com sua própria mente e ocasionalmente com a presença de um elfo velho que lhe trazia alguma notícia de Snape.

Snape.

Draco bufou e se jogou no chão do jardim vendo o céu nublado de inverno. Era quase Natal, estava muito frio e só aguentaria ficar ali por alguns minutos, mas precisava daqueles minutos para pensar e lembrar, pois o frio do inverno lhe fazia lembrar dele e seu toque que queimava a pele. Snape o deixou há meses, após uma noite carregada de sexo e luxúria, em que sentiu o corpo do homem o invadir com força completando-o e então se entregar por inteiro em seus braços, logo depois de gozar gritando seu nome ele foi embora, deixou-o nu ainda dormindo na cama, um bilhete foi tudo que se dignou a deixar para trás. Depois disso nunca mais o viu, estava em Hogwarts como diretor e braço direito de Lord Voldemort. Algumas vezes trazia mensagens pelo elfo dizendo que estava tudo bem e que esperava que estivesse tudo bem com ele, informando que o elfo - Draco não perdeu tempo em decorar o nome dele - cuidaria de tudo para que ficasse confortável e que não passasse necessidade, mas o que aquele seboso idiota não sabia era que nada estaria bem até que tudo aquilo acabasse e finalmente estivesse nos braços um do outro, por mais que fosse extremamente clichê dizer aquilo.

- Senhor Malfoy? - Chamou o elfo aparecendo ao lado do menino e fazendo uma reverência.

- Sim. - Respondeu Draco sem se virar para ele, queria apenas que fosse embora e o deixasse sozinho.

- Vim avisar que o mestre Snape estará aqui dentro de alguns minutos.

Draco sentou- se na mesma hora e então olhou direito para o elfo percebendo que era bem velho, mas que os olhos eram roxos e fortes, como se quisesse mostrar que a velhice jamais o impediria de continuar suas funções.

- Snape vem aqui hoje?

- Sim, dentro de trinta segundos estará na lareira.

O elfo quase foi derrubado quando Draco levantou com rapidez e correu para dentro da casa, direto para perto da lareira. Seu rosto estava quente e o coração batia com rapidez no peito, mas logo se arrumou adotando uma postura mais rígida, jamais demonstraria que estava feliz por vê-lo, ele o deixou ali, sozinho e nem mesmo o visitou durante meses. A lareira acendeu e o homem apareceu rodopiando de dentro dela. Draco havia se sentado na poltrona e olhava para Snape com indiferença, como se a presença dele ali não fosse importante. Snape espanou a poeira do casado e arrumou os negros cabelos colocando-os atrás da orelha. Então observou o menino o encarando.

- Draco. - Cumprimentou Snape com um aceno de cabeça.

- Ora Ora Ora, quem é vivo sempre aparece.

Snape ignorou o tom insolente do menino.

- Trago notícias.

- Humm.

- Parece que o Lord está perdendo as forças, alguma coisa o está afetando profundamente. É a melhor chance para todos. Talvez a única.

Depois da minha morte (Snape e Draco)Onde histórias criam vida. Descubra agora