Confusion

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Notas iniciais:

O que eu estive fazendo durante esse ano sem Nuits? Não sei. Mas a história só não queria sair, até que saiu. Se ainda houver alguém por aí, saibam que eu não desisti e que provavelmente ainda haverá 1 ou 2 capítulos, mas não demorarei 1 ano para atualizá-los. É isso, bem-vindes de volta.

*****

EIJI POV

- Fora! Eu quero você fora daqui!
Disse meu pai, quase fora de si, enquanto apontava para Aslan.

- Pai, nós só…

- FIQUE CALADO AGORA MESMO! E você americano imundo, saia já daqui!

O loiro decidiu intervir ao ver que minhas chances de argumentar eram quase nulas.

- Você não pode vir aqui e simplesmente invadir a privacidade do seu filho adulto!

- E quem você pensa que é para me dizer o que devo ou não falar ou fazer embaixo do teto pelo qual EU paguei?

Não que aquilo fosse uma justificativa válida, mas certamente me deixava na desvantagem. Seria difícil argumentar.

- Pai, eu juro que não fizemos nada! Olha…

- Limpe-se antes de dirigir a palavra a mim, Eiji. Nós vamos conversar. E quanto ao Congressista, não sei o que ainda faz aqui. Saia agora ou chamarei a polícia e o acusarei de invasão à propriedade privada.

Senti meu mundo girar. Não havia dúvidas de que meu pai era capaz de cumprir suas palavras. Olhei para Aslan em um pedido suplicante e silencioso para que ele fosse embora. As palavras de meu pai jamais poderiam me machucar tanto quanto o olhar que recebi do meu modelo. Parecia exalar o sentimento de se sentir traído ou até mesmo raiva pela minha impotência diante da situação. Mas, naquela hora, era o melhor a se fazer.

Observei Aslan pegar seus pertences na mesa cheia de marcas de tinta e ir embora com as roupas de dormir que o emprestei, incerto se seria a última vez que o veria. Assim que a porta fechou-se, descarreguei minhas emoções.

- Pronto. O senhor já conseguiu o que queria. Satisfeito agora? Posso voltar a viver minha vida infeliz?

- Como ousa, Okumura Eiji? Desonrar o nome de nossa família esfregando-se com um homem, ainda por cima um político americano!

- É sempre pela família, não é, papai? Nunca tem a ver com seu preconceito ou sua total falta de amor pelo seu filho.

- Você não tem o direito de dizer isso! Eu sempre lhe dei tudo! Sempre cedi aos seus caprichos! Ao invés de se tornar um médico renomado, sempre enveredou para as artes. Eu sabia… Sabia que no momento que sua mãe disse que era uma boa ideia ter filho artista, eu devia ter negado!

- Sim! Eu SOU um artista! Pinto para mim, para que eu fique feliz, já que essa é a única fonte de felicidade que me restou. Pode admitir, pai… Sei que nunca me olhou com bons olhos.

- Você volta agora para nossa casa! Estou interditando esse lugar.

- Já lhe ocorreu que eu não quero voltar para aquele lugar?

- Não é questão de querer ou não. É uma ordem.

- Já chega! Chega disso! Eu não quero morar com o senhor e mamãe! É sufocante! Não tenho privacidade ou liberdade. Sequer posso usar o celular lá dentro! Eu jamais poderei ser quem eu sou enquanto morar com vocês!

- Você por algum momento pensou em como isso pode nos atingir? Eu não sou qualquer pessoa, Eiji! Sou embaixador! O que você faz reflete em nossa família e no próprio Japão! É uma responsabilidade inacreditável e, por mais que eu não espere que você entenda qualquer coisa sobre responsabilidade, exijo no mínimo que respeite a minha decisão de levá-lo para longe desse homem. Você ao menos sabe o que ele faz? Conhece os esquemas nos quais ele está envolvido?

Nuits à Paris (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora